quarta-feira, 18 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Thin Lizzy - Jailbreak (1976)

O Thin Lizzy é cultuado na Irlanda desde o seu primeiro disco. Com elementos de hard rock, heavy metal, r&b e da música tradicional do país - além de um clima etílico típico dos pubs locais -, a banda transcendeu o sucesso local para tornar-se um fenômeno global. Isso se deu no clássico Jailbreak (1976), sexto lançamento do grupo, dono de capa estupenda.


Liderado por Phil Lynott, o baixista/vocalista/compositor de voz potente e groove natural, o grupo reúne neste disco composições com a maturidade e a potência necessária que qualquer banda de hard rock deveria atingir, embora poucas consigam.

"Jailbreak" abre o disco evidenciando riff e refrão fáceis e pegajosos. Não por acaso a faixa tornou-se um sucesso. Outro hit avassalador é "The Boys Are Back In Town", dona de linha de baixo elegante e aquele estilo vocal "meio falado" tão característico de Phil. Faixas como "Runnin Back" e "Romeo And The Lonely Girl" também se mostram bastante acessíveis, principalmente pela força de seus refrães.

Em "Angel From The Coast", paralelo a um groove dançante, a dupla de guitarras formada Brian Robertson e Scott Gorham despeja melodias dobradas que tanto influenciaram grupos como Iron Maiden. Em termos de guitarra, é impossível também não destacar a faixa "Warriors" e a pesada "Emerald".

Todavia, nada consegue soar melhor que "Cowboy Song", canção dona de dinâmica crescente, refrão cativante, guitarras melodiosas/rockeiras e a voz potente de Phil Lynott em um de seus grandes momentos.

Pouco depois o grupo se consagraria com o ao vivo Live And Dangerous (1978), disco também excelente, mas repleto de overdubs, sendo assim preferível ouvir as canções em sua forma original de estúdio.

Neil Young: 7 músicas para 7 décadas de vida

Minha coluna dessa semana no Maria D'escrita:

Nos últimos dias, dezenas de sites homenagearam os 70 anos de um dos maiores compositores do século: Neil Young. O Maria D’escrita não ficou de fora dessa.


O artista canadense de obra indispensável percorreu por diversos estilos durante sua longa carreira. Folk, country rock e hard rock, chegando até mesmo a ser o precursor da sonoridade grunge.

Tentarei reunir neste post não necessariamente as melhores canções de Neil, mas sim traçar uma resumida linha do tempo de um artista inquieto e extremamente influente. Tarefa difícil. Sem mais delongas, vamos as músicas:

1: Buffalo Springfield – Broken Arrow (1967)
Logo no início de carreira, Neil Young se viu cercado de ótimos músicos/compositores no lendário grupo Buffalo Springfield, que revelou não somente ele, mas também Richie Furay, Jim Messina, Stephen Stills e outros personagens importantes da música. A fusão proposta de folk rock, pop e rock psicodélico é maravilhosa. O grupo não fez tanto sucesso, mas deixou trabalhos hoje cultuados.

2: Neil Young & Crazy Horse – Down By The River (1969)
Como uma espécie trovador caipira, Neil Young deu luz a sua carreira solo acompanhado pelo espetacular grupo Crazy Horse. Com eles, durante toda a década de 1970, gravou álbuns não menos que clássicos, sendo o primeiro deles um dos meus prediletos.

3: Crosby, Stills, Nash & Young – Helpless (1970)
Em 1970, Neil se juntou aos já cultuados Crosby, Stills & Nash - sendo o Stills aquele do já citado Buffalo Springfield -, para lançar um trabalho emblemático na discografia mundial: Déjà-Vu. O álbum é um apanhado de canções memoráveis, de doçura acústica intensa.

4: Neil Young – Heart Of Gold (1972)
Em 1972, diante de tragédias pessoais e tristeza profunda, Neil lançou seu maior sucesso comercial. O disco Harvest, repleto de baladas folks preciosas, despontou principalmente devido o hit “Heart Of Gold”.

5: Neil Young & Crazy Horse – Cortez The Killer (1975)
Algo importante de salientar sobre Neil Young é que, além de compositor brilhante, ele é também um guitarrista subestimado. A prova disso está no épico solo de “Cortez The Killer”, presente no indispensável álbum Zuma (1975). A faixa desmistifica o conquistador espanhol Hernán Cortés.

