sexta-feira, 29 de julho de 2011

TEM QUE OUVIR: The Strokes - Is This It (2001)

Quem me conhece sabe que estou longe de ser fã das ditas bandas "indies" do novo milênio. Todavia, alguns álbuns precisam ser escutados não somente como uma obra de arte, mas principalmente como trilha sonora de uma geração. É desta forma que vejo Is This It (2001).


Poucos discos lançados pós 2000 foram tão influentes quanto o trabalho de estreia dos Strokes, ainda que muito dos influenciados não sejam grande coisa. O grande mérito disso não está relacionado a grandes inovações. O atrativo dele é justamente a famosa repetição de tudo que já foi visto no rock: instrumental básico, execução espontânea, gravação orgânica, letras diretas e visual desleixado. Ingredientes comuns, mas que na época passavam longe do mainstream dominado por Britney Spears e Creed.

A produção do disco evidencia sonoridades vintages, lo-fi e garageiras. Um dos grandes exemplos no quesito timbres está no solo rockeiro da frenética "The Modern Age". Vale dizer que a master soa bem menos comprimida quando comparada ao que havia sendo feito na época. O disco respira, tem dinâmica.

É nítida que a grande qualidade musical do Strokes está na dupla de guitarristas formada por Albert Hammond Jr. e Nick Valensi. Isso é comprovado no arranjo de "Soma", onde a bateria e o baixo servem exclusivamente de cama para as guitarras entrelaçadas formem a harmonia. Em "Is This It" tal característica chega a remeter ao Television. Aqui vale destacar a ótima linha de baixo construída pelo esquisitão Nikolai Fraiture.

"Barely Legal" é o puro exemplo pós-punk revival, resultando numa canção melódica e agitada. Já "Someday" é um pop rock ultra simpático, onde a interpretação de crooner do Julian Casablancas é elevada timbristicamente por uma saturação quente.

"Alone, Together" contém uma interessante linha de baixo, enquanto o arranjo de guitarras e a interpretação vocal voltam a remeter ao Television. Chega a impressionar o quão magro é o timbre de bateria.

"Last Nite" é o grande clássico da banda (e talvez de toda a década). Lembro da faixa destoando na programação da MTV, que ainda insistia no Limp Bizkit. Sem grande novidade, a canção fica entre o garage rock e o The Cars. Melodia e performance memorável. 

A sonoridade pop, ainda que com uma sujeira extra, volta a aparecer em "Hard To Explain", que contém o típico vocal falado/entorpecido de Casablancas, remetendo em breves momentos ao estilo do Lou Reed.

"New York City Copes" é das melhores faixas produzida pelos Strokes. Ela começa com uma microfonia à la Gang Of Four e contém um solo bastante melódico. O riff é dos mais legais do disco, assim como a interpretação de "crooner bêbado" do Casablancas. A faixa foi excluída do álbum após os atentado de 11/09. Mas essa não foi a única polêmica do disco, tendo em vista que sua capa foi censurada no sempre moralista EUA, acusado de ser "sexual demais".

Resumidamente, o álbum não é a maravilha que muitos pregam - e ainda assim é disparado o melhor do Strokes -, mas teve sua contribuição na história recente do rock e será sempre lembrado com bons olhos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

TOP 5: Guitarristas que tocam sem palheta

A palheta - aquele objeto pequeno, feito em grande maioria de plástico -, pode parecer um item insignificante, mas é na verdade crucial pra boa parte das qualidades técnicas de um guitarristas, além de interferir de maneira significante no timbre final do instrumento.

Se o ícone da guitarra Brian May (Queen) preferiu usar uma moeda como palheta, outros, por diversas questões, abandonaram o objeto, criando estilos únicos de tocar guitarra. Vamos ouvir um pouco desses músicos e suas peculiares técnicas.

1 - Wes Montgomery
Um dos mais importantes guitarristas da história do jazz decidiu abandonar a palheta por um motivo curioso. Ainda jovem e desconhecido no cenário musical, ele passava o dia inteiro trabalhando e só tinha tempo para estudar guitarra no período da noite, fato que atrapalhava o sono de sua esposa. Para produzir um som mais macio e menos incomodo, Wes passou a tocar atacando as cordas com seu polegar. Somando essa diferente abordagem ao seu típico fraseado de oitavas, Wes se tornou um dos mais influentes guitarristas da história.

2 - Albert Collins
A crueza e intensidade do blues fez muitos guitarristas do estilo optarem por tocar sem palheta, dentre eles Albert King. Mas foi outro Albert, o Collins, que fez escola ao atacar as cordas com uma pegada exemplar, dando ainda mais feeling para as ótimas frases carregadas de bends e vibratos expressivos.

