sexta-feira, 31 de julho de 2015

Os Raimundos não seriam aceitos atualmente

Lavô Tá Novo (1995), o ótimo segundo disco dos Raimundos, contém na contracapa uma enorme e atraente bunda feminina. Entre seus singles, "Esporrei Na Manivela", um épico do forró-core cuja a letra pode ser acusada de ser machista, homofóbica e de extremo mal gosto. Já o seu clipe, que traz uma mulher sendo encochada no ônibus, um padre mau-caráter, policiais corruptos e a caricatura dos nordestinos, seria certamente censurado, se não legalmente, ao menos pela patrulha da internet.


Vocês acham que 20 anos depois, mesmo com a "demanda" por uma maior atitude no rock nacional, os Raimundos conseguiriam sobreviver ao "politicamente correto" (termo tosco, mas real)? Eu duvido!

E para piorar, tal pauta que reprime atividades artísticas, em nada ajudam a combater a real postura machista, preconceituosa e homofóbica da sociedade. Acho que ainda não identificamos o inimigo.

TEM QUE OUVIR: Gal Costa - Legal (1970)

Por um breve período inicial, Gal Costa foi a musa tropicalista moldada por Caetano Veloso, que deixou de cantar bossa nova para se jogar em berros janisjoplianos. Em 1970, após lançar ótimos e psicodélicos discos, Gal Costa atingiu sua perfeição em Legal.


Com Caetano Veloso e Gilberto Gil exilados, Gal Costa tornou-se a figura central da Tropicália. Todavia, arrumou amparo em outros personagens importantes, a começar pelo Hélio Oiticica, que elaborou a capa do disco. Jards Macalé também colaborou cedendo composições, vide a divertida "Love, Try And Die" e a espetacular "Hotel das Estrelas", com destaque para o baixo melodioso de Claudio Bertrami. 

Vestígios de seu canto suave e melódico herdado da bossa nova ainda ronda "Mini-Mistério" (embora de final psicodélico). Já "Língua do P" é um forró divertido de final lindo. Ambas contém as típicas letras surreais de Gilberto Gil. 

Em paralelo ao canto visceral de Gal Costa, o lendário guitarrista Lanny Gordin debulha seu instrumento coberto por um fuzz estridente em "Eu Sou Terrível". Ele também foi o arranjador do álbum, o que destacou suas harmonias preciosas em canções como a delirante "Acauã" e a linda "The Archaic Lonely Star Blues". Já seu lado lisérgico é representado pela carnavalesca "Deixa Sangrar".

O disco termina com "London, London" - homenagem ao Caetano Veloso - e a bossanovista "Falsa Baiana". 

Embora com diversos pontos altos na carreira, eis o canto definitivo de Gal Costa.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: A Tribe Called Quest - The Low End Theory (1991)

Lançado no, para o rap, longínquo ano de 1991, The Low End Theory é de estética nada datada, soando condizente com que é feito na vanguarda do hip hop atualmente.


Ainda que o disco seja apenas o segundo trabalho do A Tribe Called Quest, ele já colocou o grupo como pilar do hip hop alternativo, grande representante da Native Tongues e "criadores" da vertente jazz rap.

Formado em Nova York, Q-Tip, MC Phife Dawg e o DJ Ali Shaheed Muhammad trouxeram para o rap elementos do jazz, contidos não somente nos samples - tem Miles Davis, Grant Green, Art Blakey, Weather Report, Jack DeJohenette - mas também via a participação do lendário baixista Ron Carter, que debulha elegantemente seu instrumento, vide a balada "Verses From The Abstract". Fora que até mesmo o flow dos rappers parecem ter um fraseado jazzistico.

Mas não só o jazz serve de matéria prima para a sonoridade do grupo. Se prepare para reconhecer (ou não) samples escolhidos a dedo de nomes como Lou Reed, Jimi Hendrix, Mountain, Steve Miller Band, Kool & The Gang, Funkadelic, James Brown, Sly & The Family Stone, dentre tantos outros, dando características variadas a obra.

É incrível como o grupo soa "relaxado", positivo e divertido mesmo abordando temas sérios. Desta forma nasceram hits como "Check The Rime", "Jazz (We've Got)" - que timbre de caixa! - e a clássica "Scenario", essa última com verso clássico do Busta Rhymes. Todas de produção espetacularmente orgânica e encorpada. É a evolução do boom bap.

Minhas faixas prediletas são "Excursions" e "Buggin Out", ambas com excelentes linhas de baixo. Elas exemplificam muito bem a proposta estética da Tribe. Dois dos grandes momentos da história do rap.