6: Neil Young & Crazy Horse – My My, Hey Hey (Weld) (1991)
Se a década de 1980 foi para Neil marcada por trabalhos irregulares, logo ele se reinventou abusando de sua fúria de lenhador. Com som bastante encorpado, influenciou grupos como Pearl Jam e Mudhoney, apadrinhando diretamente o grunge. Embora com excelentes discos de estúdio, o ao vivo Weld (1991) é o que mais me emociona. Poucas vezes na história do rock uma banda soou tão visceral. O público responde a toda essa energia vinda do palco com mais intensidade ainda. Um registro magnifico do poder da música. Já sobre a faixa “My My, Hey Hey”, é interessante lembrar que ela traz uma das frases que Kurt Cobain usou em sua carta de suicídio (“É melhor queimar de uma vez do que se apagar aos poucos”). O riff areoso da canção é um dos meus prediletos.

7: Neil Young & Crazy Horse – Le Noise (2010)
Um disco recente do Neil que mostra que ele ainda pode ser relevante, ousado e barulhento.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Stevie Wonder - Talking Book (1972)

O início da década de 1970 foi ultra produtivo para o Stevie Wonder. Com singles de sucesso, amadurecimento artístico, acesso a novas tecnologias de gravação e com a Motown dando o aval para que ele tivesse autonomia com relação a sua obra, Stevie se inspirou e ofereceu ao público preciosidades como o Talking Book (1972).


Com overdubs a disposição, Stevie Wonder pouco utilizou outros músicos, sendo que quando fez, era para explorar talentos específicos, vide a primorosa participação do guitarrista Jeff Beck em "Lookin For Another Pure Love". Todavia, é preciso lembrar que ao seu lado estavam os inventivos Robert Margouleff e Malcolm Cecil, ajudando-o a programar os sintetizadores.

Stevie se enclausurou no estúdio com as composições, finalizou os arranjos e tocou 95% dos instrumentos. Essa amostra de talento e confiança se fez valer nas espetaculares "You And I (We Can Conquer The World)", uma balada linda de harmonia perfeita; "Big Brother", onde ele demonstra seu conhecido talento com a gaita; e na clássica "I Believe (When I Fall In Love It Will Forever)", que eleva ao nível de genialidade a dor de cotovelo.

Ainda que conte a guitarra especial/estridente de Ray Parker Jr, o que chama atenção em "Maybe You Baby" é o arranjo para backing vocals, explorando sua tessitura absurda, além da linha de baixo ultra swingada extraída de um Moog Bass.

Mas o timbre que melhor define o álbum é o do clavinet Hohner, presente por exemplo na não menos que genial "Superstition", canção de groove acachapante. A faixa foi crucial para alavancar as vendas do disco.

Outro mega hit é "You Are The Sunshine Of My Life", que abre o álbum num arranjo crescente em clima de jam, ressaltando sua leveza latina e espetacular melodia.

Poucas são as canções da música pop melhores que a sofisticada "You've Got It Bad Girl" e a melosa "Blame It On The Sun", uma balada dilacerante sobre fim de relacionamentos (no caso de Stevie, o término foi com a cantora Syreeta Wright).

Após o lançamento do disco, Stevie Wonder caiu na estrada com os Rolling Stones. Sete meses depois ele já apareceu com outro clássico fundamental: Innervisions. Mas aí é história para um próximo "Tem Que Ouvir"

sábado, 14 de novembro de 2015

Coletânia de música POP brasileira

Inspirado no texto de hoje da coluna do André Barcinski, onde ele postou sua coletânea pessoal que usa para atrair seus filhos para música pop brasileira (da maneira mais ampla que esse rótulo pode englobar), decidi fazer a minha playlist, embora nem filho tenha.

Na verdade, eu apliquei um raciocínio um pouco diferente. Pensei em canções que estão no subconsciente coletivo. Para uma nova criatura, essa consciência tem que vir de algum lugar.


Muitas canções se repetem em ambas listas (clássico é clássico). Por outro lado, eu inclui nomes do samba, pagode, sertanejo e axé que não podem ficar de fora quando o assunto é pop brasileiro. Tentei também abranger a canção brasileira pré 1967, período tão valioso na nossa história musical, embora nem sempre valorizado.

