quinta-feira, 28 de junho de 2012

Melhores Mashup

O conceito de um Mashup (ou Mash-Up) é bastante simples. Consiste em criar uma nova composição juntando duas já existentes, sendo que, com frequência, isso é feito com a transposição vocal de uma no instrumental da outra. Misturar as duas fontes sonoras em um único vídeo deixa o trabalho ainda mais interessante.

Sem mais delongas vamos ao que interessa, uma seleção de Mashups encontrados de forma descompromissada no YouTube.

Vamos começar com uma tecnicamente não tão difícil, mas de resultado espetacular. Uma junção de Led Zeppelin com Black Sabbath batizada de "Whole Lotta Sabbath". Não tem erro.

Essa daqui ficou genial. Uma das músicas mais pesadas dos Beatles ganhando ainda mais peso com a base do Led Zeppelin.

Pra finalizar a seção de "Whole Lotta Love", vamos a uma versão dela com a "participação" do James Brown.

Agora uma junção espetacular do peso do Metallica com o groove genial do Stevie Wonder.

Quando a ideia é juntar duas músicas extremamente diferentes o resultado muitas vezes é apenas bizarro. Existe uma infinidade de mashup de bandas de heavy metal com cantoras pop, mas a mais legal de todas é essa do Meshuggah com a Lady Gaga.

Um talentoso musico/produtor chamado Andy Rehfeldt tem um canal bastante interessante no YouTube onde ele desconstrói musicas transformando elas em outro estilo. Para entender melhor assista este vídeo onde o Iron Maiden "toca" a clássica The Trooper em versão bossa nova.

Pra finalizar, deixo um dos trabalhos feitos pelo projeto Embolex, onde eles fazem um verdadeiro mosaico misturando diversos vídeos (alguns "não musicais") com o intuito de dar vida a novas criações audiovisuais.

terça-feira, 26 de junho de 2012

TEM QUE OUVIR: Gilberto Gil - Expresso 2222 (1972)

Gilberto Gil tem uma carreira extensa e cheia de acertos, mas confesso não ter muita dificuldade em apontar seu melhor trabalho. Me refiro ao espetacular Expresso 2222 (1972), álbum que celebra a volta do artista ao Brasil após três anos exilado em Londres.


O disco começa ao som regional da Banda de Pífanos de Caruaru em "Pipoca Moderna", faixa de autoria do Caetano Veloso. Essa influência da música folclórica brasileira percorre por todo o álbum. Isso fica evidente no sotaque nordestino da espetacular "O Canto da Ema", com direito a solo de baixo do Bruce Henri e groove desconcertante do baterista Tutty Moreno. 

Em "Chiclete Com Banana" (eternizada por Jackson do Pandeiro), Gil traz uma levada sofisticada com forte influência da bossa nova. Em tempos de ditadura, essa é a única canção ufanista possível.

O álbum contém uma das faixas mais rockeiras do Gilberto Gil, a ótima "Back in Bahia", que narra a saudade do Brasil durante seu exílio. Instrumentalmente é a guitarra imponente do lendário Lanny Gordin que salta aos ouvidos. Outras canções que trazem a participação do guitarrista é a psicodélica "Ele e Eu" (dona de uma harmonia estranhíssima) e o forró-rockeiro "Sai do Sereno", com direito a mais uma performance espetacular do baterista Tutty Moreno.

"Expresso 2222" é uma das composições mais conhecidas do repertório do Gilberto Gil. Ela chama atenção por sua levada de violão bastante particular. Se não bastasse seu groove desconcertante ao tocar e cantar, a harmonia de músicas como "O Sonho Acabou" e "Oriente" beiram o absurdo.

"Cada Macaco no seu Galho (Cho Chuá)" tem a participação de Caetano Veloso, celebrando com Gil uma das melhores parcerias da música brasileira. "Vamos Passear no Astral" e "Está Na Cara, Está Na Cura" fecham o álbum em clima carnavalesco e lisérgico.

Gilberto Gil fez ótimos discos na fase tropicalista (vide Gilberto Gil, de 1969) e outros posteriores ao Expresso 2222 (vide Refazenda, de 1975), mas é mesmo este clássico álbum de 1972 que colocou o artista entre os grandes nomes da música brasileira.

domingo, 17 de junho de 2012

TEM QUE OUVIR: Radiohead - OK Computer (1997)

OK Computer (1997) do Radiohead é provavelmente o último grande clássico do rock. Isso se faz valer ao observamos o status de adoração - exagerado, segundo a própria banda -, que o trabalho adquiriu, tanto do público - ficou em primeiro lugar em países como EUA e Inglaterra -, quanto da critica.


