sexta-feira, 30 de junho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Hella, The Cure, Vencedores Por Cristo e Siege

HELLA
Como o Zach Hill toca, não?

THE CURE
Primeira aparição da icônica banda na televisão. Desde sempre ótimos. Muito legal.

VENCEDORES POR CRISTO
Encontrei uma lista de "100 Maiores Álbuns da Música Cristã Brasileira". Fui ver qual era o primeiro e lembrei que o Ed Motta já o elogiou. Peguei para ouvir o De Vento em Popa (1977). Não é minha onda, mas vale pela curiosidade.

SIEGE
Meio veio a mente "qual seria a banda precursora do grindcore?". Numa busca rápida cheguei ao álbum Drop Dead (1984) do Siege. Alguns chamam o estilo de powerviolence. Seja o que for, o disco é bem legal.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

NOS 75 ANOS DE GILBERTO GIL, MINHAS MÚSICAS PREDILETAS DO ARTISTA

Post dessa semana no Maria D'escrita

Título do post autoexplicativo. E como o assunto é longo, vou direito a lista. Está em ordem cronológica:


Domingo No Parque
Momento chave da música popular brasileira. A grande projeção do tropicalismo em meio ao Festival Record de 1967. Com direito a arranjo crescente de Rogério Duprat e participação dos Mutantes. A construção da letra é sensacional.

Cérebro Eletrônico
Guitarras do Lanny Gordin em uma das canções mais rockeiras e grooveadas do Gilberto Gil. Ponto alto da psicodelia no Brasil. [1] Isso sem mencionar a letra extremamente bem sacada.

17 Légua E Meia
Guitarras do Lanny Gordin em uma das canções mais delirantes e grooveadas do Gilberto Gil. Ponto alto da psicodelia no Brasil. [2]

Objeto Semi-Identificado
Uma das faixas mais esquisitas da canção popular. Uma espécie de "Revolution 9" tupiniquim. Texto e colagens sonoras altamente experimentais. Mais uma vez com as mãos do Rogério Duprat.

Back In Bahia
Considero que o Gil não foi tão produtivo (ao menos no que diz respeito aos discos) no período do exílio quanto o Caetano Veloso. Todavia, quando voltou ao Brasil, lançou essa pérola que transmite brilhantemente todos seus sentimentos enquanto vivia em Londres. Um perfeito blues-mpb. 

O Canto Da Ema
Um forró rockeiro contagiante. Não sei o que gosto mais: o canto rápido de Gil, as guitarras de Lanny ou o solo de baixo do Bruce Henri.

Chiclete Com Banana
Gravação genial em referência direta a influência do Jackson do Pandeiro ao trabalho do Gil. Adoro a elegância do ritmo e da interpretação. Fora que "só ponho bebop no meu samba quando tio Sam pegar no tamborim" é o único ufanismo possível na canção popular em meio a ditadura militar.

Ele e Eu
O que é mais delirante, a letra ou o instrumental? De certeza, apenas que os elementos se completam maravilhosamente. 

Sai Do Sereno
Um forró de letra divertidíssima e passagens não menos que geniais do baterista Tutty Moreno.

Oriente
Sei que estou colocando muitas músicas do mitológico disco Expresso 2222 (1972), mas não consigo ignorar o violão brilhante de Gil em "Oriente". Beira o absurdo.

Essa É Pra Tocar No Rádio
Música do espetacular Refazenda (1975), um álbum bem mais pop, embora não menos interessante. Todavia, lá para o meio do disco, chama atenção uma faixa de ritmo complexo e grande estranheza sarcasticamente batizada de "Essa É Pra Tocar No Rádio".

Ela
De balanço esplêndido, essa composição é uma linda declaração de amor à música.

Refazenda
Um tremendo arranjo orquestrado (assinado pelo Perinho Albuquerque) fazendo cama para uma linda e lúdica poesia, de apelo quase infantil. Adorável.

Lamento Sertanejo
Meio sertanejo, meio forró. Melodia lindíssima, texto emocionante. Parceria com o Dominguinhos.