Sem mais papo furado, tá ai. Uma música por artista. Não necessariamente as melhores de cada, mas todas tentando explorar o lado lúdico de uma criança.

14 Bis - Bola de Meia, Bola de Gude
A Cor do Som - Zanzibar
Adoniran Barbosa - Samba do Arnesto
Adriana Calcanhoto - Esquadros
Agnaldo Timóteo - Os Verdes Campos da Minha Terra
Agnaldo Rayol - Minha Gioconda
Alceu Valença - Morena Tropicana
Alcione - Não Deixe O Samba Morrer
Almir Guineto - Conselho
Almir Ricardi - Tô Parado Na Tua
Almir Rogério - Fuscão Preto
Almôndegas -  Vento Negro
Altemar Dutra - Sentimental Demais
Alypyo Martins - Piranha
Amelinha - Frevo Mulher
Antonio Carlos & Jocafi - Você Abusou
Antônio Marcos - O Homem de Nazareth
Angela Ro Ro - Amor Meu Grande Amor
Angelo Maximo - Domingo Feliz
Aracy de Almeida - Camisa Amarela
Ara Ketu - Ara Ketu Bom Demais
Arthur Verocai - Na Boca do Sol
Art Popular - Telegrama
Ary Barroso - Aquarela do Brasil
As Marcianas - Porque Brigamos
Ataulfo Alves - Na Cadência do Samba
Ave Sangria - O Pirata
Azul 29 - Vídeo Game
Azymuth - Linha do Horizonte
Baden Powell & Vinícius de Moraes - Canto de Ossanha 
Banda Black Rio - Maria Fumaça
Banda de Pau e Corda - Esperança
Banda Eva - Beleza Rara
Banda Mel - Baianidade Nagô
Barão Vermelho - Pro Dia Nascer Feliz
Bebeto - Morte da Sandália de Couro
Belchior - Medo de Avião
Benito Di Paula - Charlie Brown
Beth Carvalho - Vou Festejar 
Beto Barbosa - Adocica
Beto Guedes - Feira Moderna 
Black Junior's - Mas Que Linda Estás
Blitz - Você Não Soube Me Amar
Boca Livre - Toada
Brazilian Genghis Khan - Rasputin
Brylho - Noite de Prazer 
Caetano Veloso - Eclipse Oculto
Calypso - A Lua Me Traiu
Camisa de Vênus - Passatempo
Capital Inicial - Música Urbana
Carlinhos Brown - A Namorada
Carlos Alexandre - A Cigana
Carlos Dafé - De Alegria Raiou O Dia
Carmen Miranda - Tico-Tico No Fubá
Cartola - O Mundo É Um Moinho
Casa das Máquinas - Vou Morar No Ar
Cassiano - Coleção
Cauby Peixoto - Conceição 
Celly Campelo - Banho de Lua
Céu - Comadi
Charlie Brown Jr. - Quinta-Feira
Chico Buarque - A Banda
Chico César - Á Primeira Vista
Chico Science & Nação Zumbi - Maracatu Atômico
Chitãozinho & Xororó - Coração Sertanejo
Chrystian & Ralf - Nova York
Cidadão Instigado - Como As Luzes
Cidade Negra - Firmamento
Claudinho & Buchecha - Conquista
Claudia Telles - Fim de Tarde
Clara Nunes - O Mar Serenou
Clementina de Jesus - Marinheiro Só
Cólera - Medo
Criolo - Subirusdoistiozin
Cyro Monteiro - Falsa Baiana
Dalto - Muito Estranho (Cuida Bem De Mim)
Dalva de Oliveira - Bandeira Branca
Daniela Mercury - O Canto da Cidade
Deborah Blando - Unicamente
Defalla - Não Me Mande Flores
Demetrius - O Ritmo da Chuva
Di Melo - Kilario 
Djavan - Flor de Lis
Dj Patife - Sambassim
Dj Marlboro / Jack e Chocolate - Um Morto Muito Louco
Dolores Duran - A Banca do Distinto
Dominguinhos - Eu Só Quero Um Xodó
Dom Salvado & Abolição - Hei! Você
Doris Monteiro - É Isso Aí
Dudu França - Grilo Na Cuca 
Ed Motta - Colombina 
Ednardo - Pavão Mysterioso
Eduardo Araújo - O Bom
Eduardo Dussek - Nostradamus
Egberto Gismonti - Palhaço
Egotrip - Viagem Ao Fundo do Ego
Elis Regina - Velha Roupa Colorida
Elizeth Cardoso - Outra Vez
Elson do Forrogode - Talismã
Elza Soares & Miltinho - Com Que Roupa
Emilio Santiago - Verdade Chinesa
Erasmo Carlos - Masculino Feminino
Evaldo Braga - Sorria, Sorria
Evinha - Espera Pra Ver
Exaltasamba - Desliga e Vêm
