domingo, 30 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Leonard Cohen - Songs Of Leonard Cohen (1967)

Não são muitos os cantores lembrados tanto por suas letras quanto pela música em si. O canadense Leonard Cohen é um dos poucos. Até mesmo porque sua obra enquanto poeta já era conhecida antes dele enveredar pela música. Isso se deu justamente em seu excelente álbum de estreia, o clássico Songs Of Leonard Cohen (1967).


O instrumental belo e minimalista de todo o disco é calcado na música folk. A simples e eficiente instrumentação se resume aos arranjos de cordas, intensos violões e a voz grave, mas delicada, de Leonard Cohen.

"Suzanne" abre lindamente o trabalho. A faixa fez enorme sucesso quando gravada por Judy Collins e foi exatamente esse sucesso que despertou o interesse de Cohen em virar cantor, isso já depois dos 30 anos. Na versão do disco, Leonard Cohen mais parece declamar calmamente a letra do que cantar.

Em outras canções, a ligação do artista com sua obra transcende a convencional experiência auditiva. O ouvinte é capaz de criar toda uma paisagem sonora, até mesmo sem entender o real significado da letra. Em alguns momentos, chega a dar impressão de que Leonard Cohen está ao nosso lado recitando sua poesia ao pé do ouvido, vide sua interpretação nas espetaculares e bucólicas "Master Song", "The Stranger Song" e "One Of Us Cannot Be Wrong".

Os dilemas mais profundos da vida como as amarguras amorosas e, consequentemente, a solidão, estão representadas em canções como "Teachers" e "So Long, Marianne", essa última feita para sua eterna musa inspiradora, Marianne Ihlen.

Leonard Cohen mudou a forma de vermos a canção, soando confessional em maravilhosos textos que certamente influenciaram nomes como Paul Simon, Van Morrison, Nick Drake e Nick Cave. Num caso raro, as letras valiam tanto quanto a música.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Muddy Waters - Hard Again (1977)

Muddy Waters já era uma lenda do blues antes mesmo do rock nascer, tendo inclusive colaborado para o surgimento do gênero. Todavia, sua popularidade ganhou um gás extra no final da carreira.


Lançado pelo selo Blue Sky e produzido pelo espetacular guitarrista albino (e discípulo de Muddy) Johnny Winter, Hard Again (1977) reergueu a carreira do lendário bluesman e apresentou o estilo para uma nova geração.

A clássica "Mannish Boy" é o exemplo perfeito da eletrificação do chicago blues, vertente em que Muddy é tido como principal expoente. Suas frases de guitarra e gaita são ainda hoje citadas em qualquer jam bluseira.

No disco, Muddy Waters executa composições de outros grandes nomes do estilo, formando assim um excelente repertório, vide a música "I Want To Be Loved", originalmente de autoria do Willie Dixon.

Entre os músicos que participam do álbum está o lendário gaitista James Cotton, que faz um solo de tirar o fôlego em "Jealous Hearted Man". Já o baterista Willie "Big Eyes" Smith e o pianista Pinetop Perkins ditam o groove na ótima "Crosseyed Cat". Enquanto isso, Muddy dá um show de interpretação nas sensacionais "The Blues Had A Baby And They Named It Rock And Roll" - o nome diz tudo! - e "Deep Down In Florida". Os slides matadores de Johnny Winter aparecem na acústica "I Can Be Satisfied". 

Em "Bus Driver" e "Little Girl" temos a incrível sensação de estarmos dentro do estúdio com a banda, acompanhando atentamente cada estupendo solo improvisado. Poucos discos conseguem captar esse clima. Tal mérito pode ser atribuído ao Johnny Winter, que soube conduzir o veterano Muddy Waters em um dos grandes discos de blues de todos os tempos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Antônio Carlos Jobim - Wave (1967)

1967 foi um ano especial para o rock. A psicodelia eclodia no mundo, representada por grandes discos dos Beatles, Pink Floyd, Cream, Jimi Hendrix Experience, dentre outros. O jazz parecia ter perdido a força entre a juventude. Já no Brasil, em plena ditadura militar, a bossa nova perdia espaço para o tropicalismo e as canções de protesto. Foi diante deste cenário que o maestro/compositor Antônio Carlos Jobim lançou um de seus grandes álbuns, o espetacular Wave.


Uma das vantagens do Wave com relação a muitos outros trabalhos do Tom Jobim é que suas performances são calcadas na música instrumental, assim como acontece no também clássico The Composer Of Desafinado (1963). E que performances! Afinal, não é qualquer disco que pode se gabar de contar com Ron Carter no baixo, Dom Um Romão na percussão, arranjos e regência do Claus Ogerman, além do próprio Jobim no piano. Todavia, quando alguma faixa exige letra, ela fica a cargo de ninguém menos que Vinícius de Moraes, como pode ser conferido em "Lamento".

A clássica "Wave" é apresentada em sua melhor versão. A linda melodia da música (com o minimalismo "one finger piano") nos envia diretamente a zona sul do Rio de Janeiro da década de 1950 e 1960.

O mais puro balanço sincopado da bossa nova aparece em diversas faixas, com destaque para "The Red Blouse", "Batidinha" e "Triste". Já a delicadeza dos arranjos e as elaboradas harmonias ficam explicitas em "Look To The Sky" e "Diálogo", ambas de beleza ímpar.

Ao ouvir esse disco é fácil entender a importância da bossa nova e do próprio Tom Jobim, que não por acaso fez grande sucesso nos EUA, chamando atenção até mesmo de Frank Sinatra. Sem dúvida um dos grandes momentos da música brasileira. Se conceitualmente soa datado, musicalmente é eterno.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Canções natalinas

Todo fim de ano é a mesma ladainha: "Harehama, há quem ama... O ano termina e começa outra vez", cantada pela Simone na abominável "Então é Natal". Com o intuito de apresentar novas opções para a trilha sonora natalina, postarei algumas boas canções que podem agradar todos os gostos, inclusive dos que detestam o natal. Vamos a elas:

Brian Setzer Orchestra
O espetacular Brian Setzer (eterno Stray Cats) ao lado de uma orquestra típica do jazz swing. Tradicionalismo com pitadas de humor e atitude rockabilly. Na minha opinião, essa é a melhor pedida para o natal. Até "Jingle Bells" soa com frescor na sua versão. Adoraria assistir ao vivo.

Phil Spector
Gravar discos natalinos é comum para artistas americanos e europeus. Do Elvis Presley ao Twisted Sister, passando pelo Jethro Tull e My Morning Jacket, todos com "boas" opções para alegrar o natal. Um dos mais emblemáticos discos natalinos pertence ao polêmico e lendário produtor Phil Spector, com direito a presença das Ronettes, Crystals e a clássica "Christmas (Baby Please Come Home)" da Darlene Love. Se trata do A Christmas Gift For You From Phil Spector (1963). É uma maravilha!

Barbra Streisand
A Christimas Album (1967). Sendo honesto, é um dos poucos discos da mitológica cantora que já ouvi inteiro. Fez enorme sucesso quando lançado. É ainda hoje perfeito para natais conservadores (o que é uma redundância). Pode ter certeza que a música será o menor dos problemas. 

Diana Krall
Não piro no pop jazzistico feito pela Diana Krall, mas seu álbum Christimas Songs (2005) até que não é de todo mal. Os arranjos são bonitos e sua voz extremamente delicada. Com certeza o disco agradará as tias beatas com mais de 60 anos durante a ceia.

Cee Lo Green - "Merry Christmas, Baby"
Um dos poucos artistas da atualidade que soube fazer canções natalinas legais, sendo que "Merry Christmas, Baby" conta com a participação especial do Rod Stewart. Divertido.

Donny Hathaway - "This Christmas"
Uma das grandes vozes da soul music lançou essa pérola. Se não for pra ouvir essa música, nem vale a pena o natal.

José Feliciano - "Feliz Navidad"
O gelo natalino derrete com calor latino do José Feliciano. 

Mariah Carey - "All I Want Christimas Is You"
Quantos discos natalinos a diva pop tem? Eu não faço ideia, mas com certeza dá para selecionar algumas faixas da cantora, nem que seja com o intuito de apresentar a caricatura do natal. Quem não gosta de "All I Want Christimas Is You" é maluco. Tremenda performance vocal, melodia, arranjo, carisma... tudo certo.

The Pogues - "Fairytale Of New York"
Sem pressão para natais felizes. Mas aqui, diante da solidão oriunda de famílias destruídas, a bebida pode ser uma companhia e elevar o astral do dia.

Run-D.M.C. - "Christmas In Hollis"
Faixa muito legal, pra ouvir no carro com os amigos após aquela ceia natalina caída. 

Wham! - "Last Christmas"
Toda a consciência pop do George Michael nessa bela faixa. Tem tudo pra agrada a todos, inclusive sua tia católica homofóbica.

AC/DC - "Mistress For Christimas"
Para os que querem passar um natal mais alcoólatra e rockeiro. Tão bobinha quanto divertida.

Ramones - "Merry Christimas"
Os punks também comemoram o Natal. Uma das poucas baladas punks (e dos Ramones) que gosto.

Slade - "Merry Xmas Everybody"
Música completamente alto astral, dona de ótima melodia. Fez enorme sucesso na Inglaterra. Não tem erro.

Assis Valente - "Boas Festas"
Para os brasileiros mais tradicionais, uma grande composição é a triste "Boas Festas" do Assis Valente. Clássico.

Cassiano - "Hoje É Natal"
Linda faixa que abre o disco Cuban Soul (1976), clássico da black music brasileira. Que voz!

Garotos Podres - "Papai Noel, Velho Batuta"
Hino do punk rock brasileiro. Ótima pedida pra quem não tolera o consumismo desenfreado e elitista que rola nessa época do ano. 