Realce
Hoje pode soar um tanto quanto datada, mas quando "Realce" tocou pela primeira vez nas rádios, os ouvintes logo perceberam que finalmente uma música brasileira tinha a qualidade sonora equivalente as produções internacionais. Isso porque a música foi masterizado nos EUA, gravada por experientes músicos de estúdio (integrantes da banda Toto) e com arranjo do Jerry Hey (que trabalhava com Earth, Wind & Fire). Sem contar que a canção é um pop de refrão contagiante.

Palco
O pop perfeito. Tremendo groove, arranjo de metais cheio de cores e um "papapa" irresistível no refrão.

Drão
Sua mais bonita balada. Além da melodia impecável, emociona sua letra que aborda com amor o tema da separação.

Esotérico
É incrível como o Brasil, embora tenha muitas semelhanças com a Jamaica, não consegue produzir reggae de qualidade. Há exceções, claro. Essa é uma. Destaque para a linda melodia vocal.

Não Tenho Medo Da Morte
Confesso que não conheço suficientemente os discos do Gilberto Gil feitos após o Raça Humana (1984), mas essa faixa especifica chamou minha atenção quando tive a oportunidade de assistir seu show ao lado do Caetano. Num silêncio perturbador, Gil recitou a bela letra enquanto construía o clima sombrio com pequenos toques ao violão. Espetacular!

quinta-feira, 22 de junho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Atahualpa Y Us Panquis, Iorio Y Flavio, Johnny Hiland e Giorgia Angiuli

ATAHUALPA Y US PANQUIS
Manja o Miranda, aquele produtor figuraça que trabalhou com Raimundos, Gabi Amarantos e tantos outros? Pois então, se ligue nessa banda que ele tinha. Tosquice sensacional!

IORIO Y FLAVIO
Um amigo recomendou o disco Peso Argento (1997) do Iorio (V8) com o Flavio (Los Fabulosos Calillacs) e eu fui conferir. O que mais gostei mesmo foram as guitarras do Claudio Marciello. É uma boa pedida.

JOHNNY HILAND
Quando estudava guitarra com mais seriedade, tive uma fase de pesquisar bastante country music. Esse guitarrista era um dos que mais chamava a minha atenção. É bom relembrar.

GIORGIA ANGIULI
Conheci a música dessa produtora por acaso no YouTube. Gostei muito. Estou aberto a qualquer recomendação de som nessa linha.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

TEM QUE OUVIR: Norah Jones - Come Away With Me (2002)

De tempos em tempos surge na música POP algo surpreendente. Come Away With Me (2002) da Norah Jones foi um desses momentos. Por mais que muitos considerem o álbum inofensivo, sua ascensão em meio a um mercado infestado de cópias da Britney Spears foi um espanto.


Sem dançar, ao piano e com canto contido, o álbum revela logo de cara o hit jazzistico "Don't Know Why", assegurando ao disco 10 milhões de cópias somente nos EUA, sendo a artista da icônica gravadora Blue Note a mais vender um disco. Aqui no Brasil, foi até trilha sonora de novela.

Mas a obra apresenta um leque sonoro ainda mais variado. Sendo filha do ícone da música indiana Ravi Shankar, Norah Jones encanta e surpreende ao mapear sonoramente a música ocidental. As divas da música folk parecem encarnar em sua doce voz em "Seven Years". Já em "Cold Cold Heart" ela traz ao século XXI a música de Hank Williams, ainda que invocando sonoridades acústica do inicio do jazz. Alias, fica o destaque para a produção orgânica e enxuta de todo o disco, feita no auge das evoluções tecnológicas de gravação.

Outro compositor revisitado é Hoagy Carmichael, vide a esplendida "The Nearness Of You", onde em cima de bela harmonia, Norah parece soprar em nossos ouvidos a letra da canção. É não menos que maliciosa a interpretação de "I've Got To See You Again", feito originalmente para uma stripper.

Entre outros destaques está o convite sexual "Come Away With Me", a apaixonante "Turn Me On" e "The Long Day Is Over", com direito a delicada guitarra de Bill Frisell.

Nem tanto ao POP, nem tanto ao jazz, Norah Jones seguiu um caminho próprio de muitíssimo bom gosto. Quem dera toda música de valor questionável fosse assim.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O FESTIVAL DA MÚSICA NO CINEMA COMEÇOU!

