sexta-feira, 8 de abril de 2011

Versões melhores que as originais

Executar músicas de autoria de outro artista é algo tão antigo quanto compor a própria música. Todavia, infelizmente, muitas dessas versões soam desnecessárias. Entretanto, certos músicos conseguiram mudar os arranjos originais e transformar uma obra de arte em outra completamente diferente e especial. Vamos abordar esses casos!

Joe Cocker - A Little Help From My Friend (The Beatles)
Joe Cocker foi criativo ao juntar duas músicas dos Beatles. Uniu a letra de "A Little Help From My Friend" com a melodia do refrão de "Dig A Pony", dando origem a uma das mais celebres versões de todos os tempos. Quem não associa a música aos seriado Anos Incríveis ou não teve infância ou já tem idade o suficiente para ter vivido o Festival de Woodstock.

Jeff Beck - Goodbye Pork Pie Hat (Charles Mingus) 
É óbvio que a versão original "Goodbye Pork Pie Hat" do Charles Mingus é impecável. Todavia, essa é a magia do jazz. Jeff Beck conseguiu deixar o que já era magnifico ainda melhor. Na minha humilde opinião, a regravação do guitarrista para a música do lendário contrabaixista é o melhor registro de guitarra de todos os tempos. O timbre, a técnica, a interpretação, o fraseado... tudo soa perfeitamente! Comprove colocando um bom fone e aumentando o volume.
Obs: vou parar por aqui nas "versões de jazz". Nem ia mencionar nenhuma, já que é um estilo que tem no seu alicerce explorar o improviso dentro de temas/standards clássicos. Todavia, a gravação do "Goodbye Pork Pie Hat" do Beck é tão especial para mim que não pude me conter.

Emerson, Lake & Palmer - The Barbarian (Béla Bartók)
É um tanto quanto injusto comparar a interpretação do EL&P com a composição original para piano do Béla Bartók ("Allegro Barbaro"), principalmente levando em conta que eu cheguei a música ainda moleque via a banda progressiva (justamente no meu primeiro contanto com o grupo). Mas convenhamos, é um dos melhores momentos do Emerson, Lake & Palmer. Gosto até mais do que a clássica versão para "Pictures At An Exhibition" (Modest Mussorgsky). Todavia, entendo perfeitamente quem é do meio erudito e não gosta dessas interpretações.

Ramones - Do You Wanna Dance (Bobby Freeman)
A canção de Bobby Freeman que já foi regravada por Johnny Rivers, Cliff Richard & The Shadows e Beach Boys, tem na performance dos Ramones a minha versão predileta.

Jimi Hendrix - All Along The Watchtower (Bob Dylan)
Clássico absoluto. O próprio Bob Dylan assumiu que a versão do Jimi Hendrix ficou melhor. Mas cabe lembrar que o Dylan era o grande ídolo do lendário guitarrista. 

The Clash - Police & Thieves (Junior Murvin)
Se a versão original é um inquestionável clássico do reggae, por sua vez acho a do Clash muito mais representativa, tanto no contexto social da letra, quanto por conta da fusão com o ritmo jamaicano. Curiosamente as duas saíram com poucos meses de diferença. 

Voivod - Astronomy Domine (Pink Floyd)
A versão original já é naturalmente sombria, mas a do Voivod, cultuada banda de thrash/prog/alternative metal, consegue ser ainda mais aterrorizante. Talvez não melhor, mas é sensacional.

Pixies - Head On (Jesus And Mary Chain)
Mais uma que eu não posso bater o martelo e sacramentar que "é melhor", mas eu adoro a versão do Pixies para música do Jesus And Mary Chain. Até o clipe é espetacular.

Jeff Buckley - Hallelujah (Leonard Cohen)
Podem acusar de melosa, mas acho a versão o Jeff Buckley ainda mais bonita do que a interpretada originalmente pelo Leonard Cohen. 

Johnny Cash - Hurt (Nine Inch Nails)
Para ser honesto, dentre tantas boas músicas do NIN, "Hurt" nem é das que eu destaco. Mas na voz do Cash é uma das mais belas canções da história. É o ponto final do homem de preto.

Slowdive - Golden Hair (Syd Barrett)
Não diria que a versão shoegaze do Slowdive é melhor que a delirante canção na voz de seu compositor Syd Barrett, mas que toda vez que eu vejo o grupo noventista tocando eu fico abalado, isso eu fico.

Camisa de Vênus - Negue (Nelson Gonçalves)
Para finalizar, uma versão um tanto quanto curiosa. Imagine o Camisa de Vênus regravando uma música do Nelson Gonçalves que ficou famosa na voz da Maria Bethânia. Acho que não preciso falar mais nada! 

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