segunda-feira, 7 de agosto de 2017

NOS 75 ANOS DO CAETANO VELOSO, MINHAS MÚSICAS PREDILETAS DO ARTISTAS

Post dessa semana no Maria D'escrita

Poucos meses atrás, fiz um post sobre o Gilberto Gil em seu aniversário selecionando minhas canções prediletas do artista. Hoje decidi abordar o Caetano no mesmo molde.

Vale reparar como a carreira do Caetano é bem mais regular que a do Gil.

Reforçando que a lista não se trata das "melhores" ou mais importantes canções do compositor baiano, mas sim das minhas prediletas.


Tropicália
"Eu organizo o movimento" é uma das frases que melhor explica o papel do Caetano na cultura brasileira (para o bem e para o mal). Adoro também todo o instrumental cheio de fusões incomuns para a época (música regional, concreta e psicodélica). Tremendo arranjo. É a chegada da vanguarda na canção popular brasileira. Ainda hoje impressionante.

Lost In The Paradise
O lindo arranjo do Duprat, a melodia, a dinâmica crescente, o clima psicodélico (e até mesmo hippie)... gosto muito.

Não Identificado
Uma das melodias mais bonitas do Caetano, recortada pela guitarra espetacular do Lanny Gordin. O refrão é de intensidade absoluta e se contrapõe a delicadeza dos versos. É o seu "momento Jovem Guarda". Ótima gravação.

Acrilirico
Verdade seja dita, mais mérito do Rogério Duprat que do Caetano. Não que a letra (por sinal, bastante inspirada pela poesia concreta) não seja ótima, mas é o arranjo cheio de colagens sobrepostas e a soberba orquestração inicial que saltam aos ouvidos.

You Don't Know Me
Poucos discos brasileiro tem uma abertura melhor que o Transa (1972) - o tal álbum londrino do Caetano -, guiado pelo balanço sexualmente vagaroso de "You Don't Know Me". Adoro o clima espontâneo da gravação.

Qualquer Coisa
Uma letra que não diz nada com nada, mas que vale pela poética sonora das palavras, encaixadas numa ótima melodia. Uma exemplo das complexas métricas que ele cria. O arranjo também é especial (mais uma vez).

Um Índio
Adoro a letra, simples assim. [1]. Emocionante.

Sampa
Carne de vaca, mas tão bem escrita que não consegui deixar de fora.

Oração Ao Tempo
Uma melodia certeira e interpretação singela para uma letra lindíssima. O cancioneiro popular no auge da beleza.

Cajuína
Um pequeno verso narrando poeticamente o emocionante encontro do Caetano com o pai do Torquato Neto. De chorar de tão bem escrito.

Outras Palavras
Encaixar uma letra tão inventiva num arranjo pop (e funky) é para poucos. Sem contar que tem aquele vibrato vocal tão legal e característico do Caetano.

Rapte-me, Camaleoa
A Maria Gadú quase conseguiu estragar minha relação com a canção, mas basta ouvir o baixo (Arnaldo Brandão) e a craviola (Perinho Santana) da versão original que eu volto a adorar a música. A Outra Banda da Terra é foda.

Ele Me Deu Um Beijo Na Boca
Sete minutos de delírio pop.

Queixa
Conheci ainda quando criança através de alguma novela. Achava um saco. Hoje adoro. A Outra Banda da Terra tá soando redondíssima.

Uns
Adoro a letra, os acordes de guitarra, as vozes sobrepostas. É uma produção criativa.

Eclipse Oculto
Seria essa sua melhor canção pop? É possível. Alto astral total, à la "Canary In A Coalmine" (The Police).

O Quereres
Adoro a letra, simples assim. [2]. E o baixo do Arnaldo Brandão também.

Língua
A gravação é um tanto quanto cafona e datada, mas quando ouvi pela primeira vez a letra me impressionou de cara, qualidade essa que não perdeu força. Gosto da participação da Elza Soares.

Eu Sou Neguinha?
Um dos raros exemplos de reggae interessante feito no Brasil.

O Estrangeiro
O arranjo, a letra, os timbres... acho tudo muito criativo e complexo.

Circulado de Fulo
Um ótimo exemplo da influência moura na música nordestina. Adoro a melodia e a letra.

Ela Ela
Experimento poético e vocal somado as barulheiras guitarristicas do Arto Lindsay. Interessante pensar que o Caetano talvez tenha sido o artista brasileiro que melhor entendeu a cena no wave.

Santa Clara Padroeira da Televisão
Mais uma letra excelente num instrumental de clima envolvente. Adoro os violões.

O Cu do Mundo
Mais uma do Circulado (1991). Vou evitar elogiar a letra e destacar o baixo do Tavinho Fialho e a guitarra do Arto Lindsay. Como curiosidade, tem participação tanto da Gal Costa como do Gilberto Gil no coro.

Outro
Poderia colocar várias do (2006), mas deixo essa como a melhor e mais representativa do Caetano do século XXI, o Caetano moderno, indie e, de certa forma, rockeiro.

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