O álbum é um dos mais significativos daquilo que é chamado big beat, um subgênero da música eletrônica que se caracteriza por timbres pesados, batidas aceleradas, riffs de guitarra e influência do hip hop. Toda essa mistura (com exceção das guitarras) é ressaltada na faixa que abre o disco, a espetacular "Smack My Bitch Up", com direito a sample de Kool And The Gang e melodia vocal com características da música indiana. Além de sua riqueza sonora, a música ganhou um clipe paranóico, repleto de alucinações, drogas e sexo. A proibição do vídeo só contribuiu para o sucesso da faixa e para que o disco chegasse ao primeiro lugar em 22 países.
A clássica "Breathe" é um verdadeiro hino eletrônico de atitude punk. O peso absurdo da produção e o vocal visceral do Keith Flint só ajudaram a deixar a obra ainda mais doentia.
Em "Diesel Power" fica evidente que o Prodigy faz hip hop tão bem quanto os grandes artistas do gênero. Já as pesadíssimas "Funky Shit", "Seria Thrilla" e a progressiva "Climbatize" transparecem a genialidade do Liam Howlett ao encaixar perfeitamente ritmos frenéticos, melodias marcantes, guitarras encorpadas e samples escolhidos a dedo. Todo esse talento fez dele um dos grandes nomes da produção eletrônica.
Timbres bizarros e graves potentes aparecem no hip hop detetivesco de "Mindfields" e na viajante "Narayan". Uma das faixas mais conhecidas presente no disco é a esquizofrênica "Firestarter", que parece brotar direto do inferno com seu ritmo desconcertante e letra psicótica. Já "Fuel My Fire" (cover do L7) fecha o disco deixando explicita a ligação do Prodigy com o rock.
Ainda que música eletrônica não seja sua praia, The Fat Of The Land deve ser ouvido devido a importância da obra, a qualidade da produção e por conter aquilo que realmente importa: boas composições.
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