Um disco de grande finesse musical sem abandonar a essência urbana do hip hop.

terça-feira, 28 de julho de 2015

O porquê do Bill Wyman não ser o melhor baixista dos Stones

Baixo: Keith Richards

Baixo: Mick Taylor

E quando ele saiu do grupo e todos poderiam sentir sua falta, a banda chama ninguém menos que Darryl Jones para ocupar a sua vaga.

Aí fica difícil, velho Bill. Todavia, obrigado pela sua contribuição ao baixo fretless. Boa aposentadoria.

sábado, 25 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Pet Shop Boys - Behaviour (1990)

Quando o assunto é música pop, os ingleses são imbatíveis. Seja buscando performances complexas, arranjos ousados, timbres modernos ou climas dançantes, algo na água britânica favorece seus artistas. Pet Shop Boys que o diga. O duo foi seminal para evolução da música pop, sendo seu disco Behaviour (1990) um clássico da virada da década.


Embora Neil Tennant e Chris Lowe sejam as figuras centrais do Pet Shop Boys, eles sempre contaram com participações determinantes para moldar a própria sonoridade. No caso do Behaviour, o quarto disco do grupo, é Johnny Marr, eterno guitarrista dos Smiths, que dá as caras na intensa "This Must Be The Place I Waited Years To Leave" e na melancólica "My October Symphony".

O brilhante compositor/arranjador Angelo Badalamenti colabora com orquestrações épicas/grandiosas, vide principalmente "Only The Wind". O clima de Twin Peaks já está aqui. Canção maravilhosa.

É exuberante a forma em que o disco percorre entre o dançante e o introspectivo, sempre melódico e expondo timbres rebuscados (e um pouco datados). Tais qualidades se fazem presentes na doce "Being Boring", um hino do synthpop, de melodia altamente fixante, guitarras à la Shaft, aconchegante batida techno e exuberante arranjo.

Nada mais inglês que a melodia pop da balada "To Face The Truth" e o clima típico das noites frias da encorpada "How Can You Expect To Be Taken Seriously?".

Muito associado ao público gay, falha quem ignora a força deste duo impecável na arte de fazer música pop. Pior que ser preconceituoso, é ser duplamente.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: System Of A Down - Toxicity (2001)

Em 2001 o new metal já era uma realidade. Bandas como Limp Bizkit e Linkin Park estavam na crista da onda do rock mainstream. Todavia, a imaturidade das bandas citadas não permitia que o estilo fosse levado a sério. Com o System Of A Down a coisa começou a mudar.


Se no ótimo disco de estreia a banda já mostra para que veio, com Toxiciy (2001) as composições soam ainda mais densas, frenéticas e sagazes. Muito disso graças a produção fantástica do sempre impecável Rick Rubin.

A intensidade visceral de "Prison Song", "Needles" e "Deer Dance" não nos faz esquecer a qualidade melódica por trás das canções, ora com influência do Frank Zappa, ora remetendo a música da Armênia. Isso se faz presente desde o estilo vocal bizarro/anasalado do Serk Tankian, passando pelos riffs mastodônticos do criativo Daron Malakian. 

Chega a ser cômico ouvir faixas como "Jet Pilot" e "Shimmy", tamanha a estranheza sonora e o surrealismo poético tão realista para um EUA daquele período. Aqui a politica é abordada com louvável sensibilidade e humor.

Entre as canções que mais chamaram a atenção do público está a tão paranoica quanto emotiva "Chop Suey!", a dramática "Toxicity" (com direito a ótima bateria de John Dolmayan) e a épica "Aerials", que une peso e beleza de forma avassaladora.

Criativo, pesado, inteligente, além de elegantemente divertido e melódico, o heavy metal finalmente superava as heranças datadas do Black Sabbath, Iron Maiden e Metallica, apontando para novos rumos, que de tão particulares, não foi alcançado por nenhum outro grupo. SOAD reina em seu mundo distópico.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Depeche Mode - Violator (1990)

Quem acompanha as transformações do rock inglês, logo percebeu os novos caminhos propostos pelo Depeche Mode. Do uso primoroso de sintetizadores, passando pela dramaticidade obscura, melodias majestosas e produção impecável, Violator (1990) deu vários motivos para cair nas graças do público e da critica. Eis o auge do synthpop.


Em seu disco anterior - Music For The Masses (1987) - o quarteto já havia entregado o prefácio da qualidade aqui alcançada. À procura de uma produção ainda mais caprichada, a banda buscou o requisitado Flood, que já havia trabalhado com New Order, Ministry, Cabaret Voltaire, Nick Cave, dentre outros, e tornou-se especialista em incursões por sonoridades eletrônicas.

