sexta-feira, 27 de julho de 2018

ACHADOS DA SEMANA: Linda Hoyle, Utopia e Johnny Kidd & The Pirates

LINDA HOYLE
Pieces Of Me (1971), espetacular disco solo da Linda Hoyle, até então cantora do Affinity. O álbum apresenta uma variedade tão grande de estilos que é impossível rotulá-lo. Começa com um blues, segue para uma balada jazzistica ao piano, apresenta sons calcados no classic rock setentista, faixas com desempenho vocal quase lirico, esporro guitarristico do Chris Spedding... tem de tudo.

UTOPIA
Essa semana eu revisitei o ótimo Oops! Wrong Planet (1977) do Utopia. É um disco maravilhoso quando se quer ouvir o Todd Rundgren tocando guitarra. Puro art rock.

JOHNNY KIDD & THE PIRATES
Primórdios do rock britânico. É divertido e vale como pesquisa.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

TEM QUE OUVIR: Pulp - Different Class (1995)

Por vezes, tenho impressão que o britpop noventista ficou reduzido a tentativa de emulação sonora dos Beatles feita pelo Oasis. Isso ao menos no Brasil, tendo em vista que a imprensa e o público britânico endeusa diversos outros grupos, dentre eles o Pulp, que lançou em 1995 o prestigiado Different Class, produzido pelo Chris Thomas e muito mais audacioso que o trabalho dos irmãos Gallagher.


"Mis-Shapes" é daquelas faixas de abertura acachapantes. Sua força interpretativa e melódica é estonteante, principalmente no refrão. É possível sentir guitarras marteladas à la Clash. Já o clima chamber pop de "Pencil Skirt", com direito a arranjo ironicamente pomposo, remete de alguma forma ao David Bowie.

Entre os hinos da época estão "Common People", de dinâmica crescente e timbres sintetizados que não trazem nenhum ranço retrô que ficou associado ao britpop. Curiosamente a faixa lembra o que faria posteriormente os novaiorquinos do LCD Soundsystem.

Impossível passar batido diante da interpretação apaixonada e exuberante do Jarvis Cocker em "I Spy", mais uma vez dona de belo arranjo. Em nenhum outro momento uma orquestração enniomorriconiana soou tão dançante. 

Falando em dançante, o disco traz também o hit "Disco 2000" e a chapada "Sorted Out For E' And Whizz", com sua temática condizente a geração rave britânica.

A sexual "Live Bed Show", a elegante "Something Changed" e a construção brilhante da incomparável "F.E.E.L.I.N.G.C.A.L.L.E.D.L.O.V.E." evidenciam o Pulp como um dos melhores grupos ingleses do período. Não por acaso eles levaram o Mercury Prize daquele ano com este disco.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

ACHADOS DA SEMANA: Alberto Radius, The Bellrays e Chris Spedding

ALBERTO RADIUS
Disco de estreia do guitarrista italiano Alberto Radius, conhecido muito pelo seu trabalho no Formula 3. Adoro como ele intercala riffs de hard rock com solos jazzisticos. É perfeito exemplo de guitarra fusion já em 1972.

THE BELLRAYS
Rock garageiro com vocais de soul music. Tudo isso na virada do milênio. Todo o disco Let Is Blast (1998) é muito bom, mas a faixa "Dark Horse Pigeon" é do caralho!

CHRIS SPEDDING
Mais um daqueles guitarristas que criminosamente ainda não dei a devida atenção (para o trabalho solo, enquanto sideman eu até que conheço bem). Comecei pelo disco Hurt (1977) e achei uma maravilha.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

ACHADOS DA SEMANA: Eumir Deodato, The Mooney Suzuki, Paul Weller e The Church

EUMIR DEODATO
Minha amiga Juliana me recomendou o ótimo disco Deodato 2 (1973) do grande Eumir Deodato. É uma maravilha de groove-jazz-brazuca-psicodélico. Stanley Clarke e Billy Cobham tocam no álbum. Clássico da música brasileira de produção internacional.

THE MOONEY SUZUKI
Electric Sweat (2003). Garageira esporrenta do novo milênio. Altas guitarras. Ótimo para ouvir fazendo faxina (falo sério!).

PAUL WELLER
Da minha onda "dad rock". Stanley Road (1995) é um dos melhores discos deste artista estranhamente subestimado no Brasil. Tudo muito bem composto, tocado e gravado. Tudo que o bripop queria ser. Sensacional.