3 - Jeff Beck
Observar Jeff Beck tocando é sempre uma aula, ainda mais quando o assunto é tocar sem palheta. Jeff Beck é capaz de atacar furiosamente as cordas graves com o polegar enquanto o dedo médio cria linhas melódicas sutis. Pra deixar tudo ainda mais intenso, cria efeitos com a alavanca (através do anelar) e dos botões de tonalidade e volume (com o dedo mínimo). Uma verdadeira confusão que gera sonoridades tão doces quanto intensas.

4 - Mark Knopfler
Mark Knopfler é sem dúvida o primeiro nome que pensamos quando o assunto é guitarristas que não usam palheta. Isso porque seu dedilhado é característica primordial de seu timbre e técnicas. Unindo o rock com a música country, Knopfler fez grande sucesso na música pop encabeçando o Dire Straits. O hit "Sultans of Swing" é um dos grandes momentos sem palheta da história da guitarra.

5 - Derek Trucks
Um dos grandes nomes da guitarra atual, Derek Trucks usa seu peculiar dedilhado a serviço do seu slide. A maneira que sua mão direita abafa as cordas interfere diretamente na sonoridade limpa e grandiosa das suas frases de slide, influenciadas tanto por Duane Allman quanto por música indiana.

BONUS MADE IN BRAZIL - Nuno Mindelis
O angolano/brasileiro Nuno Mindelis é um dos que absorveram os conceitos da guitarra sem palheta no Brasil. Ele mescla em sua sonoridade um pouco de cada guitarrista aqui citado, somando a isso uma porção significante de originalidade. Um dos grandes nomes da guitarra blues brasileira.

Menção honrosa: Albert King, Hubert Sumlin, Duane Allman, Robby Krieger, Roy Buchanan, Lindsey Buckingham, Stanley Jordan, Richie Kotzen (mais recentemente), Gary Clark Jr., Hélio Delmiro, Edgard Scandurra e Catatau.

Depois de tantos músicos sem palheta, prometo no futuro trazer um assunto "polêmico": baixistas que USAM palheta. Até a próxima!

terça-feira, 26 de julho de 2011

TEM QUE OUVIR: Rolling Stones - Sticky Fingers (1971)

Sempre achei que a rivalidade "Beatles x Stones" temporalmente desproporcional, visto que os melhores trabalhos do quinteto liderado por Mick Jagger e Keith Richards foram lançados quando o quarteto de Liverpool já havia encerrado as atividades, vide o clássico Sticky Fingers (1971).


Esse álbum começa emblemático pela capa produzida pelo ícone da Pop Art, o americano Andy Warhol. A obra contém um zíper que, quando aberto, revela uma cueca de algodão. Esse é também o primeiro álbum dos Stones a carimbar a famosa "língua" da banda inglesa. Já a produção ficou mais uma vez a cargo do Jimmy Miller.

A primeira música do disco é a clássica "Brown Sugar", dona de um dos mais inspirados riffs de Keith Richards. A simplicidade dos acordes se contrapõe a genialidade da letra, fato que fez dela um dos maiores hits dos Rolling Stones. Rock n' roll certeiro.

A banda esbanja potência e maturidade composicional na ótima "Sway", repleta de slides bem colocados, ótimo solo de guitarra, bateria consistente, belo arranjo de cordas, tremenda linha de baixo e piano sulista. 

Para balancear o peso, a bela balada "Wild Horse" surge evidenciando ótima melodia, violões primorosos e sensibilidade absurda, mesclando country e blues com gigante competência. Ao que consta, a frase do refrão "cavalos selvagens não seriam capazes de me arrastar daqui" foi dita pela Marianne Faithfull após ela se recuperar de uma tentativa de suicídio.

Em "Can't You Hear Me Knocking" vale mencionar as performance vigorosa do Mick Jagger e a sensibilidade do subestimado guitarrista Mick Taylor. Isso fora o solo de sax do Bobby Keys e o riff do Keith. Puro rock n' roll com pitada latina - Santana fazendo escola? - na metade final da canção.

"You Gotta Move" é um blues rural que comprova a influência do Robert Johnson na música dos Stones. Já "Bitch" chega chutando o balde com um riff ritmicamente espetacular, reforçado pelo arranjo de metais. Mick Jagger mostra mais uma vez o grande vocalista que é esbanjando um timbre potente cheio de agressividade.

O ápice das baladas é alcançado na melódica "I Got The Blues", mais uma vez sobrecarregada de ótimos metais e um solo de órgão matador do Billy Preston. A beleza do disco continua na entorpecida "Sister Morphine", com direito a slides do Ry Cooder.

"Dead Flowers" é uma linda balada perfeita para curtir observando uma paisagem rural. Seu piano lembra a The Band. Para fechar o disco temos os violões espertos de "Moonlight Mile" produzindo uma harmonia minimalista e melancólica quando somada a melodia vocal.

