sábado, 28 de junho de 2014

TEM QUE OUVIR: The Libertines - The Libertines (2004)

A velocidade da informação é uma das características deste milênio. As noticias correm feito água, para o bem e para o mal. Se por um lado a popularidade do Libertines só foi possível graças aos elogios de revistas como NME e Q, por outro, seus problemas internos - e não eram poucos - foram expostos de forma demasiada e deplorável. Em meio a tudo isso a banda lançou The Libertines, segundo álbum, que consagrou e enterrou o grupo. 


Na linha de frente do Libertines estava a talentosa dupla formada pelo bom moço Carl Barât e o problemático Pete Doherty. Na capa, ambos mostram suas tatuagens com o nome da banda escrito na caligrafia do parceiro, celebrando a amizade após tempos de desconfiança. Infelizmente esse clima favorável não durou muito, já que Doherty não segurou a onda e logo voltou a se afundar nas drogas.

Novamente produzido por Mick Jones (eterno The Clash), o disco traz a mistura bombástica do garage rock com punk rock, tão difundidos através das bandas de indie rock pós-Strokes. Alguns notaram uma influencia demasiada de Gang Of Four (até mesmo nas linhas de baixo sacolejantes), levando o grupo a encabeçar o movimento post-punk revival.

Nada aqui é novidade. Do abuso de drogas, passando pelas brigas e chegando no som dançante/jovem/encorpado. Todavia, o resultado é agradável devido o exitoso repertório.

"Can't Stand Me Now", dona de refrão cativante, soa como uma homenagem não declarada ao Clash. "What Became Of The Likely Lads" pode facilmente ser apontada como um dos melhores singles da época. Por sua vez, a narrativa de "The Man Who Would Be King" prende a atenção do ouvinte, enquanto "Music When The The Lights Go Out" surge com traços típicos do rock inglês e "Don't Be Shy" é divertida em sua esquisitice infantil e desafinação ébria.

Com tantas músicas memoráveis, a NME os colocou como a banda do ano. Pena que tudo isso não deu em nada. Os shows foram um fiasco e a chama do grupo se apagou. No fim, parece que a fama se deu mais pela polêmica do que pela obra. Injusto? Ouça o disco e chegue a uma conclusão.

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