THE CHURCH
Que espetáculo que é o álbum Starfish (1988) do Church, não? Conheci somente agora, mas já recomendo fortemente para quem se interessa por sonoridades do rock oitentista. Tudo muito bem composto, arranjado, tocado e produzido.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

ACHADOS DA SEMANA: Jackson Browne, Milton Nascimento e Yma Sumac

JACKSON BROWNE
Adoro usar a expressão "dad rock" para desprestigiar "rock de tiozinho". Todavia, devo confessar que curto demais discos como Running On Empty (1977) do Jackson Browne. É muito bem feito.

MILTON NASCIMENTO
Assumo que somente agora escutei o Tambores de Minas (1998). É bem bom. Tá aí um show do Milton que eu adoraria ter assistido. E como o Lincoln Cheib toca, não!

YMA SUMAC
Mambo! (1954), pitoresco, divertido e ótimo disco de (obviamente) mambo feito pela peruana Yma Sumac, cantora soprano espetacular.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Bandas/Artistas da Bélgica

Dando sequência na torcida contra a seleção da CBF, chegou a hora falar sobre os grandes nomes da música belga.

Univers Zéro
Rock in opposition cabeçudo e espetacular. É muito legal o fato de fazerem uso de instrumentos como fagote, clarinete e oboé. Ótima banda.

Acid
Um dos melhores grupos de heavy metal com vocal feminino. Tem algumas levadas bem rápidas (speed metal?) que prevê o thrash metal.

Enthroned
Banda desgraçada de black metal para Neymar e seus "parças" peidarem na tanga.

Front 242
Banda expoente do que ficou conhecido como EBM, que nada mais é que cruzamento do synthpop com o industrial. Singular e espetacular.

dEUS
Bom grupo de rock alternativo que nasceu durante a explosão do estilo no início da década de 1990.

Soulwax
Falei recentemente aqui no blog sobre o disco Much Against Everyone's Advice (1998). É uma maravilha de álbum, com ótimas canções, produções e arranjos. Isso tudo sem perder a energia. Vá atrás!

Vive la Fête
Eu no auge da minha ignorância achava que era uma banda francesa. Conheço pouco, mas acho divertido. Um synthpop garageiro.

Channel Zero
Confesso que não conheço bem a banda, mas já vi um vídeos deles e me pareceu um cruzamento bem competente de heavy metal com thrash metal. Isso dentro de uma produção moderna dos estilos.

Dr. Lektroluv
Lembro de ter assistido numa rave a apresentação deste DJ que, se por um lado não faz um som tão consistente, ao menos tem um visual próprio bastante peculiar, inclusive usando um telefone ao invés de fone.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

TEM QUE OUVIR: Donald Fagen - The Nightfly (1982)

Embora adore o Steely Dan, devo confessar que quando ouvi o The Nightfly pela primeira vez, eu não senti lá muita falta do Walter Becker. O disco solo de estreia do Donald Fagen tem todas as qualidades do duo somadas a algumas particulares aqui ressaltadas.


Compositor de mão cheia e cantor de voz particular, Donal Fagen entrega lindas canções que resgatam suas memórias de infância, vide sua paixão pelo jazz e pela música americana radiofônica. Isso está mais que explicito na capa do disco.

Vale sempre destacar a produção do Gary Katz, que ressalta os timbres com nitidez impressionante. Em tempos onde o saudosismo deslumbra equipamentos analógicos, é interessante lembrar que esse disco foi todo gravado digitalmente, o que pode ser entendido como algo de grande avanço tecnológico, mas também de grande limitação, dado que os esquipamentos eram rudimentares para tamanha ousadia. O sucesso da produção é ainda hoje mencionado por audiófilos.

É famosa a capacidade do Donald Fagen de elaborar canções pop, mas de riqueza jazzistica. Para isso ele conta com alguns dos melhores músicos de estúdio a sua disposição. Logo na introdução de "I.G.Y." são os metais dos irmãos Michael e Randy Brecker que ficam na cabeça.

Como ignorar a cozinha formada por Jeff Porcaro (bateria) e Chuck Rainey (baixo) na grooveada "Green Flower Street". É o perfeito AOR. Em "Ruby Baby" o baterista se mantém, mas é o baixo pulsante do Anthony Jackson que dá as caras.

Atenção para o arranjo vocal da linda "Maxine", dona de harmonia perfeita. O solo de sax também é um show a parte. Já na divertida "New Frontier" é o solo de guitarra do Larry Carlton e o baixo elegante do Abraham Laboriel que chamam a atenção. Falando em baixo, impossível passar batido diante da performance do Marcus Miller em "The Nightfly".

Esse álbum é uma sequência de êxitos musicais. Sua qualidade é inegável, embora tem quem considere demasiadamente cafona. Eu acho um espetáculo.