Sticky Fingers é um clássico que representa um passo a frente na discografia da banda, passo esse que se repetiu com o Exile On Main St. no ano seguinte. Mas isso é história para um próximo "Tem Que Ouvir".

domingo, 24 de julho de 2011

TOP 5: Revival da soul music

A morte de Amy Winehouse foi recebida com muita tristeza por todos admiradores da cantora, mas um dos grandes presentes que ela deixou ao grande público tem tudo para continuar vivo. Com o sucesso do disco Back To Black, outras cantoras da nova soul music começaram a aparecer com mais destaque na mídia. É isso que trago neste post. Cinco mulheres que, assim como Amy, carregam um grande talento como interpretes e compositoras.

1 - Joss Stone
Surgida em 2003, Joss Stone não chegou a atingir o mesmo sucesso de Amy, muito disso até mesmo por não promover os típicos barracos da recém falecida cantora. Acompanhada de uma sempre competente banda, uma voz impressionante e uma inteligente mistura da soul music da Motown com música pop, Joss Stone tem tudo pra continuar lançando bons disco. Assista o vídeo abaixo e curta sua fantástica voz (além dos dotes físicos que dispensam apresentações).

2 - Duffy
Esta boa cantora do País de Gales infelizmente não conseguiu o mesmo sucesso no Brasil que conquistou na Grã-Bretanha. Além de trazer um som mais moderno para a soul music, Duffy se destaca pela sua intensa e peculiar voz.

3 - Janelle Monáe
Descoberta por Big Boy (Outkast), Janelle Monáe tem um som ainda mais pop e moderno que as outras cantoras. O seu disco conceitual The ArchAndroid foi recebido com ótimas criticas. E não é pra menos, tendo em vista que o álbum tem ótimos arranjos que destacam a excelente voz da cantora. Vale lembrar que ela esteve no mesmo festival que trouxe Amy Winehouse para o Brasil e foi praticamente ignorada pelo grande público.

4 - Sharon Jones
Acompanhada da mesma banda que ficou famosa ao lado de Amy Winehouse, a Dap-Kings, a veterana Sharon Jones lançou recentemente o espetacular I Learned The Hard Way. Com uma sonoridade extremamente sessentista, o disco parece ter ficado guardado em algum porão embolorado por mais de 50 anos, tamanha a influência dos timbres típicos da Motown. Uma aula de como produzir a mais pura soul music.

5 - Adele
A nova queridinha do público e da mídia é a jovem Adele, uma ótima cantora, mas que honestamente não ouvi o suficiente para tirar grandes conclusões. Prometo corrigir essa falha ainda hoje. Faça o mesmo!

Se após ler este post você insistir em chamar Ke$ha de "diva", saiba que seu bom senso definitivamente foi pro saco.

sábado, 23 de julho de 2011

TEM QUE OUVIR: Amy Winehouse - Back To Black (2006)

Como todos já sabem, hoje é um dia triste para a música, afinal, a jovem e talentosa Amy Winehouse morreu. Se por um lado esta tragédia anunciada causa comoção de plástico, por outro lado serve para revermos o lado bom de uma carreira curta, porém intensa.

O grande mérito de Amy Winehouse foi o de repopularizar gêneros esquecidos do grande público. Com uma mistura de soul, jazz, reggae, r&b e das girl groups somados a uma atitude auto-destrutiva, ela tornou-se uma estrela da música pop.

Toda essa adoração do público, respeito dos artistas e aclamação da mídia, foram conquistados através do premiado Back To Black (2006). O disco recebeu seis indicações ao Grammy Award, dos quais ganhou cinco, fato que ajudou a elevar precocemente o álbum a status de clássico.


"Rehab", o maior hit da cantora, está logo no inicio do trabalho. A maior qualidade da canção é a letra, outrora engraça e hoje trágica. Além disso, sua pose de musa do jazz vulnerável presente no clipe da música - e também na capa do disco - ajudou a criar toda a superexposição da talentosa artista.

Passado o impacto de "Rehab", as outras canções se mostram igualmente potentes. Isso se aplica a vagarosa "Yow Know I'm No Good". Outro hit é "Back To Black", sendo que aqui fica evidente a contribuição do produtor Mark Ronson, que ajudou em algumas composições e direcionou a cantora. Outro produtor importante para lapidar a sonoridade do disco foi Salaam Remi.

As qualidades vocais de Amy se sobressaem em "Me & Mr. Jones", assim como os timbres extremamente vintages do álbum, mérito alcançado com ajuda da talentosa banda The Dap-Kings.

"Just Friends" é carregada de influências do reggae. Já "Love Is a Losing Game" é capaz de fazer alguém alguém de coração partido chegar as lágrimas. O mesmo vale para a delicada "Wake Up Alone".

A musicalidade acachapante da The Dap-Kings volta a transbordar na divertida "Tears Dry On Their Own" - onde qualquer semelhança com "Ain't No Mountain High Enough" (Marvin Gaye & Tammi Terrell) não é mera coincidência - e na tranquila, porém intensa, "Some Unholy War". 