Exporta Samba - Reunião de Bacana
Fábio Jr. - Alma Gêmea
Fafá de Belém - Vermelho
Fagner - Deslizes
Fat Family - Eu Não Vou
Fernanda Abreu - Sla Radical Dance Disco Club
Fernanda Porto - Só Tinha de Ser Com Você
Fernando Mendes - Você Não Me Ensinou A Te Esquecer 
Francisco Alves / Mario Reis - Fita Amarela
Frenéticas - Dancin' Days
Fausto Fawcett - Kátia Flávia
Gal Costa - Festa do Interior
Gang 90 & Absurdetes - Perdidos Na Selva
Garotos Podres - Papai Noel Velho Batuta
Genival Lacerda - Radinho de Pilha
Geronimo Santana - Eu Sou Negão
Gerson King Combo - Mandamento Black
Gilberto Gil - Palco
Gilliard - Aquela Nuvem
Golden Boys - Alguém Na Multidão
Gonzaguinha - E Vamos À Luta
Grupo Revelação - Velocidade da Luz
Grupo Rumo - Minha Cabeça
Gueto - G.U.E.T.O.
Guilherme Arantes - Meu Mundo E Nada Mais
Hermes Aquino - Nuvem Passageira
Herva Doce - Erva Venenosa
Hojerizah - Pros Que Estão Em Casa
Hyldon - As Dores do Mundo
Ilê Aiyê - Que Bloco É Esse
Inezita Barroso - Malvada Pinga
Inimigos do Rei - Uma Barata Chamada Kafka
Inocentes - Ele Disse Não
Itamar Assumpção - Fico Louco
Ivan Lins - Novo Tempo
Ira! - Núcleo Base
Jackson do Pandeiro - Chiclete Com Banana
Jair Rodriguez - Deixa Isso Pra Lá
Jane Duboc - Sonhos
Jane & Harondy - Não Se Vá
Jards Macalé - Mal Secreto
Jayne - Amigos Para Sempre
Jerry Adriani - Doce Doce Amor
Jessé - Solidão de Amigos
Joanna - Amanhã Talvez
João Bosco - De Frente Pro Crime
João Donato - A Rã 
João Nogueira - Um Gago Apaixonado
João Penca E Os Miquinhos Amestrados - Popstar
João So - Menina da Ladeira
Joelho de Porco - São Paulo By Day
José Augusto - De Que Vale Ter Tudo Na Vida
Jorge Ben - Ponta de Lança Africano
Jorge Mautner - Samba Jambo
Joyce - A História do Samba
Juca Chaves - Take Me Back To Piauí
Kaleidoscopio - Tem Que Valer
Karnak - Alma Não Tem Cor
Katia - Lembranças
Katinguelê - Recado A Minha Amada
Kaoma - Lambada
Kiko Zambianchi - Rolam as Pedras
Kiloucura - Pela Vida Inteira
Kleiton & Kledir - Deu Pra Ti
Lady Zu - A Noite Vai Chegar
Leandro & Leonardo - Não Aprendi A Dizer Adeus
Leci Brandão - Zé do Caroço
Legião Urbana - Será
Leila Pinheiro - Tudo Em Cima
Lenine - Jack Soul Brasileiro
Leno e Lilian - Não Acredito 
Leo Jaime e Kid Abelha - Fórmula do Amor
Lia de Itamaracá - Discoteca de Pracinha
Lindomar Castilho - Você É Doida Demais
Lobão - Me Chama
Lô Borges - O Trem Azul
Los Hermanos - Tenha Dó
Luis Vagner - Guitarreiro
Luiz Caldas - Tieta
Luiz Gonzaga - A Vida do Viajante
Luiz Melodia - Estácio, Eu e Você
Lulu Santos - Tempos Modernos
Lupicínio Rodrigues - Loucura
Magazine - Sou Boy
Márcio Greyck - Impossível Acreditar Que Perdi Você 
Marcos Sabino - Reluz
Marcos Valle - Estrelar
Maria Bethânia - Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)
Marina Lima - Fullgás
Marisa Monte - Ainda Lembro
Markinhos Moura - Meu Mel
Martinha - Eu Daria Minha Vida
Martinho da Vila - Visgo da Jaca
Mauricio Manieri - Bem Querer
Maysa - Meu Mundo Caiu
Mercenárias - Polícia
Miúcha - Pela Luz Dos Olhos Teus 
Milton Nascimento - Maria, Maria
Moacyr Franco - Eu Nunca Mais Vou Te Esquecer
Moraes Moreira - Pombo Correio
Mundo Livre S/A - Meu Esquema
Nana Caymmi - Resposta Ao Tempo
Nara Leão - O Sol Nascerá 
Nei Lisboa - Telhados de Paris
Nelson Cavaquinho - Juízo Final
Nelson Gonçalves - Naquela Mesa
Nelson Ned - Tudo Passará
Nico Rezende - Esquece e Vem
Nilton Cesar - A Namorada Que Sonhei