Embora de timbres e arranjos grandiosos - qualidades do subestimado Alan Wilder -, a temática das canções são bastante pessoais e introspectivas. Faixas como o hit soturno "Enjoy The Silence" e a dançante "Policy Of Truth" foram lançadas como clássicos instantâneos. Méritos do Martin Gore enquanto compositor. 

Impossível contar a história da música eletrônica e, mais precisamente da dance music inglesa, sem citar "World In My Eyes", canção sensacional de ritmo irresistível. Por sua vez, a tensão contida em "Personal Jesus" aponta para outro lado, soando quase como um blues/country rock maldito de uma nova era. Seu alcance se comprova na regravação de nomes como Johnny Cash e Marilyn Manson.

Vale ainda destacar o arranjo singular de "Sweetest Perfection" (com direito a excelente bateria), o minimalismo imersivo de "Waiting For The Night", além dos épicos umbríferos "Blues Dress" e "Clean", sendo todas majestosamente construídas e interpretadas (Dave Gahan é um tremendo cantor).

Violator soa datado. Datado pois, apesar da sua enorme influência, é praticamente impossível encontrar atualmente quem faça música pop com a mesma qualidade e profundidade do Depeche Mode.

ACHADOS DA SEMANA: Chrome Division, Bola Sete, Savatage e Zero Zero

CHROME DIVISION
Música divertida lançada por esse projeto paralelo do Shagrath (Dimmu Borgir). Lembra muito uma fase da minha adolescência. 

BOLA SETE
Se o Brasil fosse um país com memória artística, Bola Sete seria ensinado nas escolas. Grande violonista/guitarrista.

SAVATAGE
Clássico do heavy metal que durante muito tempo não dei a devida atenção. Sirens (1983) é um discaço! Destaque para a performance do guitarrista Criss Oliva.

ZERO ZERO
Banda divertida do Juliano Enrico, um entre tantos VJs que viu a MTV sucumbir de dentro. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Bad Brains - Bad Brains (1982)

De todas as bandas da revolucionária cena punk/hardcore de Washington D.C., o Bad Brains era a mais cabulosa. Soando extremamente visceral, seu clássico disco de estreia é o que melhor representa as mitológicas/sônicas apresentações do grupo.


Embora lançado em 1982, a banda já vinha fazendo estrago nos palcos desde 1977. Formada por quatro negros do subúrbio, o grupo nasceu tendo como base a música funk e o fusion, mas logo enveredaram para o metal e o punk rock, vindo posteriormente a beber na fonte do reggae, chegando na ideologia rastafári. Todo esse caldeirão de influências se manifesta no som sui generis do grupo.

De velocidade incomparável, a banda tornou-se naturalmente precursora do hardcore. Curtinhas e intensas, as cinco faixas que abrem o disco - "Sailin' On", "Don't Need It" (tremendas guitarras), "Attitude", "The Regulator" e "Banned In D.C." (puta baixo, puta letra) -, reunidas em menos de oito minutos, são inacreditavelmente avassaladoras.

Na sequência, chocantemente surge o reggae/dub lisérgico "Jah Calling". Seria piada não fosse tão genuíno. "Leaving Babylon" comprova a excelência do grupo no estilo jamaicano. Esses momentos dão dinâmica ao disco, apaziguando para na sequência explodir na cara do ouvinte.

Outros destaques são a acachapante "F.V.K. (Fearless Vampire Killers)", a espetacularmente pesada (prevendo o thrash metal) "Supertouch/Shitfit" e a esmurrante "Big Take Over". Hinos do hardcore.

O maestro insano que incorpora no vocalista H.R., a bateria atropelante de Earl Hudson, a musicalidade sobrenatural de Darryl Jenifer e os riffs urgentes de Dr. Kown serão para sempre sinônimos de atitude. O que um dia foi gravado com pouco recurso e lançado somente em fita cassete, hoje estampa camisetas ao redor do mundo.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Buena Vista Social Club - Buena Vista Social Club (1997)

Muitos não se dão conta do valor de um fonograma para a preservação da cultura. Com o Buena Vista Social Club a história ensina. Gravado numa brecha de tempo não planejada pelo guitarrista americano Ry Cooder, o disco resgatou a música cubana e a colocou no topo das paradas alemãs, no palco do Carnegie Hall e levou sua história para o cinema. O mundo se rendeu ao som encantador de um país isolado por barreira geopolíticas.


Juan de Marcos Gonzáles foi o responsável por apresentar os veteranos músicos cubanos ao Ry Cooder. Tais músicos tocavam no finado Buena Vista Social Club entre meados da década de 1940 e final da década de 1950, quando o espaço foi fechado.

Entre os sobreviventes da arte estavam os cantores Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo, o pianista Rubén González, o violonista Compay Segundo e o baixista Cachaito López. Todos em parceria com a a big band Afro Cuban All Star arquitetaram essa pérola da mais genuína World Music.