Post dessa semana no Maria D'escrita

Hoje o papo aqui vai ser curto. Menos conversa e mais recomendações, já que começou o In-Edit (Festival Internacional do Documentário Musical) e os filmes em cartaz têm muito mais há dizer do que eu.
Segue uma lista com os filmes que mais chamaram a minha atenção:

Rough Cut And Ready Dubbed
Alguns jovens garotos ainda viviam a descrença no futuro e os problemas das ruas. O punk rock havia sido feito para eles, mas o auge do estilo já havia passado. Eis a história sociocultural do post-punk de grupos como Sham 69 e Stiff Little Fingers.
- Cine Olido, 20/06 (15h)

The Decline Of Western Civilization
Um retrato definitivo da cena punk rock de Los Angeles. Estrelando: Black Flag, Circle Jerks, The Germs, X, dentre outros.
- Cine Olido, 20/06 (19h)

I Called Him Morgan
Aos 16 anos ele já tocava com Dizzy Gillespie. Foi para a banda do Art Blakey e moldou a sonoridade da Blue Note. Mas aos 33 anos sua esposa o assassinou em um clube de jazz. A história de um brilhante trompetista envolto as misteriosas circunstâncias de sua morte.
- Cine Sesc, 20/06 (21h30)

Bill Frisell: A Portrait
Bill Frisell é um dos mais talentosos e subestimados guitarristas dos últimos 30 anos. Ele passeia pelo jazz, rock e música experimental com incrível competência e naturalidade. Só por esse motivo já vale a pena assistir um filme sobre ele. Um verdadeiro anti-herói da guitarra!
- Cine Olido, 21/06 (17h)

I Am Thor
Nunca ouvi falar sobre esse filme, mas, ao que consta, narra a bizarra história do Jon Mikl Thor, um figurão fisiculturista que sempre esteve à beira do sucesso, mas acabava esbarrando em algum obstáculo. Para quem curte enredos reais tragicômicos e o som fanfarrão de grupos como o Slade, é prato cheio. Eu adoro!
- Cine Sesc, 21/06 (17h)

One More Time With Feeling
Com direção do Andrew Dominik, o filme mostra o processo de composição e gravação do Skeleton Tree, primeiro disco do brilhante Nick Cave após a trágica morte de seu filho. Doloroso e intenso.
- Cine Sesc, 21/06 (19h15)

Rumble - The Indians Who Rocked The World
Algo que sempre me atentei, pouco ouvi falar, mas finalmente chegou ao cinema: a influência dos nativos americanos no rock.
- Cine Olido, 22/06 (17h)

Sotaque Elétrico
Do pau-elétrico ao rock moderno: a história da guitarra brasileira. Estrelando: Lanny Gordin, Armandinho, Aldo Sena, Heraldo do Monte, Carlini, Kiko Loureiro, Lúcio Maia, Pepeu Gomes, dentre outros. Pessoalmente confesso que é o que mais quero assistir.
Cine Olido, 23/06 (15h)

Breaking A Monster
Garotos de 13 anos formam uma banda de speed metal (Unlocinkg The Truth) e são agenciados por um ex-Disney (manager do Jonas Brothers) com método de trabalho questionável. Eles tocam nas ruas e sonham com os grandes palcos do mundo. O resultado alcançado a gente confere no filme.
- Matilha Cultural, 23/06 (15h30)

Botinada! A Origem do Punk no Brasil
Nome autoexplicativo! Vale lembrar que esse ótimo filme tem direção do Gastão Moreira.
- Cine Olido, 24/06 (19h)

Loki: Arnaldo Baptista
A história de um dos maiores personagens da música brasileira. Narra desde sua infância, passando pelo tropicalismo, os Mutantes (claro!), sua brilhante carreira solo, além de percorrer por suas atribulações pessoais. Um dos meus filmes brasileiros prediletos. Emocionante.
- Cinemateca Brasileira - Sala Petrobrás, 24/06 (17h15)

Punk Attitude
Quer saber o que o sempre atuante Don Letts tem à dizer sobre o punk rock (do som explosivo de Detroit até a ida para a Inglaterra e o espirito/fúria DIY)? Veja aqui!
- CCSP, 25/06 (17h30)