Noel Rosa - Conversa de Botequim
Noriel Vilela - 16 Toneladas
Novos Baianos - Os Pingo Da Chuva
Odair José - Nunca Mais
Olodum - Vem Meu Amor
O Rappa - A Feira
Orlandivo - Onde Anda o Meu Amor
Orlando Silva - Carinhoso
Os Incríveis - Marcas do Que Se Foi
Os Mutantes - Não Vá Se Perder Por Ai
Os Paralamas do Sucesso - Óculos
Os Originais do Samba - Falador Passa Mal
Os Replicantes - Surfista Calhorda
Os Tincoãs - Cordeiro de Nanã
Os Travessos - Tô Te Filmando (Sorria)
Os Vips - A Volta
Oswaldo Montenegro - Os Bandolins
O Terço - Hey Amigo
Otto - Dias de Janeiro
Ovelha - Sem Você Não Viverei / Te Amo Que Mais Posso Dizer
Painel de Controle - Coco Preto
Pato Fu - Made In Japan
Patricia Marx - Quando Chove
Paulinho da Viola - Timoneiro
Paulinho Moska - Pensando Em Você
Paulo Diniz - Pingos de Amor
Pepê e Neném - Mania de Você
Peninha - Sonhos
Picassos Falsos - Quadrinhos
Pinduca - Mistura de Carimbó com Ciranda
Plebe Rude - Johnny Vai A Guerra
Premê (Premeditando o Breque) - São Paulo, São Paulo
Quarteto Novo - O Ovo
Raça Negra - É Tarde Demais 
Racionais MC's - Pânico na Zona Sul
Radio Taxi - Um Amor de Verão
Raul Seixas - Que Luz É Essa
Renato & Seus Blue Caps - Feche Os Olhos 
Rita Lee - Flagra
Ritchie - Pelo Interfone 
Robertinho de Recife - O Elefante
Roberto Carlos - Todos Estão Surdos
Robinson Monteiro - Pra Sempre Eu Vou Te Amar
Robson Jorge & Lincoln Olivetti - Aleluia
Ronnie Cord - Rua Augusta
Ronnie Von - Cavaleiro de Aruanda
Rosana - O Amor e o Poder
Roupa Nova - Lumiar
RPM - Revoluções Por Minuto
Ruy Maurity - Nem Ouro Nem Prata
Sandra de Sá - Retratos e Canções
Sampa Crew - Eterno Amor
Sá & Guarabyra - Sobradinho
Sá, Rodrix & Guarabyra - Roque Santeiro
Secos & Molhados - Mulher Barriguda
Sempre Livre - Eu Sou Free
Serginho Meriti - Bons Momentos
Sérgio Reis - Coração de Papel
Sérgio Sampaio - Leros e Leros e Boleros
Sidney Magal - Meu Sangue Ferve Por Você
Silvinha (Sylvinha Araújo) - Jure Por Mim
Silvio Brito - Pare o Mundo Que Eu Quero Descer
Simone - Tô Voltando 
Skank - Mandrake e os Cubanos
Só Pra Contrariar - Que Se Chama Amor
Soweto - Farol das Estrelas
Taiguara - Universo No Teu Corpo
Tavito - Rua Ramalhete
Tetê Espíndola - Escrito Nas Estrelas
Téo Azevedo - O Novo De Hoje Já É Velho Aqui
Thaíde & DJ Hum - Sr. Tempo Bom
The Fevers - Vem Me Ajudar
Timbalada - Beija-Flor
Tim Maia - Coroné Antônio Bento
Titãs - AA UU
Tonico & Tinoco - Chico Mineiro
Toquinho e Vinicius de Morais - Tarde Em Itapoan
Tokyo - Garota de Berlim
Tom Zé - A Briga do Edifício Itália Com O Hilton Hotel
Toni Tornado - Podes Crer, Amizade
Tony Bizarro - Não Vai Mudar
Trio Los Angeles - Vamos Dançar Mambole
Trio Mocotó - Desapareça
Trio Ternura - Vou Morar No Teu Sorriso
Tulipa Ruiz - Prumo
Tunai - Frisson
Ultraje A Rigor - Nós Vamos Invadir Sua Praia
Vanessa da Mata - Amado
Vanessa Rangel - Palpite
Vange Leonel - Noite Preta
Vanusa - Manhãs de Setembro
Vicente Celestino - O Ébrio
Vinicius Cantuaria - Só Você
Violeta de Outono - Dia Eterno
Waldik Soriano - Eu Não Sou Cachorro Não
Wanderléa - Prova de Fogo 
Wanderley Cardoso - O Bom Rapaz
Wando - Fogo e Paixão
Wilson Simonal - Sá Marina
Zeca Pagodinho - Se Eu Sorrir Tu Não Pode Chorar
Zé Ketti - Diz Que Fui Por Aí
Zélia Duncan - Alma
Zé Ramalho - Admirável Gado Novo
Zero - Agora Eu Sei
Zé Rodrix - Casa No Campo
Zezé Di Camargo & Luciano - É O Amor
Zizi Possi - Asa Morena