Raimundos - "Infeliz Natal"
E para todos que não seguirem essas recomendações e passarem ouvindo Simone, um 'Infeliz Natal".

sábado, 22 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Iggy Pop - The Idiot (1977)

The Idiot é o primeiro disco solo do Iggy Pop, anteriormente líder da banda de proto-punk, The Stooges. O álbum foi lançado em 1977, no auge do movimento punk, embora o disco esteja mais ligado a sonoridade pós-punk. Ou seja, se tem uma obra que representa as evoluções do punk rock é The Idiot.


Produzido por David Bowie - que paralelamente desenvolvia sua Trilogia de Berlim -, o álbum tem forte influência dos grupos de krautrock e flerta diretamente com a música do Brian Eno, que na época trabalhava com o Bowie. 

A mão do camaleão é sentida logo de cara no funk desconcertante "Sister Midnight", que tem a guitarra ríspida do Carlos Alomar. É preciso dar atenção também para "China Girl", que anos depois faria sucesso na voz do Bowie, aqui numa versão espetacular, num crescente tão dançante quanto sombrio e atmosférico. 

As letras fúnebres de Iggy aparecem nas obscuras "Nightclubbing" (com guitarras impressionantes do Phil Palmer) e "Funtime" (com aquele ritmo hipnotizante em 4/4 tão comum das bandas alemãs, posteriormente chamado de motorik, além de menção no título ao segundo álbum do Stooges). Já "Baby" expõe uma atmosfera quase noir. Essa sequência é o ponto alto do disco.

Em "Tiny Girls", após um bela introdução de sax (tocado pelo Bowie), Iggy Pop ataca de crooner. Composições longas como "Dum Dum Boys" e "Mass Production" tem arranjos extremamente bem estruturados, soando até mesmo impressionantes para um artista em plena luta contra o vício em heroína. 

The Idiot reergueu a carreira do Iggy Pop, deu ainda mais relevância para David Bowie e influenciou bandas como Depeche Mode, Nine Inch Nails e Joy Division, sendo que foi ouvindo a obra que Ian Curtis se matou. Emblemático!

TEM QUE OUVIR: David Bowie - Low (1977)

Após ter virando a música popular de ponta-cabeça, em 1977 David Bowie ainda parecia incansável. De parcerias com amigos - Lou Reed, Iggy Pop e Mott The Hoople - passando por suas próprias transformações - físicas e musicais - que envolveram o folk, glam rock, soul e pós-punk, além de atuação tanto na moda quanto no cinema, no auge do punk rock, o fluxo criativo do Bowie desaguou nas experimentações da cultuada Trilogia de Berlim, iniciada no emblemático Low.


A Trilogia de Berlim envolve três discos - óbvio! - gravados/inspirados em sua grande maioria na cidade alemã de Berlim - óbvio! [2] - no Hansa Tonstudio. O clima sombrio envolto a frieza do muro e a influência de música eletrônica e krautrock é explícita, parte disso graças a colaboração do Brian Eno. Todavia, é preciso lembrar que a parceria com o produtor Tony Visconti se mantém no trabalho.

O lado A do disco tem a sonoridade bastante calcada no funk, mas é o pequeno épico instrumental "Speed Of Life" que abre o álbum, seguido pelo groove das maravilhosas "Breaking Glass" (que baixo do George Murray!), "What In The Word" (de guitarras e ritmos estranhos, prevendo o Talking Heads) e "Sound And Vision" (que retrata na letra a experiência do Bowie na Alemanha, além de conter a guitarra solar do Carlos Alomar).

A futurística "Always Crashing In The Same Car" e a rockeira "Be My Wife" formam o ponto alto do disco. Em ambas a guitarra estupenda do Ricky Dardiner rouba cena.

"A New Career In A New Town" (com direito a gaita à la Era Uma Vez No Oeste e bumbo de trance) serve como prólogo para as experimentações eletrônicas que envolvem todo o lado B, sendo que é aqui que Brian Eno se destaca, alcançando os melhores resultados nas incrivelmente dramáticas "Warszawa" e "Subterraneans", ambas flutuantes, melódicas e ricas em suas texturas introspectivas. Daqui em diante, os sintetizadores na música pop nunca mais foram os mesmos.

As inovações deste disco são o reflexo de um artista brilhante num momento inspirado. Não por acaso críticos, fãs (incluindo eu) e o próprio Bowie consideram Low o seu melhor e mais representativo trabalho. Qualquer banda que tenha utilizado elementos eletrônicos sombrios - do Joy Divison ao Nine Inch Nails, passando pelo Depeche Mode e The Cure - devem muito ao David Bowie.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

RETROSPECTIVA 2012: Lançamentos (Incluindo os MELHORES DISCOS DO ANO)

Neste post falarei sobre os grandes lançamentos de 2012, provando de uma vez por todas que sons legais não se resumem ao passado. Se prepare pois o tópico é longo.

Obviamente, a escolha dos destaques e das decepções foram baseadas exclusivamente na minha percepção com relação as obras. Não existem aqui análises "definitivas". É apenas a mais pura sinceridade de um ouvinte comum.

Antes de postar as novidades, gostaria apenas de lembrar alguns relançamentos interessantes, no qual o grande destaque é a discografia inteira do Frank Zappa, que está saindo aos poucos nos EUA. Infelizmente, até agora saíram apenas dois álbuns no Brasil, os maravilhosos We're Only In It For The Money e o clássico Hot Rats (único adquirido por mim até agora). No Brasil, quem teve todo o catálogo relançado foram os guitarristas André Christovam e Pepeu Gomes.

Não posso deixar de citar também o belíssimo filme Searching For Sugar Man (ganhou o Oscar de melhor documentário), que conta a historia de um até então desconhecido (com exceção na África do Sul) compositor/cantor Sixto Rodriguez. Tem que assistir! Não só pelo filme em si, mas também pela trilha sonora do artista.


MELHOR LANÇAMENTO AO VIVO/DVD - Hors-concours
No que se diz respeito a lançamentos ao vivo, vale lembrar em especial de um único DVD. Falo do Celebration Day, documento essencial contendo o último show do Led Zeppelin. Disparado o melhor lançamento ao vivo do ano.

DECEPÇÕES
Ao falar dos lançamentos, não posso deixar passar batido os trabalhos decepcionantes. Vamos rapidamente a eles:

Aerosmith - Music From Another Dimension!
Não sou daqueles que só escuta o Aerosmith da década de 1970. Gosto de muitas baladas e de trabalhos mais "recentes", como o Nine Lives. Todavia, após 11 anos sem disco de inéditas, eles soltarem esse álbum é no mínimo vergonhoso. Composições e execução nada inspiradas.

BNegão & Seletores de Frenquência - Sintoniza Lá
Um cara legal como o BNegão fazendo um som pesado com o pé ficando no funk e na música negra brasileira? Coisa boa, não? Infelizmente não. A ideia é válida, mas as composições são fracas. Fica pra próxima (realmente espero o próximo).

Céu - Caravana Sereia Bloom
Vagarosa (2009) está entre meus discos prediletos da atual música brasileira, por isso estava na expectativa por esse novo disco da Céu. Pura decepção. Composições chatas apontando para tendências óbvias. Sua performance vocal também decaiu. Uma pena. 

Coheed And Cambria - The Afterman: Ascension
Gosto da banda e de discos conceituais, mas esse álbum não desceu bem. As composições são fracas.

Gaby Amarantos - Treme
Juro que achei que ia vir um disco pesadão, daqueles que, mesmo que eu não gostasse, iria falar "caramba, nervoso esse som, hein!". Mas não, Treme é a diluição do tecnobrega flertado com o pop chapa branca. Tenho certeza que no Pará tem trabalhos nesta vertente muito mais ousados.

Glória - (Re)nascido
Longe de uma grande gravadora, mas com boa produção e ainda mais pesados, achei que agora o Glória ia dar um cala boca em quem fala mal deles, mas ao invés disso o vocal infantil e as letras pavorosas só reforçam todas as criticas negativas que a banda sofre.

Golpe de Estado - Direto do Fronte
É chato falar mal da banda, mas ô disco ruim!

Fear Factory - The Industrialist
Eles já foram mais pesados, criativos, malucos... legais. Ou será que eu que deixei de deslumbrar esse tipo de som? De qualquer forma, decepcionou.

Flying Colors - Flying Colors
Adoro o Mike Portnoy, Steve Morse, Dave LaRue e simpatizo com o trabalho do Neal Morse. Por isso, a palavra "decepção" cabe muito bem neste projeto reunindo todos esses bons músicos. AOR pretensioso e chato.

Frank Ocean - Channel Orange
Esse álbum tem sido elogiado por todas as mídias especializadas em música, inclusive por críticos que admiro, mas sou obrigado a admitir que não vi nada de especial. Em tempos de Michael Kiwanuka, Cody Chesnutt, Kendrick Lamar e Robert Glasper, chega a ser intrigante alguém gostar do Frank Ocean. 

Green Day - !Uno! !Dos! !Tré!
Após o American Idiot o Green Day passou a acreditar que é melhor do que realmente é. O resultados disso está neste disco longo, presunçoso e "pau-molão". É o punk rock no formato mais inofensivo e sem graça.

Halestorm - The Strange Case Of...
A vocalista é maravilhosa e o primeiro single lançado deixou boa impressão, mas o álbum como um todo é muito fraco. Rock pastiche besta.

Jake Bugg - Jake Bugg
É neo-folk indie rock pra moleque inglês de classe média. Não sou o público.

John Mayer - Born and Raised
Gosto do John Mayer. Acho ele um dos bons guitarristas da sua geração. Todavia, é incrível como sua discografia é irregular. Pop/country bem produzido, mas chato. Dou um desconto pelos problemas de saúde que ele enfrentou esse ano.

