domingo, 18 de agosto de 2013

TEM QUE OUVIR: Golpe de Estado - Forçando A Barra (1988)

Na década de 1980, principalmente pós-Rock In Rio e ascensão da Blitz, ouve uma explosão do rock nacional. Ótimas bandas como Paralamas do Sucesso, Titãs e Barão Vermelho receberam atenção tanto da mídia quanto do grande público. Mas o rock é um estilo marginal por excelência. Sendo assim, grupos como o Golpe de Estado são os que realmente representam as dificuldades e a atitude do estilo. Idolatrados por fãs fiéis, o Golpe de Estado tem em sua discografia o espetacular Forçando A Barra (1988).


O disco foi incluído na lista dos "60 Grandes Álbuns do Metal Brasileiro" feito pela revista Roadie Crew. O curioso é que Forçando A Barra não é exatamente um disco de heavy metal, mas como explica muito bem a matéria, é um trabalho do autêntico rock brasileiro, ou seja, pesado, com influências estrangeiras, mas também com a típica malandragem (no bom sentido) brasileira, como evidencia logo de cara a espetacular "Cobra Criada".

A clássica "Noite de Balada" é um dos maiores hinos do rock nacional. O solo de guitarra do grande Hélcio Aguirra (ex-Harppia, cultuada banda de heavy metal brasileira) é de ultra bom gosto. Sua guitarra é referência de ótimos timbres, riffs espetaculares e solos melódicos, como fica evidente em "Sem Elas" e "Forçando a Barra". Ele é o nosso Michael Schenker.

O lendário Catalau é direto, malandro e potente em "Parte do Inferno" e "Moondog", um dos primeiros blues gravados em português. Sua voz cheia de atitude fez dele um dos grandes vocalistas de sua geração.

Já a cozinha formada pelo espetacular Paulo Zinner (bateria) e o boa praça Nelson Brito (baixo) não deve em nada para nenhuma banda de hard rock contemporânea, comprovado pelo groove das sensacionais "Terra de Ninguém" e "Onde Há Fumaça, Há Fogo" (com direito a participação dos titãs Arnaldo Antunes e Branco Mello).

Forçando A Barra é um marco pra uma geração que, a partir daquele instante, podia ouvir hard rock no Brasil sem ter que recorrer aos gringos. Tudo isso graças a quatro músicos competentes e ao selo Baratos Afins (do grande Luiz Calanca) que apostou na banda.

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