segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

TEM QUE OUVIR: Santana - Abraxas (1970)

O cruzamento da música latina com o rock já havia chamando atenção desde a clássica interpretação de Ritchie Valens para "La Bamba". Entretanto, é justo afirmar que a grande miscigenação sonora ocorreu via Santana, e me refiro não somente ao lendário guitarrista Carlos Santana, mas a toda sua banda que levara seu sobrenome.


Se a apresentação histórica no festival de Woodstock - diga-se de passagem, regada a ácido - colocou-os sob os holofotes tanto da mídia quanto do público, o disco Abraxas (1970) consolidou a sonoridade do grupo.

Além da capa linda e altamente psicodélica, musicalmente o álbum também embarca no clima lisérgico de São Francisco. O começo com a transcendental "Singing Winds, Crying Beasts" é repleto de teclados jazzisticos, além guitarras e congas hipnóticas. A viagem se prolonga através da incrível "Incident At Neshabur", uma aula de improvisação e groove.

"Black Magic Woman / Gypsy Queen" (Peter Green) é de naturalmente melódica, ganhando ainda mais força através do timbre volumoso e gordo. Com seu fraseado típico, o Santana está a todo momento tentando (e conseguindo) domar a guitarra. Em "Samba Pa Ti" essa abordagem alcança níveis estratosféricos. Espetacular!

Puxando o caldo para os ritmos latinos - além obviamente da língua -, temos o mambo "Oye Como Va" e a ótima "Se A Cabo", onde Gregg Rolie (teclados), Michael Shrieve (bateria) e José Areas (timbales) deixam explicito a qualidade técnica do grupo. Isso, claro, sem nunca perder o astral dançante. 

É justo dizer que esse álbum ajudou a colocar não somente o Santana no mapa rock, mas todo um continente.

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