Lana Del Rey - Born To Die
Na verdade não chega a ser uma decepção. Eu já sabia que ia ser um saco. Ela canta medicada? Entediante.

Lynyrd Skynyrd - Last Of A Dying' Breed
Os discos atuais do Lynyrd Skynyrd estão mais próximos do Nickelback do que dos trabalhos antigos da própria banda.

Patrulha do Espaço - Dormindo Em Cama De Pregos
É chato falar mal dessa banda, mas eita disco fraquinho. Só salvo "Rolando Rock".

Steve Harris - British Lion
O disco não é de todo mal. Steve Harris manda bem no baixo (como sempre) e tem algumas composições legais, mas o vocalista e a produção são sofríveis.

Tame Impala - Lonerism
Definitivamente não é um disco ruim, mas tá longe de ser a maravilha que andam falando por aí. Possivelmente vai virar um "clássico" da "neo-psicodelia", na minha opinião indevidamente. Escute sem a obrigação de gostar e entenda o que eu digo. Mas o single "Elephant" é realmente bem legal.

The Cult - Choice of Weapon
O The Cult já lançou na minha humilde opinião um dos melhores discos de hard rock de todos os tempos, o potente Electric (1987). Todavia, hoje é uma piada perto do que já foi. Composições extremamente previsíveis.


BONUS "bandas/artistas que lançaram disco bons, mas que não dizem nada (ou pouco) dentro de suas próprias discografias": Kiss, Joe Walsh, Bonnie Raitt, Public Enemy, Bad Brains, Slash, Orbital, Cannibal Corpse, Soulfly, Joe Bonamassa e Violeta de Outono.


DISCOS DO ANO
Como o blog é meu, decidi não resumir a lista em apenas 10 discos (ou qualquer outro número pré-estabelecido), mas sim tentar traçar um panorama o mais amplo possível do que foi 2012, citando todos os discos que me chamaram MUITA atenção, ou seja, apenas gostar não vale, para isso criei anteriormente o post "Tem Que Conferir" (link aqui). Ainda sim, listei no final alguns que mais fizeram a minha cabeça.

Separarei os álbuns em categorias meramente ilustrativas para facilitar o meu trabalho e o do leitor deste blog (ao menos assim espero). Acha que tem muito disco? Ué, escuta só o que te interessar! Sem mais delongas vamos a eles:


VETERANOS
Os medalhões da música que não precisam provar mais nada a ninguém.

Bobby Womack - The Bravest Man In The Universe
Um cara que preciso conhecer mais. Dizem que ele nunca erra em seus discos. Se eu for me guiar pelo que escutei aqui, a expectativa ficará elevada. Soul music moderna, quase eletrônica. Méritos do produtor Damon Albarn (sim, aquele mesmo do Blur e Gorillaz) que arquitetou uma obra de primeira grandeza ao lado de uma lenda do estilo. Destaque: "Please Forgive My Love".

Bob Dylan - Tempest
O icônico compositor dá sequência a seus bons recentes discos, em alguns momentos incrivelmente calcado na música de cabaret. Destaque: "Duquesne Whistle".

Bruce Springsteen - Wrecking Ball
Esse ano dei uma mergulhada na carreira do Bruce Springsteen e por sorte dei de cara com esse grande lançamento. Talvez uma volta a um conteúdo mais politico. E alias, já deixo aqui uma previsão: em 2013, show do Bruce Springsteen vai ser o melhor no Brasil. Destaque: "Wrecking Ball".

Dexis (Midnight Runners) - One Day I'm Going to Soar
Grande volta! Som ainda calcado no pop com influência da soul music de tempos passados. Destaque: "Nowhere Is Home".

Donald Fagen - Sunken Condos
Metade do duo Steely Dan em um disco com a completa competência do grupo. Mais uma vez arranjos espetaculares em composições maravilhosas. Com Donald Fagen não tem erro. Destaque: "Planet D'Rhonda".

Dr. John - Locked Down
O veterano Dr John contou com a ajuda do líder do Black Keys, Dan Auerbach, para produzir este que é um dos grandes discos do ano. Novamente relevante e, agora, apresentado para as novas gerações. Destaque: "Gateway".

Leonard Cohen - Old Ideas
A volta de um dos maiores letristas da história em mais um belo disco. Completamente introspectivo. Atenção para sua voz cada vez mais grave e fúnebre. Destaque: "Show Me The Place".

Neil Young & Crazy Horse - Psychedelic Pill
Neil Young voltou a trabalhar com a espetacular banda Crazy Horse e lançou dois trabalhos em 2012, sendo esse o melhor. Épico e intenso. Destaque: "Driftin' Back".

Patti Smith - Banga
A maior mulher do rock (perdão, Janis) em mais um grande disco recheado de boas letras e interpretações magistrais. Seu lirismo chega a ser cinematográfico. Fora que há ótimos arranjos e belas passagens de guitarra. Destaque: "April Fool".

Rush - Clockwork Angels
O Rush aprendeu a fórmula e agora não erra mais. Clockwork Angels dá sequência a seus ótimos últimos discos. Destaque: "Caravan".

Scott Walker - Bish Bosch
Já não resta mais dúvida, Scott Walker pirou. Esqueça seu chamber pop sessentista. O trabalho dele agora é experimental, ruidoso, denso e provocativo. Não da pra negar que envelheceu com dignidade e relevância. O resultado é interessante. Destaque: "SDSS1416+ 13B (Zercon, A Flagpole Sitter)".

Van Halen - A Different Kind Of Truth
Ótima volta! Eddie Van Halen reuniu alguns riffs engavetados do passado, jogou limpo com os integrantes da banda e gravaram um belo álbum. Uma fórmula simples, mas que quando feita por músicos desse calibre, resulta em discão. Destaque: "She's The Woman".

ZZ Top - La Fatura
O melhor disco do ZZ Top nos últimos - pausa pra pensar - 35 anos! Novamente soando como um trio poderoso e vintage, com som calcado no blues rock, cheio de guitarras distorcidas e vocais roucos. Obrigado, Rick Rubin, por fazer mais uma banda acordar pra vida. Destaque: "I Gotsta Get Paid".


ESTABELECIDOS
Aqueles que ainda não são lendas, mas já estão com a carreira feita.

...And You Will Know Us By The Trail of Dead - Lost Songs
Art rock moderno, consistente, bem gravado e tocado, com ótimas composições... Resumindo: um disco sem bola fora. Só não me empolgou tanto porque não é o tipo de som que mais curto. Destaque: "Up To Infinity".

Chris Robinson Brotherhood - Big Moon Ritual
Rock n' roll sulista com belas passagens, solos inspirados, músicas longas e clima flower power. Não vai mudar o mundo, mas é honesto, bem feito e empolgante. Isso para mim é mais que o suficiente. Destaque: "Tulsa Yesterday".

David Byrne & St. Vincent - Love This Angel
Um ícone do rock e uma moça de caminho promissor. Ambos juntos num trabalho que faz a ponte sonora para o futuro. Todavia, impossível não pensar na new wave. Ótimos arranjos de metais. Disco ousado e divertido. Destaque: "The Forest Awakes".

Dinosaur Jr. - I Beat On Sky
Os reis em aliar sujeira guitarristica com lindas melodias em mais um discão. No rock alternativo, eles são os melhores! Destaque: "Watch The Corners".

Fiona Apple - The Idler Wheel...
Seria pop se não fosse tão estranho, a começar pelo interminável nome do disco. As composições são ousadas, os arranjos fogem do convencional, as letras são ótimas e sua interpretação é de brilhantismo próprio. Revigorante. Destaque: "Regret".

Graham Coxon: A+E
O eterno guitarrista do Blur num disco volumoso. É meio garage, meio krautrock. Bastante criativo e ousado, tanto na construção das composições, quanto na escolha dos timbres. Achei até mesmo surpreendente. Destaque: "Advice".

Jack White - Blunderbuss
Vou dizer o que? Ele sabe o que faz. Adoro o fato de sua abordagem musical ser retrô, mas não ser pastiche. Todo o seu conceito de blues-rock garageiro vem carregado de novas referências. Destaque: "Freedom At 21".

John Frusciante - PBX Funicular Intaglio Zone
Na primeira audição achei terrivelmente maluco. Na segunda achei engraçadamente bizarro. Na terceira comecei a entender o conceito. Agora acho ousado e interessante. Obs: não espere nada na linha do RHCP. Destaque: "Hear Say".

John Zorn & Thurston Moore - @
Coloque esses dois dementes no estúdio para improvisarem. O resultado é um esporro cacofônico obviamente mais interessante que agradável.

Jon Spencer Blues Explosion - Meat and Bone
Ótima banda que nem lembrava que existia. Por sorte fiquei sabendo deste discão, que definitivamente não pode passar despercebido. Vigoroso e espetacular. Destaque: "Black Mold" (com direito a ótimo clipe).

Mark Lanegan - Blues Funeral
Álbum extremamente sombrio/mórbido do eterno vocalista do Screaming Trees. Mais um daqueles que tem que dar atenção especial para as letras. Destaque: "St. Louis Elegy".

Muse - The 2nd Law
É um trabalho estranho. Tem pitadas de progressivo, metal alternativo, art rock, disco, funk, pop e até dubstep. Chega a dar impressão que atira para todos os lados, mas o resultado final agrada. Ótima produção. Destaque: "Survival".

Soundgarden - King Animal
De cara assumo que não gostei. Mas fui ouvindo aos poucos e não é que é bem legal. E como o Matt Cameron é bom, não? Só agora me dei conta. Bela volta! Destaque: "Non-State Actor".

The Dandy Warhols - This Machine
Típico disco de power pop que tem como principal mérito a qualidade das composições. Destaque: "Well They're Gone".