O álbum é o terceiro lançamento do grupo. Ele trafega por sonoridades mais experimentais que o passado da banda, sendo sustentado por timbres modernos e produção rebuscada, além de uma interessante abordagem poética que trata da alienação urbana.

"Airbag" abre o disco com guitarras distorcidas, loop de bateria contagiante, linha de baixo cheia de pausas, teclados futuristas e um texto sobre as vantagens de sobreviver a um acidente de carro.

"Paranoid Android" é delirante em sua letra e bela em sua harmonia, intercalando vários climas, mas tendo como seu ápice o solo furioso do criativo Jonny Greenwood. Destacável também a linha de baixo, os falsetes vocais, a letra surreal e um "rain down" vagaroso, fúnebre, onírico, cósmico... definitivamente uma composição espetacular.

"Subterranean Homesick Alien" traz timbres cristalinos e a voz amargurada de Thom Yorke. Já na 50% acústica "Exit Music (For A Film)", a delicadeza tristonha da composição e o arranjo crescente são tão intensos que chegam a remeter ao Pink Floyd. Por sua vez, a beleza de "Let Down" transparece a eficiência pop da banda.

As músicas do disco que ganharam maior destaque - muito por conta dos videoclipes -, foram "Karma Police" (com mais uma bela harmonia, desta vez com presença de violões e piano no arranjo) e "No Surprises" (com sua letra extremamente depressiva acompanhada por uma melodia à la "Wouldn't It Be Nice" que parece sair de um caixinha de música).

Enquanto os sons sobrepostos em "Fitter Happier" são uma homenagem aos compositores de vanguarda, a crueza de "Electioneering" remete ao passado rockeiro da banda.

As outras faixas deste disco também merecem ser ouvidas com atenção, com destaque para o krautrock atmosférico de "Climbing Up The Walls", a apoteótica "Lucky" e a linda "The Tourist".

A audição desse disco é de extrema importância para entendermos a influência da banda, que continua a reverberar entre os grupos alternativos e compositores/produtores interessados em timbres e arranjos peculiares. Um clássico do nosso tempo. A revolução digital e o século XXI se revelam sombrios aos olhos do Radiohead.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Porque "Love Song" não precisa ser babaca

Você está pensando em fazer uma seleção com canções "românticas" do Scorpions, Mariah Carey e James Blunt? Por favor, não faça issso! Não é preciso se render a músicas destas coletâneas de "Love Song" neste dia dos namorados. Nem mesmo apelar com as fanfarronas "You Can Leave Your Hat On" e "You Are So Beautiful" (ambas do subestimado Joe Cocker) ou "Careless Whisper" (do também subestimado George Michael). Tão pouco ouvir as belas (embora "envelhecidas") canções românticas do Roberto Carlos. Acredite, é possível ser romântico sem ser besta e brega (no sentido pejorativo).

Assim sendo, deixo uma lista de canções bonitas, ideais para sonorizar sua noite*. Tem rock, soul, trip hop, pop, reggae e até metal. Ecletismo para os mais diversos casais.

*obs: não são necessariamente "músicas transantes" (posso fazer essa lista no futuro), são músicas para ouvir no dia dos namorados. 

Jimi Hendrix - Angel
Poucas músicas são tão climáticas quanto as do Hendrix. Isso porque ele é um músico que transcende a matéria. Sua música está em outro patamar.

Marvin Gaye - Let's Get It On
Um clássico que não soa patético devido a qualidade da performance de todos os envolvidos.

Serge Gainsbourg - 69 Annee Erotique
Não precisa chutar o balde com "Je T'Aime", Serge Gainsbourg tem dezenas te canções espetaculares. Isso sem contar a voz afrodisíaca de Jane Birkin.

Bee Gees - To Love Somebody
Bee Gees muito antes da disco music. Esse arranjo é não menos que sublime.

Van Morrison - Comfort You
Canção relaxada, num clima folk. Perfeita pra ouvir ao acordar do lado da amada(o).

Carpenters - Superstar
Se você for um "jovem indie", vale até a versão do Sonic Youth, mas eu apostaria na original.