Sem Dentes! O Banguela Record e a Turma de 1994
A ascensão e queda do rock alternativo legitimamente brasileiro ao mainstream na década de 1990. Com direito a histórias divertiras envolvendo Titãs, Miranda, Raimundos, Mundo Livre S/A, Little Quail, o jornalismo da BIZZ e as grandes gravadoras (além dos pequenos selos).
- CCSP, 24/06 (15h)

Chasing Trane: The John Coltrane Documentary
A história de um dos maiores ícones da música de todos os tempos. Se tiver 1 minuto de imagem dele tocando já vale a pena assistir.
Cinemateca Brasileira - Sala BNDS, 24/06 (18h)

Imagine Waking Up Tomorrow And All Music Disappeared
O inquieto Bill Drummond (fundador do KFL, criador do trance, topo das paradas britânicas e queimador literalmente de 1 milhão de libras) ressurge com uma proposta: um coro vocal onde os integrantes devem apagar suas memórias musicais. Me deixou confuso e curioso!
- Cine Olido, 25/06 (14h)

Hated: GG Allin & The Murder Junkies 
O filme sobre o personagem mais asqueroso da história da música! Comia bosta, agredia o público, se cortava, foi inúmeras vezes preso, viciado em heroína, anunciava seu suicídio no palco, defendia ideologias imorais, morreu jovem e tinha amigos (além de fãs) quase tão estranhos quanto ele. A música era uma merda, mas a história é imperdível.
- Infelizmente já saiu de cartaz, mas é possível encontrar legendado no YouTube.

Façam seus roteiros!

quarta-feira, 14 de junho de 2017

TEM QUE OUVIR: Serge Gainsbourg - Histoire de Melody Nelson (1971)

Poucos homens são páreo para Serge Gainsbourg. Cantor, compositor, cineasta, pintor, provocador e "galã-feio", o artista francês chamou atenção devido sua relação com a musa das musas, Brigitte Bardot. Abandonado por ela, afagou a tristeza na bebida e renasceu através de um novo amor, novamente com uma beldade, a Jane Birkin. De tal relação amorosa (ou apenas explicitamente sexual) veio o hit pornô-kitsch, "Je T'Aime... Moi Non Plus" (1968). Todavia, a parceria rendeu mais que a pioneira e maliciosa "canção de motel", sendo o álbum Histoire de Melody Nelson (1971) um clássico do yé-yé, o tipico pop francês.


A linda capa - que mais parece um pôster de filme -, contendo a jovem Jane Birkin de topless abraçando um macaquinho de pelúcia, é o primeiro ato erótico da obra. Musicalmente, o épico "Melody" eleva ao limite o potencial sexy que uma canção pode alcançar.

Com arranjos do maestro Jean-Claude Vannier, todo a magia musical de Gainsbourg ganha a força de enormes orquestrações, além da densidade delirante das guitarras tocadas pelo lendário Big Jim Sullivan, o ritmo hipnótico da bateria do Dougie Writh e os baixos opacos do Herbie Flowers.

Intercalando entre o canto ao pé do ouvido e suspiros orgasmáticos, está a interpretação maravilhosa - tanto de Serge quanto de Jane - em "Ballade de Melody Nelson". Muito mais galanteador que meramente carnal é o clima criado na dobradinha "Velse de Melody" e "Ah Melody".

Em meio a gargalhadas e gritinhos lúbricos, Jane parece se deliciar no clima funkeado de "En Melody". Tudo é arrebatado na grandiosa "Cargo Culte", com direito a coro de vozes celestial.

O disco não vendeu muito, mas com o passar dos anos foi sendo redescoberto, sendo hoje um cult, amado por integrantes do Air, Beach House, Franz Ferdinand, além de Nick Cave, Beck, David Holmes e Edgard Scandurra.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Coven, Moto Perpétuo, Unsane e Bikini Kill

COVEN
Sempre que ouço falarem do Coven é sobre eles serem precursores de temas macabros, além de algumas coincidências com o Black Sabbath (vide o baixista chamar Oz Osborne e a primeira música do disco chamar Black Sabbath). Mas o grupo tem muita personalidade. É um folk lisérgico do inferno. Bem legal.

MOTO PERPÉTUO
O disco foi relançado e, após ter escutado há bons 10 anos atrás, peguei para reouvir. Confesso que não lembrava que era tão bom. Dos melhores do progressivo brasileiro. Pra quem não sabe, era a banda do Guilherme Arantes antes da sua carreira solo.

