sábado, 31 de março de 2012

Grupos obscuros apresentados pelo Ratos de Porão

O Ratos de Porão por si só já tem composições e atitude suficiente para eu achar a melhor banda de punk/hardcore/crossover do Brasil. Mas eles ainda tem outro mérito, o de divulgação de grupos obscuros do estilo. 

Sem soar presunçoso, o Ratos de Porão lançou um tributo nomeado Feijoada Acidente - Nacional e Internacional (qualquer semelhança com o The Spaghetti Incident? do Guns N' Roses não é mera coincidência) no ano de 1995, reunindo versões para músicas de tudo quanto é canto do mundo.

Postarei aqui alguma das versões originais das músicas mais obscuras regravadas pelo Ratos de Porão.

EU's Arse - Servitu Militari
Punk italiano bizarrão. Parece que a letra não cabe no instrumental. Adoro esse timbre de baixo saturadíssimo.

The Shitlickers - Spräckta Snutskallar
Pura nojeira, no melhor sentido da palavra. Talvez o lado mais imundo da Suécia.

Eskorbuto - Mucha Policía, Poca Diversión
O sangue latino traz algumas semelhanças com o punk brasileiro que rolava na década de 1980.

Kaaos - Kytät On Natsisikoja
Desgraceira de letra incompreensível. Interpretação não menos que eufórica. É sensacional. Típico hardcore finlandês.

Rattus - Rajoitettu Ydinsota
Deixei o melhor para o final. Lendária banda finlandesa. É um petardo.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Bandas "circenses/teatrais"

O dia do circo foi comemorado esta semana (27/03). Por esse motivo, decidi prestar uma homenagem citando algumas bandas que foram influenciadas pelas artes circenses, direta ou indiretamente. 

Para deixar o post mais abrangente, decidi colocar não só grupos influenciados pelo circo, mas também pelo teatro. Se preparem para performances ao vivo espantosamente sensacionais.

Antes é preciso lembrar a importância dos circos no Brasil, que serviam de palco para shows, principalmente na década de 60. Artistas como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia, Eduardo Araújo, Silvinha Araújo, Ronnie Von, Sérgio Reis, autenticas duplas sertanejas, dentre outros, faziam excursão pelo Brasil tocando apenas em circos. Imaginem agora o que seria da música brasileira sem os famosos picadeiros.

Screamin' Jay Hawkins
Apresentações energéticas, recheadas de canções explosivas executadas por um cantor lunático. Um perfeito retrato do que seria um circo de horrores.

Alex Harvey Band
Um dos pais do glam rock foi também um dos artistas mais singulares do rock. Carisma e energia eram quesitos obrigatórios nos shows da Alex Harvey Band.

The Crazy World Of Arthur Brown
Influencia obscura de diversos artistas (Alice Cooper, King Diamond, Marilyn Manson, Bruce Dickinson...), Arthur Brown é uma figura espantosamente única, capaz de despertar encanto de imediato.

Genesis
A figura do Peter Gabriel está diretamente ligada ao teatro, mas o humor de seus personagens e sua vestimenta esdrúxula remete instantaneamente ao circo.

Alice Cooper
Juntando filme terror com apresentações circenses, Alice Cooper redefiniu a forma de como entreter uma platéia. Até hoje seus shows são espetáculos aparte.  

KISS
Precisa falar algo? Apenas dê o play!

Alien Sex Fiend
Banda mítica de deathrock, com som bastante calcado no Bauhaus. Eles levavam a influência visual do Alice Cooper as últimas consequências. 

Secos & Molhados
Se no começo da carreira o figurino e as maquiagens do Secos & Molhados chamaram a atenção, com o tempo a música deste genial grupo passou a causar mais interesse. Encabeçado pelo talentoso João Ricardo e com a grande voz Ney Matogrosso, a banda não nega o lado teatral/circense.

sexta-feira, 23 de março de 2012

TEM QUE OUVIR: Iron Maiden - The Number Of The Beast (1982)

O Iron Maiden é daquelas bandas injustiças pelo público fora do heavy metal. Isso acontece por um motivo bastante simples: os fãs do grupo são insuportáveis. Entretanto, o outrora quinteto encabeçado pelo genial Steve Harris tem um punhado de discos bacanas. Os cinco primeiros de estúdio são de audição obrigatória, sendo o The Number Of The Beast um dos grandes clássicos não só do Iron Maiden, mas de toda a NWOBHM (a segunda geração de bandas de heavy metal inglesas). É o primeiro álbum do grupo com o carismático vocalista Bruce Dickinson (que substituiu o "porra louca" Paul Di'Anno) e o último com o talentoso baterista Clive Burr (que foi substituído pelo ótimo Nicko McBrain).