The Hives - Lex Hives
Confesso que logo de cara não gostei, mas escutei outras vezes e acabei adorando. Talvez o melhor disco desta que é uma das grandes bandas de rock contemporâneas. Atende desde os fãs de classic rock até a molecada indie. Divertido e consistente. Destaque: "Go Right Ahead".

The Mars Volta - Noctourniquet
Ao se debruçar em canções, contraditoriamente me soou como o disco mais experimental do Mars Volta. Quase como eles querendo soar como o Radiohead. Isso não é uma critica, muito pelo contrário, inclusive gostei da interação da banda com elementos eletrônicos. Destaque: "Aegis".


METAL
Única categoria separada por gênero, subdividida pelo simples fato de ouvir muito o estilo e a qualidade/quantidade impressionante de lançamentos.

Amenra - Mass V
Isso é o que acontece quando uma das bandas mais interessantes do post-metal trabalha com o produtor Billy Anderson. Intenso, para não dizer o mínimo. Todavia, alguns vocais não fazem jus ao instrumental. Destaque: "Plus Près De Toi (Close To You)".

Baroness - Yellow Green
Um pouco mais "acessível", mas ser perder a essência. O peso ainda está lá. Tem um pouco de stoner, pitadas do lado mais progressivo do Mastodon, além de doses de criatividade/personalidade. Bom trabalho. Destaque: "Take My Bones Away".

Between The Buried And Me - The Parallax II: Future Sequence
O metal progressivo como tem que ser. Nada pretensioso, bunda mole ou epicamente desnecessário. É porradaria uma atrás da outra em composições ultra técnicas, seja nos arranjos ou na execução. Destaque: "Lay Your Ghosts To Rest".

Black Breath - Sentenced To Life
Pitada de fúria rock n' roll, atitude punk e peso de thrash metal atual (mas ainda orgânico) e palhetadas quase de black metal. É fodão.  Destaque: "Feast Of The Damned".

Burning Love - Rotten Thing To Say
E se o Motörhead fosse uma banda gerada no século XXI? Seria isso aqui. Destaque: "Karla".

Corrosion of Conformity - Corrosion of Conformity
Banda histórica num retorno após quase uma década parado. O que há de melhor no stoner/sludge, só que aqui com alguns momentos quase punks, recuperando a tradição oitentista do grupo. Muito bem gravado. Destaque: "Time Of Trials".

Deftones - Koi No Yokan
Mais um ótimo lançamento do Deftones. Composições que equilibram peso e ótimas melodias. Todavia, é mais fraco que os dois anteriores. Destaque: "Leathers".

Gojira - L'Enfant Sauvage
Primeiro álbum que parei pra ouvir do Gojira com maior atenção. Mas já adianto que é o melhor deles. Beira o absurdo! E como esse batera toca, não? Destaque: "Mouth Of Kala".

High On Fire - De Vermis Mysteriis
Se sua onda for sludge, você não vai achar nada melhor do que isso. Pesado, orgânico e com uma fúria capta com maestria absurda. Parece que a banda cospe na cara do ouvinte. Ótimos riffs. Destaque: "Serums Of Liao".

Krallice - Years Past Matter
Um black metal altamente atmosférico e complexo, mas sem abrir mão do peso. As longas canções constroem ambientações atraentes ainda que inóspitas. Destaque: "IIIIIII".

Meshuggah - Koloss
Peso brutal e fórmulas de compasso malucas, como sempre. Grande disco, mas talvez por não ter me surpreendido não está entre os meus prediletos. Destaque: "Marrow".

Orange Goblin - Eulogy For The Damned
Heavy metal moderno, mas com forte influência do doom metal e, obviamente, do stoner rock. Sem frescura! Destaque: "Acid Trial".

Periphery - Periphery II: This Time It's Personal
Banda da nova safra de grupos pesados, progressivos, extremamente técnicos e irritantemente melódicos. Gostei logo de cara, mas ainda preciso ouvir mais vezes pra entender melhor (essa galera que veio do djent é confusa, culpa do Meshuggah). Destaque: "Ji".

Soen - Cognitive
Grande time contendo o lendário baixista fretless Steve Digiorgio (ex-Death) e o baterista Martin Lopez (ex-Opeth). Bastante calcado na sonoridade do Tool. Destaque: "Delenda".

Xibalba - Hasta La Muerte
Uma pancada de força hardcore e peso fúnebre. É o tipo de banda que soa tão violenta que dá até medo. Destaque: "Soledad".


"SALVADORES DO ROCK"
Aquelas típicas bandas de Rock que os críticos adoram chamar de "Salvadores do Rock". Deixe essa baboseira de salvação de lado e apenas escutem esses grandes discos.

alt-J - An Awesome Wave
Eu dificilmente embarco nessa praia "indie folk com pitadas eletrônicas", mas a estreia deste grupo é bastante consistente, não somente devido as composições, mas também com relação a produção. Destaque: "Matilda".

Blackberry Smoke - The Whippoorwill
Eu confesso que inicialmente não curti. Imaginei um southern rock "rústico", mas recebi algo lapidado e próximo da country music. Mas de tão bem acabado não dá pra falar mal. Fora que as canções são bacanas. Destaque: "Everybody Knows She's Mine".

Brendan Benson - What Kind Of World
O lado mais modesto do Raconteurs em um disco divertido e preciso. Por baixo do clima descompromissado estão excelentes canções que passeiam pelo power pop. Destaque: "Here In The Deadlights".

Cloud Nothings - Attack On Memory
Fugindo do lado metódico do indie rock, a banda chamou o grande Steve Albini para captar uma energia punk em canções melódicas. O resultado transmite muita verdade sonora. Destaque: "Wasted Days".

Crippled Black Phoenix - (Making) The Crafty Ape
Imagine o que aconteceria se o Pink Floyd não fosse tão criativo, mas tivesse o Tony Iommi como guitarrista. É algo por aí que essa banda faz, dada as devidas proporções de genialidade. Destaque: "The Brain/Poznan".

Django Django - Django Django
Não bateu de primeira, mas aos poucos fui descobrindo suas qualidades. É o indie pop experimentando com a psicodelia. Destaque: "Default".

Dope Body - Natural History
Muito punk rock, garage rock e até mesmo sludge num disco acima de tudo vigoroso. Destaque: "Beat".

Gypsyhawk - Revelry & Resilience
Pense num Thin Lizzy com produção moderna. É assim que o Gypsyhawk soa em primeiro instante (e isso definitivamente não é pouca coisa). Destaque: "Hedgeking".

Graveyard - Lights Out
Rock setentista, ultra bem tocado e produzido. Não vai mudar o mundo, mas para quem curte o estilo de bandas como black crowes é festa garantida. Destaque: "An Industry Of Murder".

Grizzly Bear - Shields
Um álbum exuberante, que aposta num colorido de timbres para compor a construção psicodélica e progressiva das canções. Destaque: "Sleeping Ute".

Hot Chip - In Our Heads
Confesso, tenho um certo preconceito com a banda, mas a verdade é que, lá no intimo, acho as canções bem legais (ao menos as mais "dançantes"). É o indie pop divertido, muito por conta da aura retrô (ora disco, ora synthpop). Destaque: "Motion Sickness".

Howlin Rain - Russian Wilds
Eles são os Black Crowes do momento, ou seja, uma ótima banda com o pé calcado na década de 1970. Caldeirão de southern rock, folk, funk, progressivo e até mesmo toques de música latina. Destaque: "Cherokee Werewolf".

Kadavar - Kadavar
Um disco que parece ter sido enterrado na década de 1970 e retirado só agora. Tem aquela sonoridade típica do Black Sabbath (tão copiada nos dias de hoje). É mais do mesmo? Sim! É caricato? Talvez. Mas é muito legal. Destaque: "Forgotten Past".

Mac DeMarco - 2
É agradável, dançante, viajante, jovem, descompromissado e bem feito. Nada do que o rock mainstream parece ser. Adoro a rusticidade da gravação. Destaque: "Cooking Up Something Good".

Nada Surf - The Stars Are Indifferent To Astronomy
Na linha tênue entre o pop punk e o power pop, a banda atinge um alto patamar composicional no rock alternativo. Cativante, melódico e com ótimas guitarras.

Now, Now - Threads
Indie rock moderninho, pop e dançante, com pitadas muito bem vindas de sujeira lo-fi/shoegaze. Destaque: "Thread".

OFF! - OFF!
Veteranos do punk rock/hardcore soando como auto-herdeiros da estética mais feroz, crua e energética de rock. Menos de 20 minutos de pura cacetada.

Pile - Dripping
Post-hardcore dos bons com pegada e melodia. Ótimas composições e passagens de guitarra. É o suficiente. Destaque: "Grunt Like A Pig".

Ringo Deathstarr - Mauve
Gosta de noise pop? Então você não pode deixar de ouvir esse disco. Um revigorante suspiro ao shoegaze. Tem tudo pra virar hype. Destaque: "Rip".

Rival Sons - Head Down
Rock setentista chupinhado descaradamente do Led Zeppelin (isso foi um tremendo elogio), embora menos que o disco anterior, o que sugere criatividade maior nas composições. Básico e bem feito. Destaque: "Keep On Swinging".

Royal Thunder - CVI
Halestorm é o escambal, a grande banda de rock atual com vocais femininos é o Royal Thunder. Pesado, melódico e com pitadas progressivas. Destaque: "Parsonz Curse".

Screaming Females - Ugly
E se o Dinosaur Jr. fosse mais esquisito e com influência do surf rock? O resultado seria esse. Talentosa guitarrista e cantora. Destaque: "Extinction".

Silversun Pickups - Neck Of The Woods
Misture Smashing Pumpkins com Muse, American Football e A Perfect Circle. É meio por ai. Ótimo baterista, vocalista fraco. Destaque: "Simmer".

Stoned Jesus - Seven Thunders Roar
Meio grunge, meio stoner, em canções de longa duração. Não é maravilha que muitos falaram, mas é bacana. Destaque: "Indian".