Acredito que essa playlist oferece vasta opção de estilos musicais, sempre primando por uma qualidade lírica e/ou melódica, sem subestimar capacidade de compreensão de uma criança. E ainda assim é pop. Tenho certeza que toda criança ouvirá sem pré-conceitos. Faça isso você também.

Deixem suas sugestões, listas e discordâncias nos comentários.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Sonic Youth - Goo (1990)

Durante a década de 1980, o Sonic Youth ajudou a fomentar o rock alternativo com discos emblemáticos, vide Daydream Nation (1988). Melhor aceito no mercado, com um contrato com a grande Geffen, prevendo a explosão grunge e preste a sair em turnê com Dinosaur Jr. e Nirvana, a acessibilidade ruidosa presente em Goo (1990) ajudou a fazer do grupo uma lenda atuante. 


As guitarras sempre intrigantes e estranhamente harmoniosas de Lee Ranaldo e Thurston Moore preenchem a abertura misteriosa de "Dirty Boots", faixa magnifica em seu meio explosivo e final delirante. Mas nada que se equipare ao esporro presente em "Tunic (Song For Karen)" - sobre a morte trágica de Karen Carpenter -, com aquela atitude sonora punk e texto digno de uma Patti Smith. 

"Mote" é o cartão de visita para entender os arranjos nada ortodoxos de guitarras - diretamente influenciados pelo ícone da no wave, Glenn Branca - presentes nas composições do grupo. Mais uma vez os feedbacks intermináveis se fazem valer no fim da canção. Já suas afinações alternativas soam absurdamente fantásticas e provocam harmonias singulares, vide "Disappearer".

Surpreende como no meio de tanta barulheira, Kim Gordon consegue soar melódica e amedrontadoramente sexy em "My Friend Goo" e "Cinderella's Big Score". 