O disco se encerra com o groove espetacular de "He Can Only Hold Her", fechando um novo capítulo da soul music, que por um breve período renasceu. Que ao menos essa rica tendência permaneça viva.

TEM QUE OUVIR: Funkadelic - Maggot Brain (1971)

Ontem tive a oportunidade de assistir um show do lendário George Clinton, uma das figuras mais importantes da música pop do século XX. No mesmo dia em que comemorou seus 70 anos, o icônico líder do Parliament/Funkadelic presenteou o público com uma apresentação intensa e dançante. Para homenageá-lo, dissecarei o espetacular Maggot Brain (1971).

Uma das primeiras coisas que chama atenção neste clássico álbum é sua famosa capa, com uma cabeça desesperada brotando da terra.


Ao colocar o disco para tocar, damos de cara com as guitarras expressivas, ácidas e alucinantes de "Maggot Brain", faixa psicodélica/abstrata de pura inspiração do guitarrista Eddie Hazel. Diz a lenda que antes de grava-la, George Clinton disse para Hazel: "toque como se sua mãe tivesse acabado de morrer". A melancolia e intensidade do improviso comprovam que o guitarrista seguiu o conselho do "maestro" e embarcou na história.

Logo em seguida temos a acústica e carismática "Can You Get To That", uma verdadeira escola de vocalização. Já eletricidade rockeira aparece em "Hit It And Quit It", onde o funk do James Brown e a psicodelia lisérgica do Hendrix se encontram de forma espetacular. Que groove, que guitarra, que baixo, que interação!

A dançante "You And Your Folks, Me And My Folks" chega de forma avassaladora, atacando o racismo e unificando os pobres em uma letra emblemática. No esporro instrumental apresentado pela rockeira "Super Stupid", são as guitarras cheias de wah-wah e a mortal linha de baixo que preenchem o ouvinte com intensidade absurda. 

"Back In Our Minds" é um funk lisérgico, de detalhes percussivos surreais, clima descontraído e vocais eapontâneos em perfeita união. 

O disco termina com a experimental "Wars Of Armageddon", uma longa jam repleta de efeitos e sons sobrepostos num groove alucinante, servindo não somente de inspiração para DJs de hip hop, mas também de combustível sonoro para a libertação de um povo oprimido. 

Aqui está a fusão perfeita de rock psicodélico com o funk, mistura essa que influenciou Prince, Red Hot Chili Peppers, Public Enemy, Dr. Dre, Primus, dentre outras bandas/artistas. Que o "cérebro em decomposição" de George Clinton resista por muitos anos.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Versões Curiosas/Engraçadas

O que leva uma pessoa a fazer uma versão para a música de outro artista? Muitos escolhem essa forma para homenagear um ídolo, mas essa "homenagem" pode soar um tanto quanto bizarra, ainda mais quando a canção escolhida não é exatamente a de um "ídolo". Não está entendendo onde quero chegar? Ouça os sons abaixo e veja como fazer versões pode ser algo engraçado, provocativo e curioso.

Devo - (I Can't Get No) Satisfaction [Rolling Stones]
Emblemática versão para o clássico dos Rolling Stones. Embora seja um clássico, ainda assim é impossível não ficar surpreso com a desconstrução sonora. Além de esquizofrenicamente engraçada, ela é ritmicamente elaborada. Arranjo extremamente interessante.

Sid Vicious - My Way [Frank Sinatra]
Essa é carne de vaca, mas não consegui deixar de fora. É a personificação do punk rock numa versão destrutiva para a linda música eternizada na voz do Frank Sinatra. Inspirou a (também ótima) versão em português feita pelo Camisa de Vênus.

Laibach - I Me Mine [The Beatles]
Esse grupo esloveno já estranho fazendo o som deles, imagine então em regrações improváveis de canções dos Beatles. Fizeram o Let It Be inteiro, emulando até a capa. "I Me Mine" é das mais estranhas e, justamente por isso, a mais legal.

Yngwie Malmsteen - Gimme! Gimme! Gimme! [ABBA]
Mesmo a música do ABBA sendo legal, não da pra levar a sério quando um sujeito como o Malmsteen decide interpreta-la, ainda que o fato de ambos serem suecos explique a relação. O jeito é levar no humor e curtir as palhetas exageradas do guitarrista.

Children Of Bodom - Oops I Did It Again [Britney Spears]
Honestamente, vocês acham que alguém do COB ouve Britney em casa? Acho que não. Mas essa espetacular versão mostra o lado descompromissado do heavy metal, estilo repleto de fãs chatos que carregam na música uma seriedade ridícula.

Dream Theater e Barney - Damage, Inc [Metallica]
Que o Barney (Napalm Death) é um excelente vocalista de grindcore/death metal não é novidade. Que o Dream Theater é uma banda tecnicamente perfeita também não se discute. Mas o que deu na cabeça deles se juntarem pra fazer essa versão desgraçadamente pesada deste clássico do thrash metal? Quando Barney começa a cantar a música fica tão surreal que o Mike Portnoy e o John Petrucci caem na risada. Sensacional!