O repertório foi escolhido precisamente por Gonzáles. Destacam-se a divertida/dançante "De Camino A La Vereda", o virtuosismo instrumental de "El Cuarto De Tula", as melodias chorosas/românticas de "Veinte Años", o slide delicioso de "Orgullecida" e o hit "Chan Chan".

Com esse álbum, muito da história cubana foi preservada. Havana passou a ser olhada com outros olhos e a música POP se rendeu ao grupo, vide que uma década depois nomes como U2, Coldplay, Sting e Franz Ferdinand participaram de outros trabalhos do coletivo cubano.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Traffic - Mr. Fantasy (1967)

Todos estão carecas de saber a revolução musical/comportamental que o rock inglês provocou nos EUA na década de 1960, curiosamente usando como matéria prima o próprio rock americano. Mas com o Traffic foi diferente. A identidade melódica e conceitual da banda é definitivamente inglesa, agregando ao rock uma sofisticação exuberante com muito do clima pastoral britânico.


Formado por quatro músicos espetaculares - Jim Capaldi (bateria e voz) e os multi-instrumentistas Dave Mason, Chris Wood e Steve Winwood (este último, uma estrela que já brilhava desde os tempos de The Spencer Davis Group) -, e produzidos pelo Jimmy Miller, o grupo não conseguiu grande destaque comercial, mas proporcionou com seu trabalho de estreia o primeiro sinal daquilo que veio a ser chamado de art rock, uma subjetiva vertente onde o único compromisso é com a criatividade. Desta forma brotam as mais variadas influências, arranjos sofisticados e instrumentação riquíssima. Tudo isso sem soar presunçoso.

Logo em "Heaven Is Your Mind", temos um arranjo vocal primoroso e melodias psicodélicas brilhantes. Ingleses que são, a capacidade melódica beira ao surreal na linda (e progressiva) "No Face, No Name, No Number".

Tambura, sitar e tabla compõem a instrumentação da delirante "Utterly Simple". Os integrantes do Small Faces estão presentes na circense/divertida "Berkshire Poppies", com direito arranjo de metais no maior estilo big band.

A pluralidade sonora de "House For Everyone" e "Hope I Never Find Me There", ambas donas de estruturas complexas, são a mais pura definição do art rock. Já "Dealer" é um animado mantra folk.

A voz com vestígios de soul music de Steve Winwood e seu subestimado talento enquanto guitarrista se sobressaem na espetacular "Dear Mr. Fantasy" (regravada por Grateful Dead, Jimi Hendrix e Crosby, Stills, Nash and Young). Ele também detona no mellotron em "Coloured Rain".

O Traffic percorreu por diferentes e bem sucedidos caminhos no decorrer da carreira, mas esse emblemático álbum continua sendo um dos pontos altos não só da banda, mas de toda a década de 1960.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

TEM QUE OUVIR: Killing Joke - Killing Joke (1980)

O álbum de estreia do Killing Joke é um divisor de água do pós-punk/rock alternativo. Não dá sequer para imaginar seu lançamento um ano antes. Ele tem a cara de uma nova década, apontando para diversas tendências futuras. É um petardo eternamente acachapante.


A tal década de 1980 que era inaugurada tinha gosto amargo, onde reinaria a política de Margaret Thatcher e Reagan. O clima sombrio não era propicio para delicadezas. O Killing Joke logo entendeu isso. Basta olharmos para capa contendo uma foto de autoria do Don McCullin onde jovens irlandeses pulam um muro durante conflito com tropas inglesas.

Sonoramente, a barra pesa através de sintetizadores que se entrelaçam a guitarras etéreas e ritmos nocauteadores, vide "Requiem", faixa que abre o disco.

Os ritmos tribais são estranhamente funkeados, como evidencia a freneticamente dançante "Bloodsport", com direito a contagiante linha de baixo do Youth. Essas são as características predominantes no álbum, além, é claro, do clima perturbador proposto pelo insano líder crowleyano Jaz Coleman, que deixa a entender que algo muito ruim está preste a acontecer.

Entre as guitarras ruidosas, "The Wait" soa como um proto-metal industrial. O caos sonoro proposto pela pesada "Wardance" é tudo que o Ministry queria ter feito (e de certa forma fez). "S.O.36" é um épico apocalíptico. Já "Primitive" fecha o disco embalando tudo num baixo poderoso.

Os shows insanos, as letras violentas e até mesmo a imagem de um "Jesus perverso" usada na parte interna do disco causou burburinho. Mas no geral, Killing Joke é "apenas" o primeiro ato de uma banda que viria a fazer muito mais estrago.

quinta-feira, 2 de julho de 2015