A clássica "Kool Thing" chama atenção por trazer a curiosa participação do Chuck D (Public Enemy). O riff e o refrão da música são emblemas do rock alternativo do período. A energia elevada em "Mary-Christ" e "Mildred Pierce" - dona de grandioso timbre de baixo e vestígios de black metal no final - é perfeitamente condizente com a época. E quando tudo parece ter acabado, sobra espaço para a barulhenta "Scooter + Jinx" e a espetacular "Titanium Exposé".

Brilhante não somente nesse disco, o Sonic Youth construiu uma carreira recheada de diversos acertos, ganhando prestigio e tornando-se símbolo sonoro e conceitual do rock alternativo. Goo se sobressaiu na discografia ao menos ao estampar sua ótima capa (de autoria do Raymond Pattibon) nas camisetas dos indies.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Peter Tosh - Legalize It (1976)

O reggae tem alguns discos definitivos, sendo a maior parte deles do Bob Marley. Todavia, Peter Tosh, o deserdado mais famoso dos Wailers, também prestou enorme contribuição musical e ideológica ao estilo.


De temperamento explosivo, Tosh atuou na luta pelos direitos humanos, ajudou na divulgação da cultura rastafári e é um dos personagens mais conhecidos dos movimentos pró-maconha. Neste último quesito, Legalize It (1976) é a obra definitiva. Da sua ótima capa - contendo o artista puxando um fumo em meio a plantação da erva -, passando pela temática das letras e até mesmo a maneira vagarosa com que ele toca guitarra, o disco todo é um manifesto/ode a cannabis.

O álbum contém músicos peritos no estilo, vide o baixista Aston "Family Man" Barret e o baterista Carlton Barrett. Isso contribui para o mantra delirante e esfumaçado que as canções proporcionam, sendo a faixa titulo "Legalize It" um enorme sucesso.

A parceria com Bob se mantém em "Why Must I Cry", mas o disco tem outros destaques. "Burial" é resultado do que aconteceria de Marvin Gaye fosse jamaicano. A linha que separa o reggae do pop em "Whatcha Gonna Do" fica ainda mais tênue. A balada "Till Your Well Runs Dry" é de melodia apaixonante. Em "No Sympathy" a guitarra tem toques de blues que tendem a agradar mesmo quem não se interessa pelo ritmo jamaicano. Já o piano em "Igziabeher" oferece ao trabalho uma tensão interessante. Dá também para imaginar os membros do The Clash curtindo "Ketchy Shuby".

Peter Tosh teve outros acertos no decorrer de sua carreira, sendo seu disco de estreia uma ótima porta de entrada (sem trocadilho) para entender sua influência e musicalidade preciosa.

ACHADOS DA SEMANA: Ricardo Ribeiro, RZO, Pizzicato Five e Grateful Dead

RICARDO RIBEIRO
Tem um jovem cantor brasileiro de fado mixando seu disco no estúdio em que trabalho. Achei tudo muito bonito e acabei pegando essa referência dele para escutar um pouco. É muito bom. 

RZO
Fiz recentemente um texto com 25 discos de Hip Hop (tá por aqui no blog, quem quiser é só pesquisar). Acabei colocando só o Sobrevivendo No Inferno dos Racionais de nacional. Se fosse para colocar mais um seria esse:

PIZZICATO FIVE
Só conhecia a clássica "Twiggy Twiggy", mas não é que esse grupo japonês tem outras músicas bem legais.

GRATEFUL DEAD
Viva o YouTube!

TEM QUE OUVIR: Black Flag - Damaged (1981)

Precursores da cena punk rock californiana, o Black Flag penou para tornar-se um grupo estável. Após as formações com os vocalistas Keith Morris (posteriormente Circle Jerks) e Ron Reyes, um tal de Henry Rollins assumiu o posto e fez da banda uma das mais poderosas da história.


Demaged (1981) é o primeiro álbum do grupo, lançado após anos ralando nos palcos mais perigosos dos EUA. O debut foi lançado pela SST, selo extremamente influente fundado pelo guitarrista Greg Ginn. A produção ficou a cargo do icônico Spot.

Aqui o humor se faz valer em momentos de puro brilhantismo e sagacidade, vide a clássica "TV Party", perfeita pra cantar na adolescência com os amigos. Em outros momentos, é o discurso inteligente/agressivo de Rollins que toma a frente, como por exemplo em "Police Story".