 

O disco foi produzido pelo Martin Birch, que já havia trabalhado com o Deep Purple, Black Sabbath, Blue Oyster Cult, dentre outros. É importante também destacar a emblemática capa do Derek Riggs contendo o endiabrado mascote Eddie. Essa estética somada ao nome do disco ajudou a criar a imagem "aterrorizante" do heavy metal.

"Invaders" abre a obra evidenciando a potente voz de Bruce Dickinson, que pouco tinha em comum com a de Di'Anno. A velocidade da canção, os vocais agudos, as guitarras dobradas junto com o baixo e a cadência da música seguem uma linha que a própria banda adotou como padrão e acabou influenciando diversos outros grupos de heavy metal.

A introdução melódica "Children Of The Damned" remete a bandas distintas dentro do metal, do Helloween ao Metallica, tamanha a diversidade de grupos que o Iron Maiden influenciou.

Faixas como "The Prisoner", "22 Acacia Avenue" - com nítida influência do rock progressivo - e "Gangland" - com as famosas melodia de guitarras dobradas à la Thin Lizzy - são bastante consistentes e trazem toda a dramaticidade e pressão vocal do Bruce.

Duas das mais famosas músicas do Iron Maiden estão no álbum. Me refiro a clássica faixa que nomeia o disco (com direito a uma introdução bíblica e refrão ainda hoje arrepiantes) e a excelente "Run To The Hills" (com mais guitarras dobradas, "levada cavalgada", solos intensos e refrão agudíssimo perfeito para cantar caindo de um penhasco).

Apesar da ótima estreia de Bruce e da fenomenal dupla de guitarra formada por Dave Murray e Adrian Smith, o destaque é mesmo o Steve Harris. Seu baixo tem um timbre monstruoso. A ótima técnica e o apelo melódico herdado do rock progressivo, além do talento para compor temas épicos, são destaques em faixas como "Total Eclipse".

Mas a melhor música do disco (e minha predileta do Iron Maiden) fica para o final. Me refiro a épica "Hallowed Be Thy Name". Todas as características de cada integrante estão presentes nesta composição. Uma verdadeira viagem do Steve Harris.

Disco essencial do heavy metal, que esclarece o porque de muito moleque espinhento amar a banda. E deixo aqui uma ótima frase que escutei certa vez no poeiraCast (podcast da PoeiraZine): "Não importa para que lugar do mundo você vá, você sempre encontrará um garoto chutando uma bola e outro com a camiseta do Iron Maiden".

quinta-feira, 22 de março de 2012

Aos aniversariantes Jorge Ben e George Benson

Dois grandes compositores/guitarristas/cantores fazem aniversário hoje. Sendo assim, fica esse pequeno post em homenagem a eles. Estou falando do brasileiro Jorge Ben (que completa 70 anos) e do americano George Benson (que comemora 69 anos).


Uma curiosidade interessante a respeito dos dois é que a mudança de nome do Jorge Ben, que no final da década de 80 passou a se chamar Jorge Ben Jor, ocorreu para que o artista brasileiro não tivesse seu nome confundido com o de George Benson dentro do mercado americano, onde começava a ganhar admiração. Ou seja, aquela conversa de numerologia é puro papo furado.

Os dois tem carreiras bastante longas, influentes e intensas, que percorrem diversos estilos, horas com genialidade tremenda, horas com fracassos artístico inomináveis. Mas hoje recomendarei um disco de cada um. Escutem em homenagem a esses mestres da música mundial. Vida longa aos dois!

Jorge Ben - A Tábua de Esmeralda (1974)
Disco da fase esotérica de Jorge Ben. Cheio de experimentações psicodélicas, levadas de violão contagiantes, letras surreais, influência da percussão africana, dentre outras maluquices, que somadas resultam em um trabalho ímpar.

George Benson - Beyond the Blue Horizon (1971)
Esse grande disco do George Benson traz ele em sua fase jazzistica, antes de se render a arranjos simples da música pop, que predominaria sua carreira anos mais tarde. Um dos grandes atrativos deste disco é a presença do extraordinário baixista Ron Carter. Escute a versão de Benson para "So What" de Miles Davis e compreenda porque ele é reconhecido como um dos grandes guitarristas de Jazz de todos os tempos.

segunda-feira, 19 de março de 2012

30 anos sem Randy Rhoads

O termo "Guitar Hero" pode ter ficado banalizado, mas verdadeiros heróis da guitarra continuam a influenciar gerações de músicos. Poucos guitarrista de heavy metal foram tão influentes quanto Randy Rhoads, que há 30 anos atrás morria tragicamente em um acidente (perfeitamente evitável) aéreo.