Nick Cave & The Bad Seeds - Foi Na Cruz [?]
Eu não se quem é o autor dessa música. Provavelemte nem o Nick Cave saiba. Ela deve ter escutado ao passar por alguma igreja quando morava em São Paulo. Acho uma versão linda, emocionante e bizarra.

Richard Cheese - Welcome To The Jungle [Guns N' Roses]
Richard Cheese é um figurão crooner de uma banda competente que o acompanha em versões para grandes hits, indo do pop ao heavy metal. O som dele é típico das big bands e suas apresentações ocorrem em cassinos de Las Vegas. Escute a fantástica versão que ele fez para este clássico do Guns N' Roses. Fanfarronice total.

Nelson Gonçalves - Meu Erro [Os Paralamas do Sucesso]
Falando em Camisa de Vênus, todo mundo lembra da ótima versão da banda baiana para "Negue", clássico da canção popular na voz do Nelson Gonçalves. O que muitos não lembram é que o veterano cantor gravou um disco somente de releituras de sucessos do pop rock brasileiro oitentista (Ainda É Cedo, 1997). É uma versão mais bizarra que a outra. Curiosamente, o cantor morreu pouco tempo depois. Trágico e hilário.

Raimundos - Desculpe, Mas Eu Vou Chorar [Leandro & Leonardo]
Todo mundo conhece a boa versão que os Raimundos fizeram pra "20 e Poucos Anos" do Fábio Jr., mas bizarro mesmo foi a regravação deste sucesso da música pop/sertaneja.

Easy Star All Stars - Radiodead [Radiohead]
E o que dizer da versão reggae/dub para o Ok Computer do Radiohead. Divertido e muito bem feito.

La Pupuña - Speak To Me/Breathe [Pink Floyd]
Deixei o mais bizarro para o final. Imagine uma banda de tecnobrega/guitarrada/merengue diretamente do Pará regravando na integra o clássico The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd (rebatizado por eles de The CHARQUE Side Of The Moon). Até mesmo a regravação do Flaming Lips ficou normal diante disso. Atenção para a capa do disco.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

TOP 5: Pais do rock

Sem conversa fiada, citarei cinco personagens importantes para a criação do rock. Não se trata de músicos que influenciaram o gênero, mas sim, artistas que diretamente colocaram a mão na massa para criar o estilo mais popular do século XX.

Todavia, lembro que essa lista só pode ser feita se ignorada a complexa narrativa da música popular. A visão aqui é, de certa forma, superficial.

Vamos a eles!

01 - Ike Turner
Nada melhor que começar a lista com aquele que interpretou o primeiro rock n' roll gravado. Estou falando de Ike Turner e a lendária "Rocket 88" (1951). O eterno "parceiro" de Tina Turner explorou nesta ótima canção uma guitarra distorcida e piano tocado com pegada frenética. Audição obrigatória!

02 - Bill Haley
Após regravar "Rocket 88", o outrora músico de country Bill Haley caiu de cabeça no ainda desconhecido rockabilly. Com a importante ajuda de sua banda de apoio, Bill Haley & His Comets gravaram a emblemática "Rock Around The Clock", que tornou-se o primeiro rock a chegar ao topo da Billboard. O sucesso foi tão grande que ela foi regravada até mesmo no Brasil, pela cantora de samba-canção Nora Ney.

03 - Elvis Presley
Adversário de Bill Haley na disputa de "primeiro hit do rock" está Elvis Presley com a potente "That's Alright Mama". Acompanhado da guitarra delicada/intensa de Scotty Moore e o baixo percussivo de Bill Black, o eterno rei do rock popularizou de vez o estilo para a juventude branca americana e desafiou os valores das famílias conservadoras. Grande canção, grande atitude!

04 - Chuck Berry
Vamos então repassar o que vimos até agora: Ike Turner criou, Bill e Elvis popularizaram e Chuck Berry aperfeiçoou. Chuck Berry não só vitaminou o rock, mas também esbanjou talento como compositor e guitarrista em músicas sujas, obscenas, intensas e geniais. Chuck Berry é o rock n' roll encarnado. Influência direta para Keith Richards, John Lennon e Angus Young. Se você quer ir de encontro ao rock, ele está aqui. Dentre suas mais celebres canções está a atemporal "Johnny B. Goode".

05 - Little Richard
Voz intensa, piano entorpecido, comportamento esquizofrênico e roupas malucas. Little Richard é acima de tudo um showman. Misturando rhythm and blues com gospel, ajudou a moldar o que é a postura de um astro do rock, escancarando sua vida em polêmicas e bizarrices, mas acima de tudo, fazendo ótimas músicas. 

