Mal comparando, assim como o Ornette Coleman no Free Jazz (1961) e o Venom no Black Metal (1982) batizaram novos subgêneros com seus discos, The KLF fez o mesmo através do Chill Out. Daqui pra frente o termo passou a ser utilizado para descrever uma música relaxante que englobasse lounge, downtempo, new age e tantas outras subvertentes que se confundem entre si.
No caso do KLF, a produção de uma música essencialmente "easy-listening" acontece através de experiencias eletrônicas contemporâneas aquele momento (vide a clássica "Wichita Lineman Was A Song I Once Heard"). Daí surgiu termos como post-rave e ambient-house. Resumindo: chill out.
Com extrema autenticidade e integridade artística, Jimmy Cauty e Bill Drummond se apropriam tanto das texturas dos sintetizadores quanto de cantos da Mongólia para construírem a narrativa sonora do disco.
É possível reconhecer no trabalho samples como o de Eddie Van Halen em "Eruption", da voz de Elvis Presley, de uma "caipira" slide guitar e de sucessos do Fleetwood Mac disputando espaço com sons corriqueiros de trens, da natureza e de animais. Isso traz a obra elementos da música concreta.
Embora de estruturas incomuns, as faixas fluem maravilhosamente bem. Toda essa amalgama tem um colorido bastante particular, ainda que remeta aos momentos mais delirantes e abstratos do Pink Floyd (vide "Madrugada Eterna). Vale atentar que sua produção soa tão agradável quanto sonoramente poderosa.
Pouco tempo depois, o grupo obteve grande sucesso comercial com o também fabuloso The White Room (1991). Posteriormente, num ato de loucura, ativismo ou genialidade publicitária - provavelmente tudo isso! -, os membros do duo incendiaram 1 milhão de libras. Submerso a tais sucessos e polêmicas, Chill Out continua sendo uma marco da música ambient.
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