terça-feira, 8 de agosto de 2017

TEM QUE OUVIR: Aphrodite's Child - 666 (1972)

Discutir sobre qual é a melhor ópera rock é uma constância entre todos que gostam do estilo. Ainda que o resultado fique sempre entre clássicos do The Who e Pink Floyd, uma banda grega conseguiu com seu derradeiro trabalho ser cultuada entre nomes como Julian Cope, integrantes do Yes e até mesmo o Salvador Dali. Me refiro ao espetacular 666 (1971) do Aphrodite's Child.


Liderado pelo vocalista Demis Roussos e com o trabalho celestial do multi-instrumentista Vangelis Papathanassiou - que depois ficou conhecido por suas trilhas sonoras, vide Blade Runner (1982), além de trabalhos de new age -, o grupo faz uma adaptação para o Apocalipse de João. Tal empreitada durou mais de 18 meses em estúdio e rendeu esse álbum duplo.

Se o começo com "Babylon" é empolgante (ótima linha de baixo!), a coisa só se agrava na espetacular "The Four Horsemen", dona de vocais singulares e a grandiosa bateria de Loukas Sideras.

A instrumental "The Lamb" é um ode progressivo sem comparativo. O mesmo vale para a linda "Aegian Sea", de profundidade sonora enlouquecedora, além de belíssimo solo de guitarra com doses nada moderadas de psicodelia .

No segundo disco, o delírio de "Altamont" é condizente com a época. Já a paranoica "The Wedding Of The Lamb" é o que aconteceria se a cena krautrock fosse grega. 

Não dá para passar indiferente diante do orgasmo da atriz Irene Papas em "", capaz de deixar Jane Birkin com inveja. Tudo para desaguar no épico cacofônico "All The Seats Were Occupied". Finalizando solenemente, a balada "Break".

Esse sui generis disco é hoje um clássico, sendo considerado pela revista Record Collector o melhor do selo Vertigo. Verdade ou não, eis o juízo final definitivo da história da música.

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