The Vaccines - Come Of Age
Indie rock com abordagem mais punk garageira que, se não levado muito a sério, soa divertido. Se tiver rolando um encontro/festa na sua casa, pode botar esse disco pra tocar que não tem erro. Destaque: "Teenage Icon".

The Sheepdogs - The Sheepdogs
Com seu southern rock canadense caricato, que as vezes lembra o Stillwater, o grupo se saí bem. Não vai mudar o mundo, ainda que o disco tenha alcançado repercussão impressionante. Foi produzido pelo batera do Black Keys. Destaque: "Feeling Good".

Torche - Harmonicraft
Composições acessíveis e cheias de energia, mas com um peso extra flertando com stoner. É o que o "neo-grunge" deveria ser não fosse o que é. Destaque: "Reverse Inverted"

The Men - Open Your Heart
Muitos grupos do indie rock atual apostam no garage rock, mas poucos soam tão vorazes quanto esse. Há uma energia orgânica vinda dos instrumentos. Muito bem interpretado e captado sem medo de ruído. Flerta com o shoegaze e o country rock (???). Bem legal. Destaque: "Turn It Around".

Wild Nothing - Nocturne
A influência oitentista é óbvia, mas o disco não chega a cair no pastiche por conta das boas composições e da verdade transmitida via a interpretação. Dream pop dos bons, de produção cristalina. Destaque: "Shadow".

Witchcraft - Legend
Ótimo instrumental, mas infelizmente o vocalista não tem a mesma força. Ainda sim as composições são sensacionais, com forte influência de stoner, doom e rock progressivo. Destaque: "Dead End".


GUITARRISTAS
Por ser guitarrista, acabo ouvindo grande quantidade de discos destes instrumentistas. Eis alguns dos meus prediletos de 2012.

Gary Clark Jr. - Blak and Blu
Um dos grandes nomes da guitarra atual, esse jovem músico lança seu primeiro disco por uma grande gravadora. Trazendo para seu blues cru uma produção mais comercial (no bom sentido da palavra), o álbum vem carregado de ótimas composições, timbres impecáveis de fuzz e grande interpretação. Não por acaso tem causado grande burburinho no mundo das 6 cordas. Destaque: "When My Train Pulls In".

Jimmy Herring - Subject To Change Without Notice
Veterano que há tempos vem presenteando os ouvintes com grandes improvisações. Agora lançou aquele que talvez seja o seu grande trabalho de estúdio. Timbres espetaculares de strato em músicas que misturam Jeff Beck com Jerry Garcia e Django Reinhardt. Destaque: "Within You, Without You".

Kaki King - Glow
Sua já conhecida técnica fantástica como violonista aplicada em canções com vestígios de rock, new age e folk, maravilhosamente arranjadas. Destaque: "Great Round Burn".

Kurt Rosenwinkel - Star Of Jupiter
Brilhante guitarrista de fusion com o pé fincado no jazz. Ótimos temas, improvisos e fraseado peculiar, que em muitos momentos lembra instrumentistas de sopro. Destaque: "Kurt I".

Pat Metheny - Unity Band
O mais ousado e criativo guitarrista de jazz dos últimos 30 anos em mais um disco de extrema relevância. Destaque também para os outros músicos envolvidos, dentre eles o saxofonista Chris Potter. Ótimos temas e grandes passagens de improvisação. Destaque: "Roofdogs".

Phil Sayce - Steamroller
Após ouvir esse disco da até pra entender o porquê de uma parcela dos guitarristas acharem o Joe Bonamassa limpinho demais. Phil Sayce preserva o peso, groove e a energia do blues rock setentista, ainda que soando atual. Destaque: "Stung By A Woman".

Tremonti - All I Was
Projeto solo do bom guitarrista Mark Tremonti, integrante dos terríveis Creed e Alter Bridge. Riffs pesados, solos bem construídos, vocais melódicos e excelente produção. O registro definitivo deste talentoso músico mal aproveitado. Destaque: "Brains".


OVELHAS NEGRAS
Não são do mesmo estilo, nem da mesma cena, nem da mesma geração. Eles só não se enquadram nas categorias anteriores, então juntei todos aqui.

Alpine - Early Hours
Ótimo EP. Curto e interessante, soando até mesmo conceitual. Dentro da música pop foi uma das coisas mais legais lançadas. Tem produção ousada e composições que apresentam detalhes interessantes. Destaque: "Deeper".

Animal Collective - Centipede Hz
Típico rock avant-garde. Tem pitadas de indie rock, pop, psicodelia, música eletrônica, shoegaze, noise e o que mais passar pela cabeça dos integrantes. E isso é muito bom. Destaque: "Moonjock".

Bruno Mars - Unorthodox Jukebox
O POP (com letras garrafais) com alcance POP em uma produção POP. Tem influencia de r&b, reggae, disco, funk, soul music, Police, Michael Jackson e muita música... POP. Que bom seria se a música mainstream fosse sempre assim. Destaque: "Treasure".

Burial - Kindred e Truant / Rough Sleeper
Dois EPs que eu vejo como uma coisa só. Ambos demonstram a força do produtor ao elaborar um dubstep atmosférico, cheio de texturas e que não soam nada juvenil.

Crystal Castles - (III)
Mais um daqueles discos eletrônicos, paranoicos, mas com sensibilidade pop herdada do trip hop. Nem todas as faixas me agradaram, mas ainda assim merece audição. Destaque: "Wrath Of God".

Deadmau5 - Title Goes Here
Um doa mais populares produtores de música eletrônica da nova geração. Se ao vivo suas apresentações não me convencem (ao menos pelo que vi em vídeo), nos discos ele demonstra ser um verdadeiro mago dos estúdios. Pesadíssimo. Destaque: "Superliminal".

Esperanza Spalding - Radio Music Society
Esperanza é uma baixista de habilidades incontestáveis, mas esse polêmico trabalho causou controvérsias. Alguns acharam que ela empobreceu suas composições/interpretações, outrora ainda mais jazzisticas. Já eu gostei bastante. É jazz contemporâneo sem ser de elevador, ainda que inegavelmente mais pop, embora com muito groove e bom gosto. Escute e tire sua própria conclusão. Destaque: "Radio Song".

First Aid Kit - The Lion's Roar
Dupla de garotas indies fofinhas que tocam folk. Tinha tudo pra eu detestar, mas as composições são ótimas. Fora que elas mandam muito bem nas guitarras. Não por acaso chamaram atenção de Jack White, que as-convidou para gravarem em seu estúdio. Destaque: "Emmylou".

Four Tet - Pink
Demorei para embarcar nesse álbum do Four Tet, mas no fim "alcancei". Exige abstração, o que é ótimo num cenário tão banalizado de música eletrônica. Destaque: "Locked".

Flying Lotus - Until The Quiet Comes
Não é um disco fácil de absorver e nem dá pra ouvir a qualquer momento. É possível encontrar de tudo: jazz, trip hop, hip hop, afrobeat, trance, ambient... tudo muito bem tocado e produzido. É a versatilidade e inquietude usada com sabedoria. Dê mais de uma chance. Com direito a participação de Erykah Badu, Niki Randa, Thom Yorke e Thundercat. Destaque: "Electric Candyman".

Godspeed You! Black Emperor - 'Allelujah! Don't Bend! Ascend!
Após 10 anos sem lançar nada, discão de post-rock. Indicado pra quem curte sons experimentais, ruídos e paisagem sonora. Completamente introspectivo e maravilhoso. Destaque: a longuíssima "Mladic". Tenha paciência.

Grimes - Visions
Um electropop/bubblegum pop bem do esquisitinho. A moça tem uma voz quase infantil e as produções são tão densas quanto esqueléticas. Tem sua doçura divertida. Destaque: "Genesis".

Igorrr - Hallelujah
Salada eletrônica extremamente brutal, experimental, barulhenta e esquizofrênica. Amontoado de sons malucos regurgitados por um criador talentoso, mas seriamente problemático/doentio. Destaque: "Vegetable Soup".

Kendrick Lamar - Good Kid, M.A.A.D. City
Disco ousado, com narrativa interessante e doses de experimentalismo na produção. Influência clara da soul music e do hip hop old school, mas dentro dos padrões atuais do mercado/estilo. Destaque: "Backseat Freestyle".

Killer Mike - R.A.P. Music
Esse talentoso rapper esgota todas as possibilidades do estilo num disco variado e de grande êxito sonoro. Destaque: "Don't Die".

Lil Ugly Mane - Mista Thug Isolation
Embora com excessos, é um álbum de rap sombrio e criativo, que invoca nos beats desde o jazz até elementos ruidosos do industrial. O flow do rapper também não é de se jogar fora. Tudo isso caminhando fora do grande mercado. Destaque: "Wishmaster".

Lou Doillon - Places
Imagine uma Patti Smtih francesa, linda, com canto sussurrado, letras fortes, belas melodias e acompanhada de ótima banda. Pareceu absurdo demais? Então ao menos coloque-a no mesmo nível da Cat Power. Destaque: "One Day After Another".

The Heavy - Glorious Dead
Ótimo disco que intercala canções espetaculares de neo soul com músicas legais de indie rock. Produção vintage e bastante encorpada. Destaque: "What Makes A Good Man?".

The XX - Coexist
Merece todo esse hype que ganhou? Isso não importa. O que vale é que as músicas são boas, principalmente para ouvir... dormindo. E não to sendo irônico. Experimente. Destaque: "Angels".

Macklemore & Ryan Lewis: The Heist
Definitivamente não é o tipo de som que faz minha cabeça, mas é impressionante como o disco soa bem. Ótimas produções e momentos inspirados numa linha mais pop do hip hop. Destaque: "Thrift Shop".

