quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

TEM QUE OUVIR: Helloween - Keeper Of The Seven Keys Part II (1988)

Ao incluir o Keeper Of The Seven Keys Part II (1988) do Helloween no "Tem Que Ouvir" deste humilde blog, percebo que fui longe demais. Isso porque esse disco contém tudo do que há de mais detestável no power metal/metal melódico. É verdade também que, por ele ser a representação máxima do estilo mais pomposo/cafona/nerd do heavy metal, ele merece ao menos uma audição/análise atenta e sensata. No pior dos algumas gargalhadas você dará no decorrer do percurso.


Tudo no disco é clichê. Mas é preciso entender que os clichês foram criados aqui - na verdade foi no Holy Diver (1983) do Dio, mas ali era legal, então pula essa parte -, a começar pela capa pseudo conceitual. A introdução "Invitation", uma espécie de overture feito para deixar tudo com uma cara épica, é mais uma das tantas caricaturas do estilo.

O que vem a seguir é a essência do power metal/metal melódico. "Eagle Fly Free" tem bumbos duplos frenéticos, baixo virtuoso, guitarras dobradas, solos rápidos, vocais ultra agudos e letra que agrada somente jogadores de RPG. Um clássico do heavy metal, goste você ou não.

E chovem músicas que destacam o incrível alcance vocal do Michael Kiske e a boa técnica do guitarrista Michael Weikath, todas esteticamente forjadas pelo talentoso Kai Hansen, que anos depois montaria Gamma Ray e se tornaria a grande cabeça por trás do estilo. Entre as faixas que merecem destaque estão as menos afetadas "You Always Walk Alone" e "Dr. Stein".

Como ponto positivo, devemos também assumir que há performances vigorosas e produção bem menos pasteurizada com o que encontramos hoje no gênero.

Se você gosta de ouvir música como forma de entender pequenos grupos, aqui está o trabalho que vem há décadas marcando gerações de metaleiros na pré-adolescência. Alguns deles hoje estão no Blind Guardian, Edguy, Angra, Rhapsody, Dragonforce, Hammerfall, Stratovarius, Nightwish ou qualquer outra banda do tipo. Um clássico do heavy metal que ao menos merece atenção. Gostar já é demais.

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