UNSANE
Daquela safra do metal alternativo que ainda pouco conheço, mas tudo que ouço gosto. Scattered, Smothered & Covered (1995) é sem dúvida um dos melhores discos dessa cena.

BIKINI KILL
Assisti já faz algumas semanas o documentário da Kathleen Hanna. Logo, foi inevitável pegar Le Tigre e Julien Ruin para ouvir, que nada conhecia. Mas a minha preferência ainda é o Bikini Kill. Que banda legal, não?

TEM QUE OUVIR: Lulu Santos - O Ritmo Do Momento (1983)

Quando se fala em rock nacional, a cabeça da maioria das pessoas vai direto para a década de 1980. Claro que o gênero já existia no Brasil desde muito antes, mas é verdade também que foi nos anos 80 que ele se consolidou no mercado, sendo um reflexo da cultura pop jovem.


Se grupos como João Penca & Seus Miquinhos Adestrados e Blitz já sinalizavam para a nova onda, foi Lulu Santo que deu o polimento (e refinamento) estético ao estilo e consagrou o BRock como algo possível.

Com 30 anos nas costas, Lulu era jovem demais para ser hippie e velho demais para ser punk. Foi progressivo no supergrupo obscuro Vimana (que tinha também Ritchie e Lobão), mas não alcançou sucesso. Se encontrou ao estourar em Tempos Modernos (1982).

Lançado um ano depois, O Ritmo Do Momento (1983) é muito melhor acabado. Mérito do produtor Liminha, que após voltar de uma viagem dos EUA - onde masterizou o álbum Luar do Gilberto Gil -, chegou repleto de equipamentos, desenvolvendo uma sonoridade ainda não vista no Brasil.

Com um livro guia de composição e muito talento, Lulu deixou (um pouco) de lado sua virtuosidade guitarristica em prol da música pop, criando verdadeiros hits. Logo de cara "Advinha O Que", dona de um groove irresistível. Na sequencia temos "Um Certo Alguém", de harmonia elaborada, belo arranjo de guitarras (ótimos slides, bom riff), estupenda linha de baixo e refrão envolvente.

Assim como a capa do disco, "Você Teima" é a completa apropriação da new wave pelo Brasil, uma ainda novidade em terras tupiniquins. Todavia, o grande sucesso foi "Como Uma Onda - Zen Surfismo", que se por um lado é um bolero cafoníssimo, por outro embalou muita rodinha de violão envolto a fogueira no Rio de Janeiro da época.

Entre outros destaque estão a divertida "Chicana" (ótimo solo de guitarra!), a instrumental "Tudo Mais" e a dançante "O Ritmo do Momento", todas trazendo como banda de apoio músicos como Ivan Mamão Conti e Serginho Herval (bateria), Leo Gandelman (sax), além do próprio Liminha (baixo).

A partir daqui Lulu virou guru de uma geração. Produziu Titãs e Kid Abelha, foi enaltecido pelos Paralamas e é ainda hoje um dos grandes artesãos de sucessos, goste você ou não.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

ACHADOS DA SEMANA: Agitation Free, Miles Davis, Paul McCartney e Toy Dolls

AGITATION FREE
Ainda que bastante obscuro, Malesch (1972) é um dos melhores discos de krautrock que já escutei. Ultra recomendado para quem se interessa pelo o estilo.

MILES DAVIS
O gênio do jazz já na década de 1980. Em sua banda nomes como Darryl Jones (baixista atual do Rolling Stones) e John Scofield (excelente guitarrista). O álbum Decoy (1983) é espetacular, embora pouco lembrado dentro da sua vasta discografia

PAUL MCCARTNEY
Flowers In The Dirt (1989) é bastante lembrado por ser o disco da parceria do Paul com o Elvis Costello. Todavia, para mim o que vale mesmo é essa linha de baixo:

TOY DOLLS
Banda de punk rock que pouco escuto, mas sempre que faço, acho legal demais. Tem muito de rock n' roll da década de 1950 no som deles. Fora que é o Michael "Olga" Algar é um guitarrista bem competente. O disco de estreia é divertidíssimo.