Muitos outros importantes artistas ficaram de fora, vide o guitarrista Carl Perkins e suas brilhantes composições, Jerry Lee Lewis e seu piano ensurdecedor, Gene Vincent e sua banda (Blues Caps) tecnicamente muito acima da média, Bo Diddley com suas levadas revolucionárias, Fats Domino e sua incrível voz, Eddie Cochran e seu grande carisma e a maturidade juvenil de Buddy Holly. Mesmo não estando dentro do meu irrelevante TOP 5, todos eles foram extremamente inovadores e ainda hoje soam interessantes. 

domingo, 10 de julho de 2011

TOP 5: Inquilinos da "casa vermelha"

"Red House" é o nome da clássica canção composta e tocada por Jimi Hendrix em seu emblemático disco de estreia, lançado em 1968. A música é um blues tradicional de 12 compassos, mas que com a grandiosa interpretação de Hendrix, despertou a vontade incontrolável de outros guitarristas regrava-la e, como em um caso raro, regrava-la bem.

Partindo de uma audição descompromissada, selecionei várias versões interessantes da mesma canção. Sem mais delongas, vamos a elas!

Obs: Não postarei nenhuma versão rara ou obscura, são apenas boas versões que merecem atenção!

Antes de tudo, é sempre bom reouvir a "Red House" original, projetada por um arquiteto fantástico.


1 - Gary Moore
Que tal para começar a sessão de versões, ouvir o grande Gary Moore com seu timbre potente de strato e bends afiados, demonstrando respeito e originalidade para a música de Hendrix.

2 - G3 (Joe Satriani, Steve Vai e Eric Johnson)
Os mestres da guitarra virtuose Joe Satriani, Steve Vai e Eric Johnson, tiram um pouco o pé do acelerador em uma versão cheia de improvisação, solos longos e duelos infernais. Uma overdose de guitarras para ninguém botar defeito. Destaque para Eric Johnson, o mais bluseiro de todos que já passaram pelo G3.

3 - Yngwie Malmsteen
A virtuosidade continua em alta, desta vez com o escandaloso Yngwie Malmsteen, que fez uma versão bastante interessante para "Red House", apesar de exagerar em alguns momentos com sua fritação exacerbada, capaz de fazer muito purista do blues entrar em desespero.

4 - Johnny Winter
Para os amantes do blues tradicional, escutem a interpretação de Johnny Winter registrada em 2008. Mas não se deixem enganar pela fama do lendário guitarrista albino, a versão apesar de boa, é comprometida pela lezades do guitarrista. Mas vale conferir!

5 - Ben Harper
Ben Harper se mostra bastante intimo das cordas nesta versão impecável da música de Hendrix, possivelmente o inquilino da "casa vermelha" que ficou com o melhor quarto. Fantástico!
 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

TEM QUE OUVIR: Arnaldo Baptista - Lóki? (1974)

Hoje é aniversário do eterno "mutante" Arnaldo Baptista. Para homenagear a carreira deste genial artista, vou dissecar o seu melhor e mais emblemático álbum solo, o clássico Lóki?.


É importante lembrar o disco foi gravado durante um período difícil da vida de Arnaldo. Ele acabara de sair dos Mutantes e seu relacionamento com Rita Lee havia terminado de forma controversa há poucos anos, o que trouxe ao disco uma carga emocional pesada. Além disso, é conhecida a história que Arnaldo teve experiências fortes com drogas lisérgicas, elevando sintomas esquizofrênicos, também influenciando diretamente no resultado final do disco.

"Será Que Eu Vou Virar Bolor" abre o álbum escancarando uma letra surreal e amargurada. Além da letra, o piano também é fator importante dentro do arranjo, não só desta música, mas de todo o álbum, com passagens influenciadas pelo jazz, bossa nova, música erudita e boogie-woogie.

"Uma Pessoa Só" tem arranjo espetacular, muito mais interessante que quando gravada com os Mutantes. A virtuosidade pianística de Arnaldo beira ao absurdo nesta canção, assim como o conteúdo psicodélico da letra.

A poética delirante continua na impactante "Não Estou Nem Ai", claramente influenciada pelo rock progressivo. Já "Vou Me Afundar Na Lingerie" contém um refrão grudento, capaz de fazer o ouvinte canta-lo por horas, ainda que não entendendo o real significado da letra. A linha de baixo tocada pelo Liminha também merece atenção.

"Honky Tonky" é uma inacreditável peça pianística que remete ao que aconteceria caso Chopin fosse um músico de jazz com pegada rockeira. As influências distintas continuam no clima bossa nova de "Cê Tá Pensando Que Eu Sou Lóki?", mais uma vez com letra e arranjo espetacular. Aqui vale lembrar que o álbum teve produção do Roberto Menescal e Mazzola.

Uma das músicas mais emocionantes de todo o disco é "Desculpe". A letra fala sobre uma pessoa solitária e arrependida, retratando de maneira dolorosa o fim de seu relacionamento com Rita Lee. Para deixa-la ainda mais fantástica, a faixa recebeu uma linha de baixo de beleza melódica provocante. A composição é o retrato de um artista genial expondo sua melancolia com honestidade torturante.

