domingo, 1 de março de 2015

TEM QUE OUVIR: B.B. King - Live At The Regal (1965)

Reconhecer se uma música é boa ou ruim é fácil, basta desprender-se de preconceitos e perceber se o artista toca ou não sua sensibilidade. É claro que contextos técnicos e históricos são importantes, mas o resultado final é a música, sendo justamente ela que se faz presente no instinto do ouvinte.


Seja nos versos cantados com sua voz potente ou numa única nota tocada magistralmente na guitarra, B.B. King é pura emoção desde os tempos em que era apenas mais um plantador de algodão no sul dos EUA, mais precisamente em Mississippi. Através do seu sofrimento pessoal, carregou para sua arte a legitimidade de um veterano rei do blues.

B.B. King vinha lançando compactos desde 1949, mas gravou seu primeiro álbum somente em 1960, chegando no seu auge criativo e interpretativo no meio daquela década, com o ao vivo Live At The Regal, reunindo o melhor que havia feito até então.

Lindas melodias, vibrato enorme e timbre inconfundível não se restringem a sua famigerada guitarra Lucille. B.B. King é um cantor subestimado, que narra com autoridade suas letras, ora tristonhas ("It's My Own Fault"), ora divertidas (You Upset Me Baby"), mas sempre sinceras. Até mesmo seus constante diálogos com a platéia são musicais.

Econômico, seu fraseado repleto de bends expressivos, é uma aula para qualquer guitarrista. Não atoa influenciou nomes como Buddy Guy, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Santana, Mick Taylor, Mike Bloomfield, Johnny Winter, Mark Knopfler, Stevie Ray Vaughan, John Mayer, dentre tantos outros, definindo desta forma grande parte da linguagem da guitarra blues.

Entre os destaques enquanto instrumentista brilhante que é estão "Every Day I Have The Blues", "Please Love Me" e, principalmente, "Worry Worry". O resto da banda apresenta a mesma categoria e deixa o público em delírio na ótima "How Blue Can You Get".

Direto e avassalador, eis o supra-sumo da guitarra blues.

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