Matther E. White - One of These Days
Ótimo cruzamento de indie rock com soul music. As composições são simples, mas ganham excelência devido o cuidado (e a ousadia) dos arranjos. Destaque: "Brazos".

Melody's Echo Chamber - Melody's Echo Chamber
Não gostei do disco do Tame Impala (como falei antes, não é ruim, mas não da pra considerar sequer legal, ao menos no meu modo de ver), mas esse, que conta com a "arquitetura" do Kevin Parker, eu achei ótimo. Dream pop dos bons. Destaque: "Crystallized".

OM - Advaitic Songs
Drone com referências de música do oriente médio e doom metal. Transita entre o ambiente sensível e o desesperador. Destaque: "Haqq Al-Yaqin".

Ondatrópica - Ondatrópica
Se o assunto for música latina (principalmente cumbia), quente, orgânica, divertida e tradicional, esse disco é altamente recomendável. Nada fora da curva, mas extremamente exitoso. Coloque e tenha uma festa garantida. Destaque: "Linda Manana".

The Gossip - A Joyful Noise
Pop bem feito. Tem pitadas de Madonna, New Order, Duran Duran e até Black Keys. Isso sem falar na presença da carismática Beth Ditto. Destaque: "Melody Emergency".

Robert Glasper - Black Radio
Um jovem pianista talentoso de jazz (Robert Glasper), uma banda com excelente cozinha e bons rappers (dentre tantos, Erykah Badu e Lupe Fiasco) responsáveis pelas letras. Muito groove e ótimos timbres num disco inspirado. Destaque: "Always Shine".

Rome - Hell Money
O sempre produtivo Rome em um disco sombrio, com muita influência de dark e folk, beirando os trabalhos do Nick Cave (dada as devidas proporções). Destaque: "This Silver Coil".

Soap&Skin - Narrow
Um disco arquitetado ao piano, com arranjos belíssimos (quase eruditos), mas que tem como principal triunfo a força interpretativa da moça. É bastante profundo e denso. Destaque: "Voyage Voyage".

Taylor Swift - Red
O pop em seu estado puro, quase rasteiro, bobo e adocicado. Poderia ser mal sinal, mas os ganchos melódicos e o clima é tão legal que fui tomado pelo disco. Destaque: "22".

TNGHT - TNGHT EP
A dance music do século XXI. 15 minutos de faixas explosivas com elementos de rap, wonky, dubstep e pop. Tudo muito encorpado e cativante. Mesmo não sendo a minha praia, é bem bacana. Destaque: "Higher Ground".

T.R.A.M. - Lingua Franca
A dupla de guitarras do Animal As Leaders, o baterista do Suicidal Tendencies e o saxofonista do Mars Volta num disco técnico, mas sem pender para o chato. Não é tão pesado, chega a ser jazzistico. Destaque: "Consider Yourself Judge".

XXYYXX - XXYYXX
Em que outra situação neste ano a música eletrônica experimental se casou tão bem com o POP? Destaque: "DMT".


BRAZUCAS
Juro que gostaria de postar dezenas de grandes discos brasileiros aqui, mas os únicos que me chamaram atenção foram:

Bêmonio - vulgatam clementianam
Sim, no Brasil tem drone! E dos mais densos e obscuros. Embaçado. Sem destaque, o lance adentrar a obra como um todo.

Caetano Veloso - Abraçaço
O terceiro de sua "fase rock". Inferior ao , superior ao Zii e Zee. É irregular, mas tem grandes momentos. A banda tá entrosada. Destaque: "A Bossa Nova É Foda".

Cascadura - Aleluia
O flerte perfeito de rock com pop em boas composições de arranjos elaborados. Fabio Cascadura é sem dúvida um dos grandes compositores do rock brasileiro. Destaque: "Aleluia".

Elma - ELMA LP
Instrumental maluco, cheio de riffões pesados e desgraçadamente bem tocado. Destaque: "Fat Breath".

Guinga + Quinteto Villa-Lobos - Rasgando Seda
Comemoração dos 50 anos do quinteto na melhor companhia possível. O tremendo violonista e compositor (de parceiros como Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro) num álbum de arranjos lindíssimos, que dão ênfase a harmonias e melodias estelares. Execução e captação cristalina. É pra ouvir e tornar-se nacionalista. Destaque: "Passarinhadeira".

Jair Naves - E Você Se Sente Numa Cela Escuta, Planejando Sua Fuga, Cavando o Chão Com as Próprias Urnas
Ele sempre foi um ótimo letrista. Aqui ele reaparece mais maduro, com sua personalidade dramática ainda aflorada. As histórias são muito bem construídas. Gosto da proposta quase post-rock do instrumental.

Luis Capucho - Cinema Iris
Álbum singular, muito focado na poética do compositor. Sua voz grave e a crueza violão à serviço do texto. Por mim tudo bem, ainda mais diante das imagens fotográficas tão corriqueiras quanto surreais que o artista traz para suas composições. Para ouvir e reouvir até bater. Destaque: "Atitudes Burras".

Merda - Índio Cocaleiro
Mozine é rei! Destaque: "Um Soco Na Sua Cara".

Metá Metá - MetaL MetaL
Três artistas talentosos fundindo a música brasileira com elementos da vanguarda paulista, post-rock, afrobeat e o que mais vier na cabeça. Ainda melhor que o anterior.

O Terno - O Terno
Claro, é apenas uma "releitura indie" do humor dos Mutantes, mas eu gostei. Bem tocado e engraçadinho. É bacana. Destaque: "66".

Roberta Campos - Segunda Pele
Com produção do Rodrigo Campello, a cantora sabiamente cai fora do samba e se sai melhor numa renovação da MPB, ainda que fincada na tradição quase pastiche em muitos momentos. Sua voz é linda, os arranjos elegantes e a produção polida. A canção brasileira inofensiva tem seu lugar em meus ouvidos. Destaque: "A Brincadeira".

Sobre A Máquina - Sobre A Máquina
Tão orgânico quanto sintético, o grupo explora as texturas de diferentes timbres numa montagem hipnótica. Que gosta de krautrock e música ruidosa vai se interessar. Destaque: "Corredor".

TEST - Arabe Macabre
A prova de que a banda funciona não só em seus apoteóticos shows na sua já lendária kombi, mas também em disco. Paulada grindcore feita para assustar crianças. Destaque: "Andróides".

Tulipa Ruiz - Tudo Tanto
Disco ousado, repleto de grandes interpretações (tanto de Tulipa quanto dos músicos envolvidos), boas composições e excelente produção. O mais louvável é que o disco reuniu todos esses atributos e ainda assim atingiu um bom público, feito raro hoje em dia. Destaque: "Desinibida".


Os 15 GRANDES destaques (na minha humilde opinião, óbvio)
Obs: sem ordem de preferencia.

Death Grips - The Money Store
Que diabo de grupo! Algo entre o rap, o hardcore e o experimentalismo eletrônico. Pesado, abstrato e doentio. É para ficar confuso e, no fim, sair nocauteado. De grande força física e estética.

Bill Fay - Life Is People
Lançado após inacreditáveis 40 anos sem um disco de inéditas, Bill Fay reaparece com esse trabalho belíssimo, recheado de composições inspiradíssimas. Tudo que o Jeff Tweedy (líder do Wilco) quis fazer na vida (e faz!) está aqui.

Alabama Shakes - Boys & Girls
Vocais maravilhosos da Brittany Howard e instrumental no maior clima Booker T. & The MG's, ou seja, não é pouca coisa. A Stax fez escola e deixou boas sementes. Incrivelmente fez bastante sucesso.

Michael Kiwanuka - Home Again
Trabalho impecável de soul music, comandado por uma bela voz de um cantor espetacular. Ótimas composições e arranjos cuidadosos contribuem para a perfeição do álbum.

Cody Chesnutt - Landing On A Hundred
Groove de alto nível, embrulhado em composições bem arranjadas, com forte influência de hip hop, funk, Stevie Wonder e R&B em geral, tudo isso sem abandonar o apelo pop. Ah, o Cody Chesnutt para "piorar" é dono de uma das melhores vozes da atualidade. Discão muito bem produzido e tocado! Obs: Por favor, alguém sabe informar quem gravou os baixos deste disco?

Storm Corrosion - Storm Corrosion
Dois dos músicos mais talentosos da atualidade (Mike Akerfeldt do Opeth e Steven Wilson do Porcupine Tree) se reúnem num dos melhores discos de rock progressivo da década. Simples assim.

The Sword - Apocryphon
Stoner pesado, assim como diversos outros discos lançados este ano, com a diferença de que esse é melhor que todos os outros. Talvez pela produção, execução, composição ou tudo isso junto.

Down - Down IV Part I - The Purple EP
Phil Anselmo acertou a mão como a tempos não fazia. Esse EP se compara ao já clássico NOLA (1995). Quem gosta de stoner/sludge/Black Sabbath tem que ouvir.

Lamb Of God - Resolution
Porrada! A cada lançamento é a mesma história, os caras se superam. O melhor disco deles (até o momento).

Testament - Dark Roots Of Earth
As bandas veteranas do thrash metal continuam a lançar grandes discos. Ano passado foi o Anthrax, esse ano o Testament. Quem será o próximo?

Band Of Skulls - Sweet Sour
Ah, como eu queria que todos as bandas indies/alternativas soassem assim. Boas composições com belos arranjos de guitarras. Em alguns momentos soa setentista, em outros lembra o Wilco. Disco surpreendente. 

Converge - All We Love We Leave Behind
Hardcore extremamente brutal, torto e pancada da cabeça. Definitivamente não é recomendado para quem tem medo de barulho. Beira o genial (dentro do estilo).


Swans - The Seer
Disco denso, doentio, brutalmente atmosférico e barulhento, chegando até mesmo a soar psicótico, o que não deixa de ser muito interessante. Demorei para assimilar por completo, mas hoje reconheço como um já clássico.