Confesso não considerar ele o gênio que muitos acham, mas o fato de um músico ser superestimado não faz dele algo menor do que ele realmente é. E a verdade é que Randy Rhoads foi junto de Eddie Van Halen o guitarrista com mais destaque na virada da década de 70.


Randy apareceu para o mundo tocando no Quiet Riot, mas foi mesmo com Ozzy Osbourne que ele definitivamente escreveu seu nome na história da guitarra.

Com apenas 2 discos de estúdio, os clássicos Bizzard Of Ozz de 1980 e Diary Of A Madman 1981, além de um álbum póstumo ao vivo nomeado Tribute To Randy Rhoads, o guitarrista escreveu a cartilha do heavy metal. Bases pesadas, riffs empolgantes, influência de música erudita, timbre enorme, carisma no palco, técnica impecável, solos melódicos e virtuosos, dentre outros grandes atributos ajudam a traduzir a música de Randy Rhoads. 

Vale ressaltar que a carreira do Ozzy estava em baixa após ser demitido do Black Sabbath, sendo Randy o principal motivo para a duradoura carreira do vocalista.

Após 30 anos, fica aos fãs poucos registros de um grande artista, mas que ainda hoje soam espantosamente interessantes. 

quarta-feira, 14 de março de 2012

TEM QUE OUVIR: Deep Purple - Machine Head (1972)

Independente de minhas predileções musicais em determinado período da minha vida, sempre que vou elencar meus discos prediletos, o clássico Machine Head (1972) do Deep Purple está lá encabeçando a lista. Assim sendo, é impossível comentar sobre o álbum do Deep Purple de forma imparcial, mas garanto que qualquer elogio aqui exposto não será meramente pessoal, mas sim um retrato de uma das obras fundamentais do rock.


Além das ótimas composições, uma das grandes qualidades do álbum é a produção da própria banda em parceria com o Martin Birch, que anos depois produziu discos do Iron Maiden. A sonoridade é tão limpa quanto pesada.

A gravação do álbum ocorreu em um hotel suíço com o equipamento móvel alugado dos Rolling Stones. Isso foi necessário após o cassino em que a banda iria gravar o disco pegou fogo durante um show do Frank Zappa. Os fatos são narrados na clássica "Smoke On The Water", dona do riff de guitarra mais emblemático da história. Simples e certeiro. Uma espécie de "5ª sinfonia do hard rock".

Mas é "Highway Star" que abre o disco, música em que Ian Gillan demonstra sua potência vocal numa letra que faz paralelo entre carros e mulheres. Os intensos solos de Jon Lord (teclados) e Ritchie Blackmore (guitarra), ambos influenciados pela música clássica de compositores como Mozart, foram cruciais no desenvolvimento do heavy metal.

As faixas que tiveram menos destaque do disco são "Maybe I'm A Leo" - com um groove contagiante do subestimado baterista Ian Paice - e, curiosamente, aquela que era o single do álbum, a ótima "Never Before". É interessante notar nesta música diferentes influências vindas do funk, blues e até mesmo de melodias vocais típicas dos Beatles.

De todas as canções, "Pictures Of Home" é minha predileta. O peso do Hammond - ligado em amplificadores Marshall -, o baixo preciso/encorpado do Roger Glover, as levadas improvisadas do Ian Paice, o solo inspirado do Blackmore e um final falso estranhíssimo, fazem dela uma das grandes faixas já gravada pelo quinteto.

A bluseira "Lazy" contém mais um esplêndido solo de Blackmore. É interessante notar que o timbre de sua guitarra é bastante limpo, sendo os teclados de Jon Lord responsáveis por criar toda a massa sonora explosiva da banda. Outro ótimo solo presente na faixa é o de gaita, executado por Ian Gillan.

"Space Truckin" fecha o disco com mais um grande riff e levadas acachapantes do grande Ian Paice. Um trabalho de sonoridade orgânica, gravado ao vivo em estúdio - o que contempla a interação dos instrumentistas -, com interpretações viscerais e composições inspiradas. Mais parece uma coletânea de classic rock. Definitivamente uma das grandes obras do hard rock setentista.

segunda-feira, 12 de março de 2012

TEM QUE OUVIR: The Velvet Underground - The Velvet Underground And Nico (1967)

O disco de estreia do Velvet Underground é sem dúvida um dos principais feitos da música popular. No auge do clima de "paz & amor", nascia a escuridão no rock. O hippismo multicolor dos campos lisérgicos tornava-se agora urbano, escuro e com cheiro de napalm.