"Navegar De Novo" é mais uma canção surreal e conturbada. Sua qualidade de compositor, cantor e pianista continua evidente em "Te Amo Podes Crer", assim como seus delírios internos.

O disco encerra excepcionalmente com a estranha e violonística "É Fácil", com partes que remetem ao que faria futuramente o Michael Hedges. Um álbum de audição obrigatória, em que o artista entrega o coração e a alma para compor músicas inacreditavelmente emocionantes.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Top 5: Solos de baixo (no rock)

Solos de guitarra já se tornaram quase que imprescindíveis no rock (na verdade já foram superados via o punk rock), mas o som grave do baixo, embora menos valorizado, também ganhou seu devido espaço para ótimos solos. Exemplificarei aqui alguns.

Vale ressaltar que me limitarei a solos dentro do rock (Paul Chambers, Jaco Pastorius, Bernard Edwards e tantos outros vão ter que esperar um pouco). Boa audição!

1 - The Who (John Entwistle) - My Generation
Solo emblemático, possivelmente o grande precursor dos solos de baixo no rock. Em um clássico do The Who, John Entwistle não economizou criatividade ao despejar notas rápidas tocadas com agressividade. Histórico!

2 - Led Zeppelin (John Paul Jones) - The Lemon Song
Uma das grandes qualidades de um bom baixista é fazer com que a música tenha um ótimo groove. John Paul Jones faz isso como poucos. Considerado por muitos (inclusive eu) o grande instrumentista do Led Zeppelin, o baixista inglês insere com personalidade frases alucinantes sem permitir que o baixo perca a sua função rítmica e melódica. Uma aula de maturidade ao fazer um solo em prol da música.

3 - Black Sabbath (Geezer Buttler) - N.I.B.
Um solo inspirado, com o clima de total improvisação. Mas o que se destaca mesmo é o timbre grandioso do instrumento, capaz de influenciar gerações. Lemmy, Cliff Burton e até mesmo Jack Bruce (no também ótimo solo de "Apostrophe" do Frank Zappa), todos devem muito a pegada certeira de Buttler.

4 - Yes (Chris Squire) - Sound Chaser
O grande virtuose Chris Squire em ação num solo rápido, repleto de frases intrigantes, com o timbre poderoso de seu Rickenbacker berrando na cara do ouvinte. Tudo isso dentro de uma música espetacular.

5 - Free (Andy Fraser) - Mr. Big
Em uma música vagarosa e entorpecida, Andy Fraser fez a ligação entre a guitarra maliciosa de Paul Kossoff e a bateria contida de Simon Kirke, quando inesperadamente rasgou o solo de guitarra ao meio criando ótimas frases de baixo, pontuando as notas com muita pegada. Espetacular!

*BÔNUS "MADE IN BRAZIL"
Secos & Molhados (Willy Verdaguer) - Mulher Barriguda
Pra encerrar o post, um bônus brasileiro, ainda que tocado pelo argentino Willy Verdaguer: o ótimo groove de "Mulher Barriguda". É quase como um solo por toda a canção.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A denominação das notas musicais

Por mais absurdo que possa parecer, houve um tempo em que não existia denominação para as notas musicais. Por um longo período, a escrita musical se baseou em processos rudimentares que apenas orientavam os músicos de forma imprecisa na condução de vozes. Foi um padre italiano chamado Guido d'Arezzo (992-1050) responsável por dar nome as notas musicais.

D'Arezzo utilizou as sete primeiras sílabas de um verso religioso para denominar as notas da escala: ut, re, mi, fa, sol, la, san.

Utqueant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labi reatum
Sancte Iones

Tradução: "Para que nós, teus súditos, possamos exaltar claramente o milagre e a força dos teus atos, absolve nossos lábios impuros, são João". 

Com o passar de anos, a silaba "ut" foi substituída por "dó", de Dominus, "Senhor" em latin. Já "san" virou "si", iniciais de Sancte Ioannes, formando uma sílaba de entoação mais fácil na leitura.

Para conhecer mais afundo essa história recomendo a leitura do livro "Música, Maestro! Do Canto Gregoriano ao Sintetizador" do grande Julio Medaglia.

domingo, 3 de julho de 2011

TEM QUE OUVIR: The Doors - The Doors (1967)

Em 1967 o rock era o maior representante da contracultura, fosse a psicodelia das bandas de São Francisco ou o lirismo marginal dos novaiorquinos do Velvet Underground. O Doors conseguiu unir as duas costas americanas em seu homônimo álbum de estreia. O culto ao Jim Morrison nasceu de imediato.


Em "Break On Through (To The Other Side)", faixa que abre o disco, os instrumentos vão se amontoando até o ponto em que o esporro sonoro chega ao ápice num refrão empolgante. É interessante notar a levada de bateria do eficiente John Densmore, bastante influenciada pela bossa nova.