The Smiths - There Is A Light That Never Goes Out
Carne de vaca, mas fazer o quê, é um espetáculo! Dispensa maiores comentários, as letras do Morrissey falam por si só.

Portishead - Glory Box
Das músicas mais sexuais de todos os tempos.

Nick Cave - Into My Arms
A love song perfeita. Dramática e linda.

Deftones - Sextape
Vou me abster de explicar o que essa música está fazendo aqui na lista. Apenas escute.

White Stripes - I Just Don't Know What To Do With My Self
Não sei se é a participação da Kate Moss no clipe (é bem possível), a letra ou os timbres vintages, só sei que essa música é o que vira.

Wilco - Either Way
O disco Sky Blue Sky inteiro do Wilco é cheio de melodias e letras apaixonantes. Coisa fina.

Lou Reed - Perfect Day
Um "love song" um tanto quanto bucólico e tristonho, mas ainda assim perfeito.

Cat Power - Lived In Bars
Qualquer música da Cat Power é de uma doçura sensacional. Coisa linda!

Bob Marley - Turn Your Lights Down Low
Todo o aconchego do reggae embalado por ótimas guitarras e "clima Marvin Gaye". Bob Marley sabia das coisas.

Donny Hathaway - I Love You More Than You'll Ever Know
Um "love song" tão bonito que não merece ser escutado com qualquer um(a). Essa é especial.

Slowdive - Machine Gun
Um shoegaze e uma pessoa amada é tudo que a humanidade precisa.

AIR - Sexy Boy
Ah, os franceses e sua música eletrônica sensual.

A Tribe Called Quest - Bonita Applebum
Porque o rap também combina com uma cheirosa(o).

Céu - Cangote
Fico até desconcertado.

Caetano Veloso - You Don't Know Me
E claro, uma da "fase" Transa do Caetano.

Chega por hoje. Usem a criatividade, só não me venham com aquelas musicas bregas farofentas do Whitesnake.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

TEM QUE OUVIR: David Bowie - The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars (1972)

David Bowie tem uma discografia riquíssima, que revela suas mutações que o consagraram como "Camaleão do Rock", um apelido besta, mas pertinente. Todavia, antes de explicitar sua capacidade multifacetada de se expressar, Bowie chegou ao grande público com o emblemático The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders from Mars (1972).


Esse trabalho conceitual narra a história de um alienígena andrógino chamado Ziggy Stardust, personagem que Bowie incorporou na época. O dito cujo vem para o Planeta Terra em sua fase apocalíptica e monta uma banda de rock chamada Spiders From Mars.

O álbum é a obra fundamental do glam rock, sendo uma das poucos que não perdeu a força com o passar do tempo. O estilo muitas vezes lembrado exclusivamente pelo comportamento andrógino e roupas espalhafatosas - que por si só já seriam socialmente impactantes -, tem na verdade características musicais particulares.

"Five Years" abre o disco evidenciando uma produção cristalina e belos timbres. A faixa tem arranjo elaborado (inclusive de cordas) e interpretação espantosamente dramática do David Bowie, vide a quantidade de sentimentos que ele consegue provocar no ouvinte no decorrer da canção.

A power balada "Soul Love" chama atenção para a linha de baixo do Trevor Bolder, o sax do próprio Bowie, além da melodia cativante. 

As guitarras do subestimado Mick Ronson aparecem no peso cósmico de "Moonage Daydream" (baita arranjo, baita solo!) e "Suffragette City". Mas é na clássica "Ziggy Stardust" que ele consegue com seu timbre peculiar dar um ar futurista para a música. Isso, claro, combinado com o talento do Bowie ao escrever e interpretar canções que mais parecem filmes de ficção científica.

O grande sucesso comercial do disco é a sensacional "Starman", que ajudou a despontar a carreira do David Bowie ao grande público. Mais uma vez com letra excepcional e arranjo primoroso. O excepcional refrão é estranhamente emotivo.

A rockeira "Star" é um dos pontos altos do álbum. Por sua vez, melodias marcantes aparecem na balada "Lady Stardust". Já a veloz "Hang On To Yourself" tem guitarras rítmicas que mais tarde influenciariam o punk rock, além de uma linha de baixo entorpecida.

O suicídio de Ziggy Stardust vem na bela "Rock N' Roll Suicide", encerrando um dos grandes fenômenos da cultura pop.