Chancelada pelo artista plástico/cineasta e ícone da Pop Art, Andy Warhol, a banda abusou do experimentalismo. Do conceito sonoro até a sua genial capa - que permitia que a banana fosse descascada -, Andy soube como equilibrar o talento dos "anti-músicos" para a criação deste trabalho.


A personalidade sombria de Lou Reed enquanto letrista surge na linda "Sunday Morning", guiada pela melodia singela de uma caixinha de música. Mas foi o esporro marginal das insanas "I'm Waiting For The Man" - sobre como obter heroína - e a clássica "Heroin" - sobre o uso da droga - que fez dele um verdadeiro poeta das ruas nova-iorquinas.

Na criação instrumental do Velvet Underground estava o subestimado e compositor galês John Cale, que aproveitou a oportunidade para tocar violas, violinos e elaborar arranjos ousados, como por exemplo em "Venus In Furs", um mantra/drone sadomasoquista, onde todas as cordas da guitarra são afinadas numa mesma nota - técnica que ficou conhecida como Ostrich Guitar -, originando uma sonoridade delirante. A influência da música minimalista e indiana é bastante notória. Com Cale, nada de refrães ou estruturas conhecidas. Com ele a canção é uma atividade artística de vanguarda.

Já em "Run, Run, Run" são as guitarras de rispidez braçal do Sterling Morrison que chamam a atenção, com direito a um solo de destreza técnica inexistente e criatividade melódica surpreendente, soando até mesmo étnico. Vale notar aqui a influência do Bo Diddley na abordagem rock n' roll da banda.

A voz melancólica e afrodisíaca da belíssima Nico (até então conhecida por trabalhos como modelo e atriz) dita o rumo nas maravilhosas "Femme Fatale", "All Tomorrow's Parties" e "I'll Be Your Mirror", sempre esbanjando uma delicadeza gélida sobrenatural. É o perfeito dream pop.

Já a baterista - de visual andrógino - Maureen Tucker, sustenta o álbum com seus ritmos tribais e hipnoticamente monótonos.

Gravado numa única sessão de 8 horas, o disco não agradou os críticos e vendeu pouco mais de 30 mil cópias na época de seu lançamento. Ainda assim, influenciou bandas/artistas como Iggy Pop, David Bowie, Joy Division, Televison, The Cure, Talking Heads, The Jesus And Mary Chain, Sonic Youth e Strokes, tornando-se cultuado com o passar dos anos. Um verdadeiro marco na história das artes.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Meus DJs prediletos do hip hop

Para minha surpresa, acabo de descobrir que hoje é Dia do DJ. Sem delongas, postarei alguns dos meus DJs prediletos de hip hop.

Todavia, seria injusto não reverenciar outros importantes disc jockeys que contribuíram para a popularização de diversos grupos/gêneros através de seus trabalhos em rádios ou boates, vide os lendários Alan Freed, Wolfman Jack, John Peel, Larry Levan, Frankie Knuckles, Ron Hardy, DJ Alfredo, Big Boy, Kid Vinil, os caras da Hot Mix 5, além de incontáveis artistas da música eletrônica, que prometo mencionar num post futuro.

Vale dizer que alguns desses DJs são, na realidade, mais conhecido como produtores ou mesmo beatmaker. Normal, no rap as funções se misturam e se confundem.

Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

DJ Premier, o maior.

Grandmaster Flash
Cria da escola jamaicana de DJs, Grandmaster Flash é conhecido como o primeiro sujeito a usar o toca-disco como instrumento musical, criando novas mixagens e popularizando o scratch. Sua influência pode ser sentida em todos os grupos de hip hop e até mesmo em outros instrumentista, como Tom Morello, guitarrista do Rage Against The Machine. Um revolucionário.

DJ Kool Herc
Ao lado do Grandmaster Flash, um professor eterno para qualquer um que queira encarar as pickups. É o arquiteto de uma construção sólida.

Dj Jazzy Jeff
O DJ Jazzy Jeff, aquele mesmo que era amigo do Will Smith em Um Maluco No Pedaço, é um dos mais influentes DJs do hip hop. Suas qualidades técnicas levaram o rap a outro patamar. Definitivamente um virtuoso das pick-ups.

DJ Easy Lee
Talvez nenhum outro grupo de rap seja tão swingado quando o The Treacherous Three. Mérito do excelente Dj Easy Lee, dono de técnica apurada e groove precioso.

Prince Paul
O grande talento do Prince Paul está na escolha dos samples. Quer um exemplo? O clássico disco 3 Feet High And Rising do De La Soul. Do jazz passando pelo rock, disco music, funk, pop e soul, tudo vira uma narrativa colorida em suas mãos.

