domingo, 6 de outubro de 2013

TEM QUE OUVIR: Genesis - Selling England By The Pound (1973)

Após o surgimento do punk rock, o rock progressivo passou a ser marginalizado por conta de sua sofisticação incompreendida tanto pela crítica quanto por grande parte do público. Mas em 1973, não era o Sex Pistols que passava por cima da monarquia inglesa e vendia milhões de discos. Essas características eram atribuídas ao Genesis, seminal grupo que lançou naquele ano o brilhante Selling England By Yhe Pound, um dos principais registros do rock progressivo. 


Distante do pop rasteiro feito anos depois pela banda sob holofote do Phil Collins, aqui eles ainda era comandados por um excêntrico/genial/performático Peter Gabriel. Restou ao Phil Collins fazer o que melhor sabia: tocar bateria. Sua técnica, dinâmica e criatividade não por acaso o colocam entre os grandes ícones do instrumento. É possível observar isso na genial faixa que abre o disco, a impecável "Dancing Whit The Moonlit Knight" e seus 8 minutos de crítica a aristocracia inglesa, tapping pré-Eddie Van Halen e arranjo quase sinfônico.

Se "I Know What I Like (In Your Wardrobe)" foi um hit na época de seu lançamento, "Firth Of Fifth" é a que melhor sobreviveu ao tempo, tornando-se um dos maiores clássicos do rock progressivo. Desde sua linda introdução de piano tocada pelo Tony Banks, até o solo de guitarra épico e ultra melódico do guitarrista Steve Hackett, tudo soa coeso e extasiante, emocionando há décadas ouvintes mundo afora.

Calcado na típica musica folk inglesa, Phil Collins distribuí seu senso melódico na linda "More Fool Me", enquanto as longas "The Battle Of Epping Forest" e "The Cinema Show" tem duração suficiente para todos esbanjarem elevado nível técnico diante da riqueza das composições.

Muito mais melódico e acessível que todas as outras bandas contemporâneas do progressivo, o Genesis construiu uma carreira de deslizes, mas são os acertos que devem ser lembrados, sendo Selling England By The Pound o principal deles.

9 comentários:

  1. Difícil dizer em poucas linhas o que eu acho de SEBTP: é o melhor disco de todos os tempos. Genesis em seus melhores dias como banda. Composições soberbas, letras inspiradas, passagens instrumentais muito bem feitas. Mesmo pertencendo á fase com Peter Gabriel, este disco é uma síntese de todas as fases do Genesis. Só uma correção: quem canta "More Fool Me" não é o Gabriel, é o Collins!

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  2. Só mais uma coisa que eu esqueci de constatar é que SEBTP ainda contém a instrumental "After the Ordeal" composta por Steve Hackett e incluída no disco a contragosto dos outros membros do Genesis (que não gostavam muito dela) que vem depois de "The Battle of Epping Forest" e antes da minha música favorita daqui, que é "The Cinema Show" (que conta nos minutos finais com um incrível e longo solo de teclados do Tony Banks ); e a curta vinheta "Aisle of Plenty" que encerra brilhantemente o disco retomando um dos temas da faixa de abertura, com uma letra modificada.

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  3. Por fim, ressalto que SEBTP foi o quinto disco de estúdio da carreira do Genesis e o terceiro da formação clássica da banda (Gabriel / Collins / Banks / Hackett / Rutherford), formação esta que rendeu só quatro famosos discos de estúdio: Nursery Cryme, de 1971; Foxtrot, de 1972; SEBTP, de 1973; e o duplo The Lamb Lies Down on Broadway, 1974; todos essenciais para quem quer conhecer a melhor fase do Genesis, que infelizmente durou muito pouco devido ao egocentrismo do Sr. Gabriel, que depois do turbulento capítulo de TLLDOB, caiu fora do Genesis e não voltou mais...

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  4. Esqueci de falar que a formação clássica do Genesis fez um disco ao vivo antes do SEBTP ser lançado, resgatando os melhores momentos da turnê do disco Foxtrot (1972) em um disco simples.

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