Por um breve período inicial, Gal Costa foi a musa tropicalista moldada por Caetano Veloso, que deixou de cantar bossa nova para se jogar em berros janisjoplianos. Em 1970, após lançar ótimos e psicodélicos discos, Gal Costa atingiu sua perfeição em Legal.
Com Caetano Veloso e Gilberto Gil exilados, Gal Costa tornou-se a figura central da Tropicália. Todavia, arrumou amparo em outros personagens importantes, a começar pelo Hélio Oiticica, que elaborou a capa do disco. Jards Macalé também colaborou cedendo composições, vide a divertida "Love, Try And Die" e a espetacular "Hotel das Estrelas", com destaque para o baixo melodioso de Claudio Bertrami.
Vestígios de seu canto suave e melódico herdado da bossa nova ainda ronda "Mini-Mistério" (embora de final psicodélico). Já "Língua do P" é um forró divertido de final lindo. Ambas contém as típicas letras surreais de Gilberto Gil.
Em paralelo ao canto visceral de Gal Costa, o lendário guitarrista Lanny Gordin debulha seu instrumento coberto por um fuzz estridente em "Eu Sou Terrível". Ele também foi o arranjador do álbum, o que destacou suas harmonias preciosas em canções como a delirante "Acauã" e a linda "The Archaic Lonely Star Blues". Já seu lado lisérgico é representado pela carnavalesca "Deixa Sangrar".
O disco termina com "London, London" - homenagem ao Caetano Veloso - e a bossanovista "Falsa Baiana".
Embora com diversos pontos altos na carreira, eis o canto definitivo de Gal Costa.
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