Jam Master Jay
Integrante do Run-D.M.C., Jam Master Jay é dono de produções pesadas, que fizeram dele o (talvez) DJ mais influente do hip hop. Sua interação com os MC's são uma escola. Fora que ele sempre soube escolher timbres poderosos.

DJ Premier
Sem dúvida um dos mais talentosos DJs/produtores do rap. Sua carreira inventiva com o Gang Starr e colaborações com diversos artistas, dentre eles Mos Def e Nas, carimbou definitivamente seu nome na história da música.

The X-Ecutioners
Um combo de DJs virtuosos, ligados tanto ao hip hop quanto a música experimental. X-Pressions (1997) é um clássico quando assunto é produção de hip hop.

Madlib (Quasimoto)
Um arqueólogo dos sons, que sabe buscar em fontes primárias a matéria prima para sua produções inventivas. Inquieto e instigante.

J Dilla
Após ter colaborado com Erykah Badu e Common, tornou-se um nome referência em produções instrumentais de hip hop. Um arquiteto dos beats. Infelizmente morreu muito cedo.

DJ Kl Jay
Quando o assunto é DJ de hip hop no Brasil, Kl Jay é o primeiro nome que vem em mente. E isso não só por fazer parte do mais importante grupo de rap do Brasil (Racionais MC's), mas por ser peça essencial para o sucesso do grupo. Fora que é um dos caras mais legais e acessíveis da música brasileira. Kl Jay é o cara.

Menção honrosa: DJ Babu, Easy Mo Bee, Just Blaze, Nujabes, Swizz Beatz, Pete Rock, Q-Tip, RZA, The Alchemist, dentre outros.

Parabéns a todos os DJs do mundo. Coloquem os seus favoritos nos comentários. Abraços.

quarta-feira, 7 de março de 2012

125º aniversário do maestro Heitor Villa-Lobos

Há 125 anos atrás nascia Heitor Villa-Lobos, o mais celebrado compositor erudito brasileiro. O maestro foi um dos grandes responsáveis por criar uma linguagem brasileira, não só na música erudita, mas também na popular.

Leigo que sou na obra de Villa-Lobos, humildemente reuni informações bastante interessantes e composições que mais me chamaram atenção.


Exímio violinista, desde criança intercalava entre aulas de violino e audição de apresentações de choro, que ocorriam com frequência em sua cidade natal, o Rio de Janeiro. É interessante lembrar que durante sua juventude, fez viagens para o Norte e Nordeste do Brasil, o que influenciou diretamente no seu trabalho musical, que sempre conteve um espirito nacionalista.

Villa-Lobos foi a figura musical central na Semana de Arte Moderna de 22. Todavia, ainda que o evento tenha elevado sua projeção, é valido informar que o artista foi vaiado por um público bastante reduzido em proporção aos outros dias da Semana de 22. Um dos motivos da vaia foi sua vestimenta, tendo em vista que o maestro calçava em um pé um sapato e no outro um chinelo. Apesar dos motivos aparentes para essa atitude ser um simples calo, o comportamento traça um paralelo com a própria música do compositor. Algo como entre o "popular" e o "erudito".

Fora do Brasil, ganhou respeito principalmente na França e nos EUA, mas sempre se dedicou a música no Brasil, ajudando inclusive em políticas para o ensino de música para crianças.

Villa-Lobos faleceu em 1959 e foi sepultado no Rio de Janeiro.

*Informação um tanto quanto inútil, mas pertinente e interessante: Um dos motivos para qual o ícone da bossa nova, Tom Jobim, ter sido um assíduo fumante de charuto, aparecendo em fotos sempre pitando, é para (segundo o próprio) chegar mais próximo do também fumante Villa-Lobos.


Alguns trechos das obras mais importantes de Villa-Lobos:

"O Trenzinho do Caipira", parte integrante da Bachianas Brasileiras. Reparem como os instrumentos da orquestra imitam o movimente de uma locomotiva.

Bachianas Brasileiras n.1 - Preludio (Modinha)

Um dos mais importantes violonistas brasileiros, o grande Turibio Santos, interpretando uma das obras de Villa. É importante lembrar que os estudos de violão do maestro são bastante conhecidos entre os músicos populares, principalmente por guitarrista como Steve Howe (Yes), Andy Summers (The Police) e Andreas Kisser (Sepultura).

Que a obra do Villa-Lobos permaneça eternamente viva.

Fiquem a vontade para colocarem informações adicionais nos comentários. Abraços.