Superando os clichês do punk rock, o subestimado Greg Ginn apresenta riffs cacofônicos e melodicamente estranhos, além de peso e velocidade que influenciaram diversas bandas de hardcore e thrash metal. Dentre tantos exemplos temos a espetacular "Rise Above" e as cacofônicas "Thirsty And Miserable" e "Damaged II" (até o Sonic Youth deve ter bebido desta fonte barulhenta).

Faixas como "Spray Paint", "Depression" e "Gimmie Gimmie Gimmie" (essa última de ritmo meio truncado) são puro hardcore em estado embrionário. A violência tanto sonora quanto de atitude fez com que os integrantes do grupo fossem considerados ameaçadores pela polícia, sendo seus shows constantemente vigiados.

Há ainda momento sonoramente aventureiros, vide a intensidade crescente de "No More", a estranha introdução de "Life Of Pain" (que sempre me remeteu a "The Dance Of Maya" da Mahavishnu Orchestra) e a sludge/grunge "Damaged I".

Anos depois o som da banda tonou-se ainda mais desafiador e complexo - ainda falarei sobre o espetacular My War (1984) nesta coluna do blog -, mas é exatamente o esporro de Damaged a preferência entre os fãs de punk rock.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Max Martin e Dr. Luke: Astros invisíveis da música POP

Dinheiro? Contato? Talento? Sorte? O que está por trás do sucesso inquestionável de Max Martin e Dr. Luke?


Embora poucos saibam quem é o Max Martin, é quase impossível que você não tenho ouvido uma de suas obras POP's. Isso porque ele está por trás (seja enquanto compositor, produtor ou ambos) de sucessos dos Backstreet Boys, Britney Spears, N'Sync, Pink, Katy Perry, Taylor Swift, Ariana Grande, Demi Lovato e tantos outros personagens da música POP dos últimos 20 anos.

Martin acumula mais músicas (18 no total) no Top 1 da Billboard que o Michael Jackson, Elton John e Stevie Wonder, perdendo somente para Paul McCartney (32) e John Lennon (26).


Até uma cria ele já deixou pro mercado, seu nome é Dr. Luke e ele já é o segundo produtor com mais canções no topo das paradas da Billboard, perdendo somente para George Martin. É dele sucessos da Britney Spears, Shakira, Katy Perry, Miley Cyrus, Rihanna, Kesha, dentre tantas outras "divas" da música.

Querem saber mais sobre ambos? Recomendo esse texto do André Barcinski: Acha A Música POP Atual Um Lixo? Agradeça A Esse Cara...

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

TEM QUE OUVIR: Ice-T - O.G. Original Gangster (1991)

Em 1991, o gangsta rap era uma realidade e já havia feito estrago através do N.W.A.. Todavia, foi o Ice-T que apresentou o manual para o que viria a ser o estilo. Isso se deu através do pesado O.G. Original Gangster.


Curiosamente, ao contrário de muito que é feito nesta subvertente do hip hop, o disco usa temas urbanos violentos não para seduzir, mas para destruir. Até quando ofende e soa agressivo, Ice-T justifica. Interpretar as letras é uma tarefa desafiadora e esclarecedora, o que por si só já é fantástico, mas tudo ganha potencial musical devido a força das rimas e atitude vocal do artista.

Com relação ao instrumental, que ficou a cargo do The Rhyme Syndicate, é impossível não destacar os timbres pesados de baixo, o som de caixa saltando aos ouvidos (é o perfeito boom bap) e os samples de James Brown, Funkadelic, Sly & The Family Stone e até mesmo Black Sabbath.

Faixas como "Mic Contract", "New Jack Hustler", "Straight Up Nigga" e "Bitches 2" - com toques de free jazz e pela primeira usando a expressão "bitches" sem ser machista - são exemplos máximos de groove e malandragem no rap.

Com som extremamente encorpado, o disco é o prefacio do rap-metal que Ice-T exploraria posteriormente com o Body Count (vide a faixa homônima "Body Count"). Logo Ice estava em festivais como Lollapalooza e recebendo elogios de nomes como Quincy Jones. O hip hop oferecia ao mundo mais um golpe de pura excelência sonora.