Agora é partir pra 2013, sem esquecer destes grandes discos. Vamos ver qual melhor sobrevive ao tempo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Television - Marquee Moon (1977)

O Television é constantemente citado como um dos pilares do punk rock. Foi a banda que abriu as portas do emblemático CBGB, dando o inicio a uma cena alternativa esteticamente revolucionária. O grupo é também influência declarada de muitos artistas: dos punks, vide o Dee Dee Ramone; aos indies, vide os Strokes. Já o disco de estreia da banda, Marquee Moon (1977), é frequentemente citado como um dos grandes álbuns da história do rock.


Arquitetado num período musicalmente explosivo de Nova York, o Television era o meio termo entre o som básico dos Ramones e a sofisticação do Talking Heads. Em alguns momentos, o grupo chegava perto da sonoridade proto-punk de bandas extintas, como o New York Dolls, só que com um experimentalismo herdado do Velvet Underground.

Após a debandada do problemático Richard Hell, o grupo ficou no comando dos espetaculares guitarristas Tom Verlaine e Richard Lloyd, dupla extremamente criativa ("Friction") e melódica ("Venus"), que conseguia elaborar arranjos intrincados gerando harmonias requintadas. O dialogo entre os instrumentos formam emaranhados sofisticadíssimos e particulares.

São nos quase 11 minutos da faixa "Marquee Moon" que estão todas as singularidades do grupo, onde além dos guitarristas, a cozinha formada por Fred Smith (baixo) e Billy Ficca (bateria), também mostra-se extremamente arrojada. Um épico construído em conjunto, sem a prepotência do rock progressivo.

É interessante ver como uma banda oriunda da safra mais tosca (no bom sentido) de Nova York consegue soar tão delicada, vide a balada "Guilding Light" e a força power pop de "Prove It", ambas com excelentes linhas de baixo.

Ainda que o disco tenha sido lançado no começo do movimento punk, algumas músicas já embarcam na sonoridade pós-punk/new wave, vide as ótimas "Elevation" e "See No Evil", essa última de letra anarquista.

Com o tempo, o Television foi sendo ofuscado, mas Marquee Moon se manteve como um registro impecável. Infelizmente, é o típico clássico que pouca gente ouviu, apesar da constante bajulação. Cabe aos mais curiosos fugir desta regra.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

TEM QUE OUVIR: Albert King - Born Under A Bad Sign (1967)

Não é qualquer guitarrista que pode se orgulhar de ter influenciado nomes como Jimi Hendrix, Eric Clapton, Mick Taylor, Stevie Ray Vaughan, dentre outros. Um dos poucos é Albert King, que em 1967 lançou o clássico Born Under A Bad Sign (1967).


Por ter sido registrado pela Stax, selo especializado em soul music, o disco agrega um balanço diferente ao blues do Albert King. Isso ocorre devido a participação da banda de apoio da gravadora, formada pelos brilhantes Steve Crooper (guitarra rítmica), Donald "Duck" Dunn (baixo), Al Jackson Jr. (bateria) e Booker T. Jones (teclados). Esse forte groove de soul music fica explicito nas incríveis "The Hunter", "As The Years Go Passing By" e "The Very Thought Of You". 

Vale ainda se atentar para a força dos metais, que em "Kansas City" dão uma carga até mesmo "sensual" para o arranjo.

O solo de "Born Under A Bad Sign" foi escolhido pela revista americana Guitar Player como um dos mais influentes do rock. Mas é preciso deixar claro que seus licks nas seis cordas em "Crosscut Saw" não ficam para trás.

Se quanto toca guitarra Albert King é econômico na quantidade de notas, em contrapartida ele distribui bends e vibratos poderosos, vide as faixas "Oh, Pretty Woman" e "Personal Manager". Vale lembrar que ele tá sempre equipado da sua Gibson Flying V de timbre cortante. 

Mas não é só na guitarra que Albert King brilha, vide sua voz afiadíssima na linda "I Almost Lost My Mind". De chorar.

Com esse álbum, Albert King contribuiu para que o blues chegasse ao reconhecimento que tem hoje.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

RETROSPECTIVA 2012: Mortes

Chegou a hora de falar dos grandes nomes da música que se foram neste ano de 2012. Vamos a eles:

Larry Reinhardt (07/08/1948 - 02/01/2012)
Guitarrista que tocou no Captain Beyond e Iron Butterfly (inclusive no ótimo disco Metamorphosis).

Etta James 25/01/1938 - 20/01/2012)
Uma das maiores vozes de todos os tempos. Cantora de blues, soul, r&b, jazz e gospel. Sua interpretação em "At Last" é emblemática.

Mark Reale (07/06/1955 - 25/01/2012)
Bom guitarrista da banda Riot

Wando (02/10/1945 - 08/02/2012)
Cantor popular e figura canastrona. Conhecido por hinos bregas como "Fogo e Paixão" e "Moça", ele tinha outras músicas mais interessantes em seu repertório, vide a ótima "O Ferroviário".

Luis Alberto Spinetta (23/01/1950 - 08/02/2012)
Um dos maiores ícones do rock argentino. Compositor espetacular e líder de bandas como Pescado Rabioso e Almendra. Conhecido como "El Flaco", é tido por muitos (inclusive eu) como um dos mais importantes artistas da América Latina

Michael Davis (05/05/1943 - 17/02/2012)
Baixista que fez parte do lendário grupo MC5.

Davy Jones (30/12/1945 - 29/02/2012)
Emblemático vocalista dos Monkees. Ídolo de uma geração e uma das principais vozes do rock inglês da década de 1960.

Ronnie Montrose (29/11/1947 - 03/03/2012)
Espetacular guitarrista e líder do Montrose, grupo esse que revelou Sammy Hagar.

Earl Scruggs (06/01/1924 - 28/03/2012)
Um dos mais importantes e influentes músicos de bluegrass e country americano. Exímio tocador de banjo.

Jim Marshall (29/07/1923 - 05/04/2012)
Empresário fundador da Marshall. Com suas criações, foi um dos personagens fundamentais da história da guitarra e do baixo, embora fosse baterista.

Graham Simpson (13/10/1943 - 16/04/2012)
Ótimo baixista do Roxy Music. Conhecido por sua linhas extremamente melódicas.

Levon Helm (26/05/1940 - 19/04/2012)
Lendário baterista/vocalista/compositor da The Band, uma verdadeira instituição americana que acompanhou Bob Dylan em paralelo aos trabalhos da própria banda.

Bert Weedon (10/05/1920 - 20/04/2012)
Guitarrista inglês autor de um guia para guitarra que ajudou diretamente a formar músicos como Brian May, Jimmy Page, Eric Clapton, George Harrison, Pete Townshend, dentre outros.

Charles "Skip" Pitts (07/04/1947 - 01/05/2012)
Guitarrista de estúdio responsável pelo clássico wah-wah de "Shaft" do Isaac Hayves.

Tinoco (12/11/1929 - 04/05/2012)
Parceiro do Tonico numa das mais importantes duplas da música caipira, a autentica música sertaneja.

Adam MCA Yauch (05/08/1964 - 04/05/2012)
Uma das cabeças pensantes dos Beastie Boys. Conhecido por suas influentes composições e ótimas linhas de baixo. Um dos mais importantes rappers de todos os tempos.

Donald "Duck" Dunn (24/11/1941 - 13/05/2012)
Lendário baixista do Booker T. & The MG's. Dono de um groove inabalável, gravou e acompanhou os maiores nomes da gravadora Stax, incluindo Otis Reeding.

Donna Summer (31/12/1948 - 17/05/2012)
Uma das melhores e mais populares cantoras da disco music. Tida por muitos como a Rainha da Disco.

Robin Gibb (22/12/1949 - 20/05/2012)
A voz mais marcante do emblemático grupo Bee Gees. Além de grande cantor, foi compositor de muitos dos hits do grupo.

Doc Watson (03/03/1923 - 29/05/2012)
Influente violonista de bluegrass, country e folk

George Marino (? - 04/06/2012)
Importante engenheiro de áudio que trabalhou em discos clássicos como Innervisions (Stevie Wonder), Highway To Hell (AC/DC), Appetite For Destruction (Guns N' Roses), o álbum preto do Metallica, dentre outros.

Bob Welch (31/08/1945 - 07/06/2012)
Grande guitarrista que tocou entre a fase blues e a fase pop do Fleetwood Mac.

José Roberto Bertrami (? - 09/07/2012)
Espetacular cantor, pianista e arranjador do ótimo grupo brasileiro Azymuth.

Ed Lincoln (31/05/1932 - 16/07/2012)
Lendário organista brasileiro.

Jon Lord (09/06/1941 - 16/07/2012)
Lendário tecladista e compositor do Deep Purple, que teve passagem por outras bandas, como o Whitesnake. Seu timbre de Hammond, suas composições com pitadas eruditas e solos espetaculares, fizeram dele um dos maiores músicos do rock.

Celso Blues Boy 05/02/1956 - 06/08/2012)
Grande guitarrista brasileiro. Um dos ícones do blues no Brasil. Chegou a gravar com Raul Seixas, mas é em sua carreira solo que está seus grandes feitos, incluindo tocar com B.B. King.

Magro (14/11/1943 - 08/08/2012)
Cantor e arranjador do emblemático grupo vocal MPB-4. Os arranjos de "Cálice" e "Roda Viva", ambas composições do Chico Buarque, pertencem a ele.

Altamiro Carrilho (21/12/1924 - 15/08/2012)
Virtuoso flautista brasileiro. Grande compositor e divulgador da música instrumental brasileira pelo mundo (principalmente o choro).

Scott Mckenzie (10/01/1939 - 18/08/2012)
Compositor/interprete americano do hino hippie "San Francisco".

