segunda-feira, 20 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Bad Brains - Bad Brains (1982)

De todas as bandas da revolucionária cena punk/hardcore de Washington D.C., o Bad Brains era a mais cabulosa. Soando extremamente visceral, seu clássico disco de estreia é o que melhor representa as mitológicas/sônicas apresentações do grupo.


Embora lançado em 1982, a banda já vinha fazendo estrago nos palcos desde 1977. Formada por quatro negros do subúrbio, o grupo nasceu tendo como base a música funk e o fusion, mas logo enveredaram para o metal e o punk rock, vindo posteriormente a beber na fonte do reggae, chegando na ideologia rastafári. Todo esse caldeirão de influências se manifesta no som sui generis do grupo.

De velocidade incomparável, a banda tornou-se naturalmente precursora do hardcore. Curtinhas e intensas, as cinco faixas que abrem o disco - "Sailin' On", "Don't Need It" (tremendas guitarras), "Attitude", "The Regulator" e "Banned In D.C." (puta baixo, puta letra) -, reunidas em menos de oito minutos, são inacreditavelmente avassaladoras.

Na sequência, chocantemente surge o reggae/dub lisérgico "Jah Calling". Seria piada não fosse tão genuíno. "Leaving Babylon" comprova a excelência do grupo no estilo jamaicano. Esses momentos dão dinâmica ao disco, apaziguando para na sequência explodir na cara do ouvinte.

Outros destaques são a acachapante "F.V.K. (Fearless Vampire Killers)", a espetacularmente pesada (prevendo o thrash metal) "Supertouch/Shitfit" e a esmurrante "Big Take Over". Hinos do hardcore.

O maestro insano que incorpora no vocalista H.R., a bateria atropelante de Earl Hudson, a musicalidade sobrenatural de Darryl Jenifer e os riffs urgentes de Dr. Kown serão para sempre sinônimos de atitude. O que um dia foi gravado com pouco recurso e lançado somente em fita cassete, hoje estampa camisetas ao redor do mundo.

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