sábado, 26 de julho de 2014

TEM QUE OUVIR: Gary Numan - The Pleasure Principle (1979)

Há não muito tempo, escrevi aqui no blog que "1979 foi o ano do Gary Numan". Disse isso ao abordar o seminal disco Replicas do Tubeway Army (leia aqui). Agora é hora de falar sobre o segundo ato deste criador inquieto, que desbravou sonoridades eletrônicas no cultuado The Pleasure Principle.


Uso a palavra "cultuado" porque é praticamente impossível pensar em Human League, Depeche Mode, New Order, Soft Cell - ou resumindo, tudo que tenha a típica sonoridade oitentista, seja no rock ou na música pop -, sem esse trabalho audaz. Sua imagem robótica e andrógina na capa é uma mistura de Kraftwerk com Roxy Music. Musicalmente são justamente essas as maiores referências. 

A instrumental "Airlane" deixa explicito que esse não seria um disco comum para a época. Os ritmos dançantes e eletrônicos em "Observer", a dureza de "Metal" e as melodias sintetizadas do hit "Cars" - que impressionantemente chegou ao primeiro lugar nas paradas britânicas -, só confirmam o vanguardismo da obra.

A base instrumental é repleta de violinos, baixos e pianos manipulados com delays, reverbs, phaser, flangers e outros efeitos, vide a doce "Complex". Essa proposta traz um tom futuristas para instrumentos outrora "clássicos". Além disso, sintetizadores como o polymoog são constantemente explorados, dando ao trabalho um caráter extremamente moderno. Neste sentido, destaque para a ótima "M.E.".

Seja para a new wave ou qualquer gênero que tenha "synth" no nome, The Pleasure Principle precisa ser compreendido como uma ruptura com o velho - sem abrir mão das influências -, e como pilar para novas sonoridades. 

Um comentário:

  1. Muito bom !
    A alguma materia sobre Kraftwerk por aqui ?

    C.M.

    ResponderExcluir