Big Jim Sullivan (14/12/1941 - 02/10/2012)
Um dos maiores guitarristas ingleses de estúdio na década de 1960. Mentor de nomes como Jimmy Page e Ritchie Blackmore. Gravou com Small Faces, Joe Cocker, Tom Jones, Serge Gainsbourg, Cliff Richard, dentre outros.

Marty "Bo" Fortson (? - 18/10/2012)
Vocalista e guitarrista do grupo The Rivieras, responsável pela clássica "California Sun".

Austin Peralta (25/10/1990 - 21/11/2012)
Jovem compositor e pianista que estava sendo recebido como uma das grandes revelações dos últimos anos.

Michael Dunford (? - 22/11/2012)
Violonista do grupo de folk progressivo, Renaissance.

Dave Brubeck (06/12/1920 - 05/12/2012)
Um dos maiores nomes do jazz de todos os tempos. O primeiro músico/compositor do estilo a vender mais de 1 milhão de cópias de um único disco, no caso o clássico Time Out.

Huw Lloyd (06/02/1951 - 06/12/2012)
Guitarrista do grupo de space rock, Hawkwind.

Ravi Shankar (07/04/1920 - 11/12/2012)
O mais famoso músico oriental. Disseminou a música indiana pelo mundo, influenciado os Beatles (principalmente o George Harrison), John Coltrane, John McLaughlin e Grateful Dead. Um dos repensáveis pela criação da world music, além do mais importante/conhecido tocador de sitar.

Lee Dorman (15/09/1942 - 21/12/2012)
Lendário baixista que fez parte do Captain Beyond, mas brilhou no Iron Butterlfy.

Mike Scaccia (14/06/1965 - 23/12/2012)
Guitarrista do Ministry.

Jimmy Castor (23/06/1947 - 16/01/2012)
Saxofonista e cantor americano de funk.

Johnny Otis (28/12/1921 - 17/01/2012)
Ícone americano do rhythm and blues

Whitney Houston (09/08/1963 - 11/02/2012)
Boa cantora de repertório fraco (vide a pavorosa "I Will Always Love You") que fez enorme sucesso ao criar uma escola vocal com melismas e vibratos exagerados, influenciado pragas como a Mariah Carey e outras boas cantoras como a Christina Aguilera.

Billy Strange (29/09/1930 - 22/02/2012)
Lendário guitarrista de sessão (músico de estúdio) que gravou com Frank Sinatra, Beach Boys (incluindo "Sloop John B" do clássico álbum Pet Sounds), dentre outros.

Pery Ribeiro (27/10/1937 - 24/02/2012)
Filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, foi o primeiro cantor a gravar "Garota de Ipanema". Fez sucesso internacionalmente, chegando a cantar no grupo do Sérgio Mendes.

Jimmy Ellis (1938 - 08/03/2012)
Cantor e líder do The Trammps, seminal banda da disco music

Michael Hossack (17/10/1946 - 12/03/2012)
Baterista do Doobie Brothers.

Chico Anysio (12/04/1931 - 23/03/2012)
O mais famoso humorista brasileiro também compunha para grandes nomes, como Dalva de Oliveira. Hora ou outra se arriscava como interprete.

Greg Ham (27/09/1953 - 19/04/2012)
Multi-instrumentista que fez parte do Men At Work.

Tommy Marth (23/11/1978 - 23/04/2012)
Saxofonista que acompanhava o The Killers.

Dicró (14/02/1946 - 25/04/2012)
Sambista carioca bem humorado que desenvolveu parceria com Bezerra da Silva e Moreira da Silva.

Ademilde Fonseca (04/03/1921 - 27/04/2012)
Cantora brasileira conhecida como A Rainha do Choro.

Lloyd Brevett (01/08/1931 - 03/05/2012)
Baixista fundamental para o desenvolvimento do ska e reggae. Integrante da lendária banda Skatalites.

Chuck Brown (22/08/1936 - 16/05/2012)
Cantor e guitarrista de funk, conhecido como Godfather Of Go-Go, uma subvertente do estilo

Dietrich Fischer-Dieskay (28/05/1925 - 18/05/2012)
Cantor alemão. Uma dos mais requisitados barítonos do século XX.

Nelson Jacobina (? - 31/05/2012)
Compositor e violonista parceiro de Jorge Mautner, inclusive na clássica "Maracatu Atômico".

Eduard Khil (04/09/1934 - 03/06/2012)
Popular cantor russo que ficou conhecido pelo vídeo da música "Trololo".

Herb Reed (07/08/1928 - 04/06/2012)
Integrante do grupo vocal The Platters, que tinha como sucesso a clássica "Only You".

Dennis Flemion (06/06/1955 - 07/07/2012)
Fundador do grupo The Frogs, mas que teve também passagem rápida pelo Smashing Pumpkins.

Lol Coxhill (19/09/1932 - 10/07/2012)
Saxofonista inglês de jazz.

Bob Babbitt (? - 16/07/2012)
Baixista da gravadora Motown. Gravou discos do Stevie Wonder, Marvin Gaye, The Temptations, dentre outros.

Marcos Roberto (26/06/1941 - 21/07/2012)
Cantor brasileiro que fez sucesso na época da Jovem Guarda com a música "A Última Carta", embora tenha gravado faixas melhores, como "007".

Tony Sly (04/11/1970 - 31/07/2012)
Vocalista e líder da banda No Use For A Name.

Severino Araújo (23/04/1917 - 03/08/2012)
Regente por 70 anos da popular Orquestra Tabajara.

Chavela Vargas (14/04/1919 - 05/08/2012)
A mais famosa cantora de Ranchera, música tradicional mexicana.

Jason Noble (? - 06/08/2012)
Vocalista e guitarrista da cultuada banda Rodan.

Marvin Hamlisch (02/06/1944 - 06/08/2012)
Compositor de grandes produções da Broadway e do cinema.

Stuart Swanlund (? - 07/08/2012)
Guitarrista da Marshall Tucker Band pós década de 1990.

Ricardo "Japa" Nagata (? - 09/08/2012)
Produtor e engenheiro de som brasileiro que trabalhou com Eterna, Krisiun, Shaman, Hangar, Alex Martinho, Sidney Carvalho, dentre outros.

Carl Davis (28/10/1935 - 10/08/2012)
Produtor responsável pela sonoridade dos artistas de r&b de Chicago entre a década de 1960 e 1970, como por exemplo Gene Chandler.

Bob Birch (14/07/1956 - 15/08/2012)
Baixista que acompanhou artistas como Elton John, Sting, Stevie Wonder e Eric Clapton.

Nick Curran (30/07/1977 - 06/10/2012)
Ótimo guitarrista de Rockabilly que trabalhou com Ronnie Dawson.

George Gallacher (? - 27/08/2012)
Vocalista do The Poets.

Hal David (25/05/1921 - 01/09/2012)
Compositor americano parceiro do Burt Bacharach.

Lillian Lopez (16/11/1935 - 05/09/2012)
Cantora do grupo de dance music, Odyssey.

Joe South (28/02/1928 - 05/09/2012)
Compositor da clássica Hush (regravada pelo Deep Purple) e guitarrista de estúdio. Chegou a participar das gravações do clássico disco Blonde On Blonde do Bob Dylan.

Roberto Silva (09/04/1920 - 09/09/2012)
Um dos grandes sambistas carioca.

Howard H. Scott (? - 22/09/2012)
Membro da Columbia Record e criador do disco de vinil.

Andy Williams (03/12/1027 - 26/09/2012)
Cantor americano, famoso pela música "Moon Tiver"

Frank Wilson (02/12/1940 - 27/09/2012)
Produtor da gravadora Motown

Hebe Camargo (08/03/1929 - 29/09/2012)
Ícone da televisão brasileira que arriscou na música gravando péssimos discos. Vale dar um checada só pela curiosidade.

Bill Dees (24/01/1939 - 24/10/2012)
Compositor parceiro de Roy Orbison, inclusive na clássica "Pretty Woman".

Terry Callier (24/05/1945 - 28/10/2012)
Compositor e guitarrista de soul.

Mitch Lucker (1984 - 01/11/2012)
Jovem vocalista da banda Suicide Silence.

Carmélia Alves (14/03/1923 - 03/11/2012)
Conhecida pelo próprio Luiz Gonzaga como a Rainha do Baião.

Mickey "Guitar" Baker (15/10/1925 - 27/11/2012)
Guitarrista da dupla Mickey & Sylvia.

Perinho Santana (? - 02/12/2012)
Brilhante guitarrista brasileiro que acompanhou Luiz Melodia, Caetano Veloso, dentre outros.

Décio Pignatari (20/08/1927 - 02/12/2012)
Poeta brasileiro, ícone da poesia concreta. Influenciou letristas como Arnaldo Antunes e teve sua obra musicada até mesmo para jingles.

Ed Cassidy (04/05/1925 - 06/12/2012)
Fundador e baterista do cultuado grupo Spirit.

Charles Rosen (05/05/1927 - 09/12/2012)
Pianista e musicólogo americano.

Jimmy McCracklin (13/08/1921 - 20/12/2012)
Cantor/compositor/pianista, pioneiro do r&b.

Marva White (01/05/1944 - 22/12/2012)
Diva da soul music

Ray Collins (19/11/1936 - 24/12/2012)
Vocalista e gaitista do Mothers of Invention, lendária banda liderada pelo Frank Zappa.

Capital Steez (? - 24/12/2012)
Jovem rapper que fazia parte do coletivo nova-iorquino Pro Era.

Richard Rodney Bennett (29/03/1936 - 24/12/2012)
Compositor e arranjador americano de trilhas sonoras.

Fontella Bass (03/06/1940 - 26/12/2012)
Cantora americana de soul music

Lloyd Chamers (1938 - 27/12/2012)
Importante cantor, tecladista e produtor jamaicano de reggae e ska.