"Soul Kitchen" é uma alucinante canção que embarca no clima psicodélico da época, guiado pelo teclado minimalista de Ray Manzarek. Já "The Crystal Ship" é uma linda balada em que Morrison despeja sua imponente voz típica de crooner bêbado.

Em "Twentieth Century Fox" o que mais chama atenção é a pesada e contagiante linha de baixo. Fato curioso para uma banda que sequer tinha um baixista na formação.

"Alabama Song (Whisky Bar)" traz um clima cinematográfico - lembrando que Morrison e Manzarek se conheceram na faculdade de cinema -, com direito ao teclado extremamente eficiente e característico na escolha dos timbres. Tal característica fica ainda mais evidente na clássica "Light My Fire". Sua introdução é o cartão de visita da banda. A faixa chegou ao primeiro lugar nos EUA, driblando a caretice do país numa letra sobre "ficar chapado". Vale destacar também o ótimo solo do guitarrista Robby Krieger - compositor da faixa -, que transita com naturalidade pelo jazz, blues e música flamenca, comprovando que o Doors tinha instrumentistas bastante competentes, ainda que subestimado.

O disco segue com o paranoico blues "Back Door Man", onde Morrison demonstra toda sua porralouquice vocal, berrando a letra com intensidade absurda. O teclado de Manzarek volta a chamar atenção na ótima "Take It As It Comes". O clima dá uma esfriada na psicodélica "I Looked At You" e na dark "End Of The Night", mais ainda assim mantém a viagem do disco assegurada.

Embora com tantas excelentes composições, a mais impressionante está no final. Me refiro a longa "The End", que contribuiu para que Morrison ganhasse a fama de poeta existencialista. A canção é um verdadeiro épico sobre luxuria e morte (não necessariamente nesta ordem, já que primeiro ele mata o pai para só depois transar com a mãe). Nietzsche aprovaria. Sonoramente é extremamente climática, sombria e desafiadora. Não por acaso a peça foi a escolhida pelo Francis Coppola para abrir o filme Apocalipse Now (1979).

Disco determinante não só para o rock, mas para toda a contracultura.

sábado, 2 de julho de 2011

TOP 5: Melhores baladas do rock

Compor baladas não é uma tarefa simples, ainda mais para bandas de rock. Em muitos casos, artistas soam cafonas, melodramáticos e pretensiosos. Todavia, quando conseguem driblar tais características, apresentam canções capazes de tocar o fundo da alma. É deste tipo de música que venho falar neste post. Portanto, acomodasse e se prepare para ouvir uma composição mais bonita que a outra.

1: The Beatles - Something
Deixar o quarteto de Liverpool de fora desta lista seria assinar o atestado de ignorância, isso porque o talento do grupo para compor lindas baladas sempre foi acima da média. A coisa só "piora" quando George Harrison decide colocar em uma destas canções o seu melhor solo. Obviamente falo da melódica "Something", canção dos Beatles predileta do Frank Sinatra. É ouvir e se emocionar.

2: Love - Alone Again Or
Rock psicodélico para muitos significa ácido lisérgico na cabeça, guitarras com fuzz, letras alucinantes e roupas coloridas. Tal percepção pode receber um choque de realidade quando posta de frente para essa linda música do Love. A influência de música flamenca e de trilhas western, a voz de Arthur Lee e a simplicidade da letra são apenas alguns dos ingredientes para um arranjo primoroso, repleto de detalhes sutis, capaz de nos levar para uma viagem astral. Isso é o que eu chamo de rock psicodélico.

3: UFO - Space Child
Bandas de hard rock costumam falhar miseravelmente ao compor baladas, vide as pavorosas "Love Hurts" (Nazareth) e "Still Loving You" (Scorpions). Felizmente, o mesmo não ocorreu com o UFO, que soltou no espetacular disco Phenomenon a fantástica "Space Child". A rouquidão de Phil Moog só serviu pra deixar sua interpretação ainda mais frágil e bela. Já Michael Schenker usou todo seu domínio técnico para presentear o ouvinte com um solo extremamente melódico. Uma rara exceção no estilo.

4: Lynyrd Skynyrd - Simple Man
Bandas do southern rock costumam demonstrar talento para falar das coisas simples da vida. É disso que "Simple Man" trata, de como levar a vida com serenidade. Uma verdadeira lição sulista em forma de música. Um hino do rock caipira.

5: Neil Young - Cortez The Killer 
Neil Young já havia presenteado seus ouvintes com belas canções desde os tempos que fazia parte do Crosby, Stills, Nash & Young. Mas em "Cortez The Killer" ele usou e abusou de sua voz triste para contar a versão definitiva de Hernan Cortez, o terrível explorador do território Asteca. Para ajudar Neil Young, a sempre mortal Crazy Horse despeja cada acorde com uma delicadeza impressionante. De quebra, o melhor solo de guitarra de toda a carreira de Neil. Clássico.