segunda-feira, 29 de julho de 2013

TEM QUE OUVIR: The Smashing Pumpkins - Siamese Dream (1993)

Uma espécie de carma impregnou o famigerado rock alternativo da década de 1990. Ao mesmo tempo que os grupos conquistavam o sucesso, seus integrantes se mostravam cada vez mais descontextualizados em relação ao estereótipo de um "rockstar". Os ídolos desta geração eram nerds, viciados, deprimidos e abandonados. É neste campo que estava o Smashing Pumpkins, banda do compositor/vocalista/guitarrista/líder/grava-tudo (não é mesmo, James Ilha e D'arcy Wretzky?) Billy Corgan, que explodiu para o mundo com o seu Siamese Dream (1993).


Neste oceano de conflitos existenciais estão canções musicadas de forma densa, algo que pode ser entendido como um "hard rock moderno pós-grunge", um rótulo fácil de ser compreendido após audição das pesadas "Silverfuck" (com traços de psicodelia) e "Cherub Rock", que contém um dos riffs mais legais da década. 

"Quiet" tem as mesmas qualidades, sendo seu instrumental um quase tributo não declarado ao Black Sabbath. Isso numa época em que o stoner rock ainda era recém nascido.

Mas nem tudo é porrada, vide a delicada "Luna", a épica "Soma" (que solo!), a maravilhosa balada sujona "Mayonaise" (com muito do emo noventista) e os dois grandes hits do álbum: "Today" (e suas guitarras shoegazer) e "Disarm" (linda canção de arranjo sinfônico, que rodou incansavelmente na programação da MTV).

Como um perfeito cruzamento dos contemporâneos My Bloody Valentine e Nirvana (o produtor do disco é o Butch Vig, o mesmo de Nevermind), mas com doses de musicalidade profunda e singular, o Smashing Pumpkins conseguiu seu espaço no cenário musical da época e, ainda hoje, continua a emocionar uma juventude que carrega os mesmos dilemas e anseios que o Billy Corgan, sendo esses tormentos a semente criativa do artista. "Spaceboy" que o diga. 

Uma curiosidade: Nicole Fiorentino, que anos depois teve uma passagem como baixista do Smashing Pumpkins, é uma das menininhas da capa.

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